O estudo realizado por Deise, ao buscar entender a infância em um contexto de luta social, tem o mérito de constituir uma espécie de porta-voz das crianças, por meio do qual elas revelam suas vidas, suas lutas e suas perspectivas. Faz isso buscando rebater a negação do direito à infância, genuína expressão da perversidade do capital, ao mesmo tempo em que evita colocar a criança em um tempo/mundo idealizado, como se fosse possível torná-la imune aos problemas do conjunto da sociedade. Para a autora, essas crianças, por sofrerem junto com suas famílias a condição de sem-terra e ao ingressarem no MST, se fazem sujeitos da luta, tornando-se "pequenos lutadores" e muitas vezes perdendo o direito à infância.