Para que mais um "Guia dos Concertos"? Por acaso não conhecemos todas aquelas tentativas infrutíferas, que procuram reunir em uma descrição a posteriori, sem vida, os elementos das complexas impressões causadas por uma audição? Também não sabemos que com elas não aprendemos nada daquilo que a música nos comunica, de fato? Por outro lado, tampouco nos ajuda o jargão especializado da musicologia, já que se esquece que, antes de mais nada, a música soa e que, em última instância, trata-se de um assunto do coração. Portanto um "Guia dos Concertos" só pode ser um sedutor dos concertos, uma antologia que transmita à audição um antegosto, nada mais, mas tampouco nada menos. Contudo não pode oferecer um substituto do escutar; na melhor das hipóteses, desperta a alegria intelectual antecipada.
O Presente "Guia os Concertos" não se destina apenas ao especialista e tampouco ao ouvinte esparso; destina-se a todos aqueles que não estão de acordo com as introduções tradicionais às obras, e querem saber mais do que a enumeração de motivos, temas e fatos. A fim de criar um campo de explicação tão amplo quanto possível, inúmeros autores competentes colaboraram neste 'Música Orquestral de 1700 até os Nossos Dias'. Não se engana a ninguém quanto à suposta objetividade de opniões; cada autor procedeu segundo sua relação pessoal com a música que lhe corresponde.