Letras Contemporâneas

Letras Contemporâneas Audelina Macieira...


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Fundação Òmnira e o incentivo a novos autores


Livro, leitura e literatura precisam caminhar junto com o leitor. Sem esquecer todos os outros profissionais envolvidos na cadeia produtiva, bem como arquivistas, bibliotecários, mediadores de leitura, editores, vendedores de livros etc. Este trabalho não é fácil, pois envolve interesses diversos e precisa, como toda atividade profissional, de incentivo, investimento, dinheiro.

E dinheiro não pode, de forma alguma, ser o principal objetivo de quem lida com cultura. Sem dinheiro, porém, não se pode fazer nada. Este é o dilema, o muro que separa o livro do leitor, a pedra no meio do caminho de todos nós. Navegando contra marés, maremotos, tsunamis e todo tipo de boicote, alguns sobrevivem. Talvez esta seja a saída: não olhar o tamanho da pedra, tentar quebrá-la ou se desviar do obstáculo. É admirável o que Roberto Leal faz, como ele consegue driblar as adversidades e permanecer na luta, mesmo com os nocautes vindos de todos os lados.

Mas este guerreiro das letras não espera os dez segundos para se levantar e recomeçar a luta. Ancorado no Parque São Cristóvão, uma das regiões mais distantes do centro da cidade do Salvador, ele e a Fundação Òmnira persistem, investem em novos talentos, tanto do mundo das letras quando no mundo do esporte, pois não só de pão vive o homem, e nem só de letras vive a nossa cultura.

Cultura não é algo que se acha pronto, empacotado, numa prateleira de supermercado ou numa loja da esquina. É preciso tempo, cultivo, cuidado, poda, adubação, colheita, plantio. O tempo, porém, nem sempre está a favor; o clima, idem. Mas há que se esperar novo inverno e novo verão, novo outono e nova primavera. O processo não é fácil nem rápido. Por isso o trabalho de Leal tem consistência, pois se ancora no Círculo de Estudo Pensamento e Ação – CEPA, onde a semente original foi adubada, germinada, sob orientação do Mestre Germano Machado.

E a cada colheita, a cada nova safra, o trabalho da Ómnira vem florescendo e tomando corpo. Os novos autores estão ávidos por escrever, procurando espaço para recitar, começar, quem sabe, uma nova carreira. Muitas portas e janelas podem ser encontradas, mas uma, a da Òmnira, nunca se fecha e jamais se recusa a acolher um novo rebento. Esta é a diferença que é realizada desde a fundação, em 25 de março de 1998. De lá para cá já foram publicados 41 livros, realizados dois encontros de escritores independentes e lançadas quatro edições da revista Òmnira. Ao todo, mais de 600 autores novos publicaram seus textos e deixaram suas marcas na história da literatura brasileira. Dentre eles, nomes como Alberto Peixoto, Cosme Custódio, Edla Angelim, Krishnamurti Góes dos Anjos, Germano Machado, Ronaldo Jacobina, Rudival Rodrigues, Urbano Félix Pugliese e Vera Aziz.

Esta labuta com literatura deve continuar, pois o celeiro é grande e a fome de leitura aumenta a cada dia. Novas frentes de batalham se abrem, desafios se colocam no percurso e o espírito guerreiro deve ser alimentado todo dia para fazer frente a novas demandas. Para suprir as carências e as lacunas da cadeia produtiva, a Fundação Òmnira se coloca, na medida de suas possibilidades, em todas as frentes: procura por novos talentos, incentiva a criação literária, divulga e faz lançamentos, semeia os autores pelo mundo literário. Do resto o tempo se encarrega. E a história fará justiça ao trabalho incansável do guerreiro das letras, Roberto Leal, e da Fundação Òminra.

Valdeck Almeida de Jesus
Escritor e Jornalista
www.galinhapulando.com

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