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entreverdes Sigrid Renaux


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Depois de ter poetizado os azuis e, com eles, em nossos opacos olhos urbanos, ter rasgado nesgas por onde se insinua lírica e mágica a luminosidade dos mares e dos céus, Sigrid presenteia-nos, agora, com os verdes das matas e dos jardins que irrompem em nossas pupilas amortecidas pelos cinzas da poluição e do concreto das cidades e, aí, se estabelecem esses verdes e entreverdes como closes fotográficos, irradiantes de luz, feitos de palavras, porém. Verdadeiros poemas imagéticos!

Ao colocar o leitor dentro da natureza, o eu lírico convida-o a partilhar da experiência da contemplação, do êxtase. Com essa estratégia de conduzir o leitor de retorno ao seu habitat natural, a poesia de Sigrid Renaux ganha poderes curativos, sobretudo, contra o estresse do organismo humano. Sua ação faz lembrar a daquelas janelas artificiais, pintadas, que se abrem para parques, jardins e florestas, colocadas nas salas assépticas dos hospitais, com o mesmo objetivo: levar o indivíduo (médico ou doente) à contemplação, à serenidade, ao relaxamento.

Sigrid Renaux, uma poetisa da natureza, encaixa-se numa linhagem literária brasileira que deita suas raízes longínquas no grupo de escritores descendentes dos imigrantes de língua alemã no Brasil, que já escrevem em português. Abrem esta linhagem Raul Bopp e August Meyer e, hoje, esta linhagem é alimentada, entre outros, por Adolf Boos, Ana Rüsche, Charles Kiefer, Ivan Seibel, Lausimar Laus, Lya Luft, Rui Nedel, Urda Klüger.

Celeste Ribeiro de Sousa
Universidade de São Paulo

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