A Reforma do século dezesseis, em um momento histórico de mudança e incerteza, assumiu no mundo de então sua responsabilidade e respondeu, prática e doutrinariamente, às novas situações. Também hoje houve mudanças significativas em nossa sociedade latino-americana. O mundo evangélico cresceu em número, em capacidade de reflexão, participação na sociedade. E é lógico, portanto, que se dirijam a ele perguntas, e que os próprios evangélicos queiram refletir sobre sua identidade, sua missão, suas responsabilidades missionária e social. Neste processo, o tema político é inevitável.
Minha intenção não é “estabelecer uma doutrina” sobre o tema, mas buscar, no rico tesouro das Escrituras e na experiência da Igreja, pautas e orientações que nos ajudem a encontrar nosso caminho como evangélicos nas difíceis, desafiantes, mas ao mesmo tempo promissoras situações de nossos povos. Sabendo, entretanto, que, em última instância, é a direção do Espírito que nos permitirá discernir, na memória de nossa fé e na experiência atual, qual é a vontade do Senhor para seu povo.