Estatuto do Filósofo Clínico (Fascículo Filosofia Clínica 04)

A metodologia filosófica da Filosofia Clínica pode ser entendida como um mosaico filosófico, fundamentado em vários métodos da filosofia, fruto de sistemas filosóficos dialéticos aplicados à psicoterapia. Seu procedimento consiste em, atento às circunstâncias, levar o indivíduo à uma consciência autônoma, dado que o ser humano nunca se contentou apenas com uma existência vaga, mas, ao invés, sempre buscou compreender sua própria identidade: Quem sou eu? Donde venho e para onde vou? Estes são questionamentos que têm a sua fonte comum naquela exigência de sentido que, desde sempre, urge no coração da pessoa humana. O alvo central e para onde deve se projetar toda a atenção profissional em Filosofia Clínica é o benefício humano, ou seja, o bem-estar subjetivo da pessoa, na busca de sua autonomia e de sua ampla realização, em vista do que o filósofo clínico deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. O princípio norteador deve ser, antes de tudo, o cuidado e a partilha, ou seja, pensar-com-o-outro questões da existência humana: isso revela um profundo to de amor à verdade subjetiva, isto é, o reconhecimento do outro na sua plena singularidade.

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