“Júpiter, Marte, Saturno. Repare, os planetas estão desordenados. Assim como
Alice, de Lewis Carroll, as personagens de Irka Barrios estão experimentando uma espécie de
caos, uma outra ordem. E quem é que já não se sentiu assim? Quantas vezes as circunstâncias
da vida só podem ser explicadas pelo viés do fantástico, do invertido, do maravilhoso, do
sobrenatural? Uma suspeita de anormalidade paira sobre a normalidade, como um medo
arcaico, tão parte de nós, que nunca deixa de povoar a arte, em especial o cinema e a
literatura. Há uma riqueza nestes contos que mora em uma espécie de ambiguidade. Júpiter,
Marte, Saturno é um passaporte de viagem para um mundo expandido, um portal que só a
imaginação pode abrir e, ao mesmo tempo, traz personagens reais, em situações fincadas na
sociedade, cultura e política reconhecidas como nossas.
(Adriane Garcia - texto de orelha)
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