Dor

Com o tema DOR, convidamos o leitor a pensar a dor como uma experiência da mente, chamando atenção para a primitiva ' experiências de dor ' que, ao contrário da 'satisfação do prazer', tende a ser esquecida, negada e tamponada.
Dor de falta? Dor dos sentimentos de desamparo e abandono? Dor relativa a uma sensação de incompletude que o ser humano vivencia ao desligar-se do continente materno, para ser e estar no mundo? É na incessante permuta entre experiências psíquicas de Dor e Satisfação que o sujeito do desejo se constitui e se estrutura. Dualidade, par constante e pano de fundo de emoções e sentimentos presentes quer no espaço de criação e construção, quer na linguagem da angústia e do medo, dos sentimentos de abandono de perda e de desamparo, vivências-marco que direcionam o sujeito na sua interação com o mundo.
dor que, num constante conflito que se chama Vida,ora antecede Prazer ora o sucede, ora se funde a ele; então, ambos se interpenetram, às vezes numa unidade amorfa, como numa dança, entrando num ritmo com o passado, de tal forma que os desejos se realizam no interjogo com a Vida. Neste conflito, a angústia que emerge do desejo não satisfeito pode ligar-se a uma angústia sem nome, de marcas bem primitivas, onde apenas o corpo porta registro da vivência primordial de desprazer e de Dor.
Quando silenciosa, porque não simbolizada, a angústia é exacerbada e são gerados sintomas na mente e no corpo, dificultando ou menos impedindo o trabalho do psicanalista interessado em auxiliar na elaboração do sentido nela implicados, para que se torne possível trans-passar o sofrimento,integrando corpo e mente numa unidade subjetiva e essa numa unidade maior, que é o mundo em que vivemos.