Educação Infantil: História, Formação e Vivência

Educação Infantil: História, Formação e Vivência SANDRA MARIA GUISSO


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Educação Infantil: História, Formação e Vivência





Ao pensar na apresentação deste livro optei por contar a minha história na educação, que é o resultado de minhas vivências nas diferentes etapas da educação com as quais tive contato, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior. Em algumas delas eu permaneci mais tempo, como o Ensino superior e a Educação Infantil. Como uma coincidência elas representam a entrada na educação e a saída para aqueles que por aí pararem. Trabalhar com a formação de professores na área de Pedagogia me proporcionou muitas reflexões e questionamentos a respeito de qual profissional estamos entregando ao mercado de trabalho e, principalmente, qual o curso de Pedagogia eu vislumbro para atuar nas diferentes etapas da educação. As minhas vivências na escola como supervisora me fizeram valorizar cada vez mais a disciplina de estágio supervisionado, entendendo esta como a primeira experiência e contato com a educação para a maioria das alunas e alunos do curso de Pedagogia. Vivendo os dois mundos o do imaginário, a formação, e o real, a escola, por vezes entendi como mundos diferentes, sendo a terra e o mar, que em algum momento se encontram. A formação sólida e pluralizada pode ser um navio, facilitando essa travessia, por outro lado, uma formação distante da escola e da realidade local, tende a ser um pequeno bote, sujeito às intempéries da natureza. Os receios antecipadamente sentidos pelas minhas alunas e alunos no curso de pedagogia ao chegar na disciplina de estágio, muitas vezes eram convertidos em ricas experiências que faziam com que essas pessoas saíssem do ambiente da escola ricos de um saber produzido por suas vivências, mas totalmente cheio de muitos outros, de outros adultos, de outras crianças, de outras experiências, de outros saberes, de outras vivências. Ao longo da minha trajetória profissional como educadora, sempre tive a perspetiva do aprendizado em cada momento vivido e em cada encontro. Os estágios produzem bons encontros, encontros esses que aproximam das amarguras e da beleza da profissão, seja como professor/professora ou como supervisor/supervisora. Acreditando que a experiência vivida tem mais sentido e é mais rapidamente absorvida quando esta vem embebida pelo conhecimento teórico da área que você está atuando ou pretende atuar. Resolvi escrever este livro que é inteiramente dedicado às professoras e professores em formação, bem como para aqueles e aquelas que estão atuando e também os tantos que passaram em minha vida e contribuíram para quem eu me tornei e continuarão sendo parte de minha formação continuada e das tantas versões que terei ao longo da vida. Finalizo esta história, acreditando que somos apenas um, em roupagem diferente. Para me ancorar no pensamento de que o professor é apenas em muitos, recorro a Nias , em que destaca: “o professor é a pessoa. E uma parte importante da pessoa é o professor”.

Após a história que impulsou a escrita do livro apresento-lhes a organização do livro em três capítulo, a saber: Como chegamos até aqui - A relação entre cuidar e educar ao longo da história da Educação Infantil; Vamos falar um pouco de formação docente para atuar na Educação Infantil?; e As práticas vivenciadas na Educação Infantil - Campos de Experiências, Objetivos e Direitos de Aprendizagens previstos na BNCC.

No primeiro capítulo intitulado "Como chegamos até aqui - A relação entre cuidar e educar ao longo da história da Educação Infantil”, procurei descrever resumidamente a trajetória da Educação Infantil, os fatores que impulsionaram o cuidado das crianças fora do ambiente familiar, os caminhos e tentativas percorridos, as primeiras experiências, o início do protagonismo infantil, a legislação brasileira que ampara o direito à educação das crianças com idade de frequentar a educação infantil. O meu impulso para a escrita desse capítulo se deu por entender que as professoras e professores que atuam nas escolas de Educação infantil, assim como aqueles que estão em formação, precisam conhecer a trajetória da educação infantil, tendo em vista que o conhecimento gera respeito, cuidado e atenção para as legislações atuais e aquelas que virão. Acredito que o conhecimento pode produzir professores e professoras mais engajados nas políticas públicas da Educação Infantil.

O segundo capítulo, apresentado com o título "Vamos falar um pouco de formação docente para atuar na Educação Infantil?”, trouxe uma reflexão sobre a formação inicial, principalmente relacionada ao curso de Pedagogia, principal porta de entrada da formação inicial para professores e professoras da Educação Infantil, e destaquei a importância da disciplina de estágio supervisionado como uma maneira de aproximação da teoria estudada nos cursos de formação inicial e a prática da escola. Procurei identificar os pontos que poderiam ser revistos nesta formação, principalmente relacionados com uma formação voltada para a pluralidade cultural, social e à diversidade. Ainda neste capítulo trouxe alguns destaques relacionados a formação continuada de professores e professoras, devendo ser realizada, além de cursos externos, na própria escola, com seus pares e compartilhada em momentos de troca de experiências. Partindo, dessa maneira, do pressuposto de que o professor é o grande formador e as trocas estabelecidas em momentos de planejamento coletivo são ricas e resultam em grandes contribuições para o saber fazer na escola.

Por fim, no terceiro capítulo venho evidenciar as práticas das professoras e professores na escola e que se aproximam em muito com a proposta da BNCC. Este capítulo foi intitulado "As práticas vivenciadas na Educação Infantil - Campos de Experiências, Objetivos e Direitos de Aprendizagens previstos na BNCC.” Procurei escrever esse capítulo fazendo uma conexão entre as práticas das professoras e professores na escola e a proposta da BNCC (campos de experiências, objetivos e direitos de aprendizagem), tendo em vista que o trabalho realizado em sala de aula não precisa ser invalidado a partir da BNCC, ao contrário, o que a formação continuada deve enfatizar é a reflexão docente quanto aos suas práticas a partir dos direitos de aprendizagem. Se os professores e professoras compreendem que todas as ações dentro da escola precisam ser pautadas pelos direitos de aprendizagem das crianças, ao realizarem a mesma atividade vivenciada anteriormente à BNCC, esta terá outro sentido, pois agora será embutido no planejamento os direitos de aprendizagem, a compreensão desses direitos e consequentemente as adaptações nas atividades, ancoradas na reflexão sobre os direitos e objetivos de aprendizagem e campos de experiências.

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