Testemunhos da perseguição sofrida por comunidades judaicas européias medievais, as crônicas hebraicas registram os terríveis acontecimentos ocorridos durante a passagem das Cruzadas, constituindo uma fonte documental primária e alternativa às crônicas latinas sobre o período.
Nachman Falbel preparou também sínteses históricas acerca de cada uma das Cruzadas, compondo o pano de fundo dos eventos descritos nas crônicas. O livro inclui, ainda, trechos do Sefer Hassidim que refletem as concepções do judaísmo ashkenazi, e de cronistas latinos que tratam dos mesmos acontecimentos relatados nas crônicas hebraicas.
Para Mary Del Priore, "Para além de um texto obrigatório, Kidush HaShem é também um livro de arte, com belíssimas iluminuras, reproduções arqueológicas e mapas que fazem o casamento ideal entre texto e ilustração."
As Cruzadas constituem um dos capítulos mais importantes da história medieval do Ocidente, que deixaram também marcas profundas no Oriente Médio, desde o estabelecimento do reino latino de Jerusalém, no ano de 1099.
'Kidush HaShem; Crônicas Hebraicas sobre as Cruzadas' apresenta, pela primeira em português, as narrativas sobre o destino do judaísmo asquenaze, elaboradas com base em testemunhos de pessoas que vivenciaram os acontecimentos e em relatos e cartas que circulavam nas comunidades judaicas da época, dando-nos uma descrição dos fatos na visão dessa minoria, que ocupava um espaço significativo na sociedade feudal.
Nachman Falbel organizou e traduziu os relatos de cronistas hebreus, acrescentou ao apêndice documental do volume trechos do Sefer Hassidim que refletem o mundo espiritual da corrente pietista do judaísmo asquenaze, e ainda textos de cronistas latinos que se referem aos mesmos acontecimentos relatados nas crônicas, possibilitando a comparação de diferentes pontos de vista.