Imagens de Deus

Imagens de Deus. A filosofia ante a linguagem religiosa reúne uma série de trabalhos em torno do problema de Deus, analisando os problemas filosóficos, históricos e religiosos da sobrevivência do teísmo, tanto na perspectiva tradicional metafísica quanto na perspectiva posterior à virada antropológica e crítica da religião.

A temática filosófica de Deus continua sendo muito atual, estranhamente presente numa época em que se anuncia o fim dos teísmos e a decadência das religiões. O conjunto de textos que compõem a presente obra procura esboçar algumas das linhas fundamentais dessas retomadas do tema, deixando aberto o campo para outras obras que redefinam o que entendemos quando falamos do Deus dos filósofos em si mesmo e nas suas relações com o Deus das religiões.

Em oito capítulos, alguns deles retomada de trabalhos circunstanciais, o autor começa a discutir, como que num pórtico, a problemática filosófica da linguagem sobre Deus. Enfrenta, em seguida, o problema que a violência sempre colocou às religiões e a delicada questão do pluralismo religioso, dificilmente aceito por uma parcela importante das religiões. Faz, em seguida, uma análise esclarecedora dos problemas que se colocam às religiões na sua relação com a sociedade e com a esfera política. Nos quatro capítulos subseqüentes focaliza diretamente a questão de Deus: suas diferentes abordagens, o problema do mal, do sentido que tem para a construção de uma visão coerente do universo e da história, e, finalmente, como se coloca a questão de Deus numa perspectiva metafísica.

De fato, o autor busca um diálogo entre a filosofia e a teologia, abordando a questão de Deus e das religiões na relação com a sociedade e abordando algumas problemáticas epistemológicas e ontológicas. Rejeita a postura iluminista, de raízes kantianas, que analisa a religião dentro dos limites da razão, pois a religião precisamente ultrapassa o limite da racionalidade, embora não possa contradizê-lo. Recorre, então, à reflexão sobre a linguagem religiosa, que permite captar a complexidade do conhecimento humano. Pode, assim, refletir sobre o significado, a validez e as contribuições dos sentimentos, emoções, afetos, intuição e imaginação, imensamente limitados em muitas teorias do conhecimento, que, todavia desempenham um papel indispensável nas religiões e nas referências a Deus.