Os primeiros raios do sol trazem para a cidade o carrinho barulhento e a saudade de quando aqui todos se conheciam, sabiam de onde cada um saía, de onde era a proveniência de cada um, o que fazia e para onde ia à tarde.
Enquanto o espanador tira o pó da vitrine, para um limpo dia de trabalho, uma voz suja, gritada, interrompe o serviço:
– Tem papel velho hoje aí, moça? (...)
J. B. Donadon-Leal – Fragmento do Conto: Carro de Papel.
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