Itália, início dos anos 70. Os anos de chumbo. Tempo de greves, guerrilha urbana e ameaça constante de um golpe de Estado. Em uma ação malsucedida, no início de 1972, um homem morre ao tentar colocar uma bomba em uma torre de eletricidade nos arredores de Milão. Dias depois, o choque: o tal terrorista é Giangiacomo Feltrinelli, um dos homens mais conhecidos do país.
Feltrinelli era um dos maiores editores internacionais de sua época. Herdeiro de uma grande fortuna, circulava com facilidade tanto no meio do alto empresariado como entre os militantes comunistas. Com sua editora, fundada nos anos 50, ganhou fama pela ousadia tanto na condução dos negócios como na escolha dos livros a ser publicados. Nos agitados anos 60, tornou-se figura de destaque na divulgação da contracultura na Itália, foi preso na Bolívia no rastro de Che Guevara e ao final partiu para a ação de guerrilha. Tudo isso, é claro, sem abrir mão de viagens em iates, férias em castelos paradisíacos e temporadas de caça nas montanhas. Feltrinelli - editor, aristocrata e subversivo, além da biografia de uma das personalidades mais intrigantes do último século, é também a crônica de toda uma época, narrada em torno de um de seus principais personagens.