A Gaudium et Spes é uma constituição pastoral sobre a Igreja no mundo atual, a 4ª das Constituições do Concílio Vaticano II. Trata fundamentalmente das relações entre a Igreja Católica e o mundo onde ela está e atua.
Inicialmente ela constituía o famoso "esquema 13", assim chamado por ser esse o lugar que ocupava na lista dos documentos estabelecida em 1964. Sofreu várias redações e muitas emendas, acabando por ser votada apenas na quarta e última sessão do Concílio. A última votação teve os seguintes resultados: 2309 placet; 75 non placet; 10 nulos. O Papa Paulo VI, no dia 7 de Dezembro de 1965, na 9ª sessão solene, promulgou esta Constituição.
Formada embora por duas partes, constitui um todo unitário. A primeira parte é mais doutrinária, tratando de vários temas eclesiológicos (muitos deles já debatidos no Lumen Gentium), tais como a missão de serviço ou o sacerdócio comum do Povo de Deus. A segunda parte é fundamentalmente pastoral, centrando-se nos diversos problemas do mundo atual: "a explosão demográfica, as injustiças sociais entre classes e entre povos e o perigo da guerra nuclear", entre outros problemas socias e económicos. Esta constituição também mostrou uma maior tolerância da Igreja em relação aos progressos científicos.
Trata-se de um documento muitíssimo importante, pois significou e marcou uma viragem da Igreja Católica "de dentro" (debruçada sobre si mesma), "para fora" (voltando-se para as realidades económicas, políticas e sociais das pessoas no seu contexto). Por isso, este documento constituiu também um passo importante no aggiornamento proposto pelo Concílio e na fixação da Doutrina Social da Igreja.
Religião e Espiritualidade