Kzar Alexandre, o louco de pelotas

Kzar Alexandre, o louco de pelotas Lourenço Cazarré


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Kzar Alexandre, o louco de pelotas





Personalidades marginais, que dão trabalho aos outros, ex-cêntricas - no dizer de Linda Hutcheon -, primeiramente vítimas de si mesmas e, depois, da sociedade que não os entende, constituem matéria-prima de extensa literatura. Em nosso país temos um predecessor ilustre em Simão Bacamarte, o visionário da Casa Verde. Tais criaturas, cada qual a seu modo, não percebem qualquer dicotomia entre o real e o imaginário e, em seus pequenos mundos, vivem façanhas épicas e utopias que só eles alcançam materializar. Kzar Alexander Aurelianovitch Sampaio de Cazeneuve e Honorato-Guimarães, um de suas identidades, personagem principal desta novela de Lourença Cazarré é desses tipos. Seu espaço existencial é uma cidade ao sul do Brasil, repleta de tradições culturais; ao mesmo tempo que essa circunstância dignifica o Kzar, e o faz herdeiro de todo esse passado, é uma superestrutura da qual ele não pode escapar e com a qual estabelece um tensionante contraponto. Isso tem o poder de acirrar sua via de escape para universos em que ele é soberano e senhor, alimentando o círculo infernal do qual não consegue - e nem quer - sair. Escrita em capítulos breves e com uma linguagem simples, com alguns laivos eruditos - a personagem é responsável por isso -, temos aqui uma narrativa que flui com segurança da primeira à última página, mantendo-se fiel a si mesma e a quem a inspirou. No fim da história, ao lado da intensa solidariedade que desperta pelo Kzar, temos certeza de que lemos uma obra escrita com paixão, mas a que não falta a experiência necessária para transformá-la em superior literatura. Como nenhuma obra de arte autêntica vive de si mesma e, ao contrário, dialoga com seu tempo, podemos enxergar aqui, uma denúncia do quanto pode ser perverso o poder repressor sobre as pessoas tachadas de diferentes, às quais são negados os direitos à livre expressão, à dignidade e, em casos perigosamente atuais, até à vida. É uma denuncia e um chamamento. É uma reflexão sobre um caso individual, mas também é uma metáfora de nosso tempo. Os leitores comprovarão. - Luiz Antonio de Assis Brasil.

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