Economia Numa Única Lição

O professor Henry Hazlitt se propõe, neste livro, a ensinar economia numa única lição e nos dá de fato uma excelente lição, tão clara e precisa, que ele mesmo se anima a reduzi-la a uma frase, conforme se verá adiante. Quem a lê, entretanto, é tentado a ir além, condensando-a numa palavra: sensatez.

Segundo o autor, a essência da economia pode ser captada de forma insinuante através da análise de algumas falácias que tem gerado custosos erros de política econômica. Vários erros e falácias são efetivamente dissecados no livro. Torna-se claro que eles emanam de ideias supostamente atuais, inovadoras e brilhantes, quando, na realidade, não passam de reincarnações de antigas manifestações de uma visão econômica distorcida ou insuficiente, ou da simples falta de bom-senso. O professor Hazlitt examina uns vinte exemplos concretos de erros de política econômica , e o faz com competência e clareza, dispensando o uso de jargão profissional e tornando o livro acessível ao grande público.

A lição é importante e de óbvia atualidade: se o homem de fato pode aprender com base na crítica consciente dos seus próprios erros, deveria identificar a Economia Política como a arte de ver não apenas os efeitos imediatos de qualquer ação de política econômica, mas também os de longo prazo; a arte de relacionar as consequências dessa ação não apenas com os grupos ou setores diretamente envolvidos, mas com toda a comunidade.

Usando essa lição como critério, ele divide os economistas em dois grupos: bons e maus. O mau economista vê apenas o que direta e imediatamente lhe estimula os olhos; o bom economista vê muito mais além. Aquele registra somente os efeitos diretos de determinada ação, ao passo que este se preocupa sempre com os resultados sobre a sociedade, bem como com os subprodutos daquela ação.

Maus economistas, da mesma forma que os demagogos, podem ter sucesso na aceitação pública de suas ideias e sugestões. Segundo o autor, o êxito decorre do fato de ambos os grupos - maus economistas e demagogos - concentrarem sua atenção apenas numa parte da verdade, apresentando-a de forma atraente. Ambos trabalham com meias verdades. Enaltecem as vantagens imediatas para alguns segmentos ou setores, ignorando os outros efeitos que através do tempo podem atingir negativamente os demais segmentos sociais ou toda a coletividade.

Diferente é a sina dos bons economistas. Conscientes da obrigação profissional de levarem a verdade total ao público, envolvem-se necessariamente em longa e tediosa cadeia de raciocínio, de modo a poderem abarcar articuladamente os diferentes aspectos e dimensões do problema, tornando o resultado pouco estimulante para o público.

É correta a afirmação do autor de que a sua lição pode ser resumida na frase transcrita no terceiro parágrafo desta obra. A respectiva demonstração, entretanto, requer a agradável leitura da percuciente análise dos casos concretos de política econômica que o livro contém, pois a aprendizagem da lição resulta do estudo da demonstração e não do mero conhecimento do seu compacto anunciado.



"É uma performance brilhante. Diz exatamente as coisas que mais precisam ser ditas e o faz com rara coragem e integridade. Não conheço nenhum outro livro contemporâneo com o qual o leigo inteligente possa aprender tanto sobre as verdades básicas de economia em tão pouco tempo." - F.A. Hayek (Prêmio Nobel de Economia)


"Se existisse um prêmio Nobel para o pensamento claro de economia, o livro do Sr. Hazlitt seria digno de recebê-lo [...] como o bisturi do cirurgião, ele vai cortando, com objetividade e imparcialidade, muitos contra-sensos econômicos que tem sido escritos sobre nossas aflições econômicas nos últimos anos." - Jhon W. Hames (ex-subsecretário do Tesouro)


"Ele é um dos poucos economistas da história humana que sabiam escrever realmente." - H.L. Mencken

Economia, Finanças