Luiz Vaz de Camões (1524/25(?)-1580), nasceu pobre e morreu quase miserável. De sua vida a maior parte do que sabemo confunde-se com lenda. Este poeta foi mais que o maior criador renascentista português, pois po si só vale uma literatura inteira, como escreveu Schlegel.
Durante muito tempo, a genialidade de "Os Lusíadas" - a maior epopéia do Renascimento - absorveu quase tudo que se lia a seu respeito. Entretanto, sua "Lírica" tornou-se reconhecida com uma das mais importantes de toda a cultura ocidental.
Os poetas de Camões não dialogam somente com a sensibilidade do leitor, mas também com sua inteligência. Portanto, não é possível separar emoção e razão neste genial. Muitos deles são reflexões sobre o amor, questionamentos da existência, tentativas de definir poeticamente a universalidade e a imtemporalidade da vivência amorosa e de suas significações para a condição humana.
A tentativa de atingir uma sintese reunificadora dos opostos - o amor-espírito versus o amor carne; a perfeição do mundo das idéias versus o desconcerto do mundo real; o saber e experiência feito versus o saber de quem vem dos livros etc - faz com que a poesia camoniana seja não apenas a expressão mais elevada da tradição medieval e da novidade classicista. Ela prenuncia o Barroco, além de aparecer de boca em boca, nos mais insuspeitados lugares, neste "antipoético" final de século.
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