Obra coletiva organizada pelo filósofo Gaudêncio Frigotto sobre a ameaça do Escola Sem Partido à educação e à sociedade brasileira. O livro disseca, ao longo de dez artigos de educadores e outros profissionais ligados ao campo da educação, as propostas conservadoras e autoritárias do Escola Sem Partido e a sua rede de influência na política.
Os autores apontam que o Escola Sem Partido ganha visibilidade a partir do avanço conservador na sociedade brasileira nos últimos anos. O clima de desagregação social alimenta o denuncismo e prepara uma atmosfera de perseguição, que, no caso das propostas do Escola Sem Partido, tem como alvo os professores e a escola pública. Se encontram aí o interesse mercadológico em transformar a educação em um simples “serviço”, tratando pais e alunos como “clientes”, e uma visão ideológica de imposição do conservadorismo e da discriminação, com forte componente religioso, no ambiente escolar.
O livro apresenta em diversos momentos o Escola Sem Partido não como um movimento, modo como se apresenta, mas sim, como um grupo bem restrito de indivíduos com uma rede de influência na grande mídia, igrejas evangélicas de corte ultraconservador e espaços virtuais de difusão do pensamento de direita, ou seja, um agrupamento com “partido” bem definido. O discurso do ensino “neutro” apresentado pelo Escola Sem Partido nada mais é do que uma tentativa de controle autoritário da produção e discussão do conhecimento, validando o que seria considerado como ciência oficial ou não. No cotidiano da sala de aula, tal proposta se desdobraria, entre outras possibilidades, em forçar a escola a ensinar de acordo com a “moral” exigida pelas famílias dos estudantes e não como espaço de convivência e diálogo das diferenças.
Por mais que as propostas do Escola Sem Partido pareçam absurdas, não devem ser subestimadas. A conjuntura atual do país, de retrocessos tão brutais, é terreno fértil para a disseminação de ideias proto-fascistas como o Escola Sem Partido. Um livro necessário para toda a população brasileira entender e combater o “ovo da serpente” do Escola Sem Partido. Além disso, a obra é uma grande reflexão de como a educação deve SEMPRE ser: democrática e plural.
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