A complexidade do fenômeno da violência jamais encontrou respostas sob as lentes burocráticas de um pince-nez. As diferentes visões contribuem para a quebra do pensamento monolítico e constroem gradativamente o caminho a ser palmilhado. Essa vereda precisa partir de um padrão civilizatório mínimo e irrenunciável, como expressão da crença na capacidade de reinvenção humana.
O autor vale-se de sua rica experiência como magistrado, tão próxima dos dramas humanos, para conclamar ao resgate do que há de melhor em cada um, daquelas virtudes por vezes ocultas nos abismos das almas entorpecidas pela indiferença desses tempos trasntornados. Os textos de João Marcos Buch instigam, provocam e, sejamos francos, incomodam, porque subtraem o conforto de nossas convicções e nos impelem àquelas reflexões pouco palatáveis, mas necessárias, que preferimos ocultar de nós mesmos.
As crônicas de Juiz Achado na Rua, embaladas pela solidariedade como valor, são a face de quem aceita a polêmica, a desconstrução das certezas. É obra de quem não teme os riscos da autenticidade como expressão máxima da existência; enfim, de quem jamais se renderá à passividade.
Luiz Carlos Freyesleben- Desembargador do TJSC
Crônicas