Leitura na escola e na biblioteca

"Mas que diabos! Será que tão difícil assim criar o amor pelos livros, o gosto pela leitura? Será que a fruição da palavra impressa se transformou num bicho de sete cabeças e não há como resolver o problema? Será que os tentáculos maquiavélicos do período ditatorial congelaram de vez o espírito de iniciativa e a capacidade de luta dos professores e dos bibliotécários?"

Há que se compreender criticamente as condições de produção da leitura para se poder promovê-la. As crianças não leem porque não gostam, mas porque as condições que subjazem à interação leitor-textos são esdrúxulas e, muitas vezes, paralisantes. É errônea essa idéia de que o bom leitor já nasce feito (favor não reproduzir aqui a ideologia do dom); o leitor maduro é consequência da atmosfera reinante no seu contexto social, principalmente daquela presente na escola e na biblioteca. A questão é saber, além do porquê e do para quê ler nos dias de hoje, como conquistar e organizar as condições do contexto de modo que a prática da leitura flua com a devida naturalidade. Concordamos num ponto: do jeito que está não pode continuar!

O objetivo deste trabalho é aprofundar a discussão sobre as condições de produção e promoção da leitura na sociedade brasileira, dando ênfase ao trabalho realizado pelos professores e pelos bibliotecários. Existe uma dimensão biblioteconômica do trabalho pedagógico e uma dimensão pedagógica do trabalho biblioteconômico - é preciso cruzar e retroalimentar essas duas dimensões em favor de uma formação consequente e crítica de leitores.