"Aprender a aceitar os infortúnios sem se alquebrar" foi um dos ensinamentos mais difundidos da filosofia estoica, linha de pensamento que vicejou na tardia Antiguidade grega e que se tornou popular e influente durante a turbulência política de Roma no ano 1. O acento moral, recorrente nos tratados em que Sêneca (4 a.C. - 65) refletiu sobre temas como a brevidade da vida, o controle da ira e a tranquilidade da alma, predomina também em suas tragédias. Nesses textos poéticos, o célebre orador retoma mitos consagrados na tradição grega, como a tragédia "Édipo Rei", de Sófocles, e episódios da saga troiana, mas substitui o fatalismo pelo drama psicológico, o que se pode notar pela inserção de monólogos. Apesar de dominados pela fúria das paixões, seus personagens têm a chance de consultar a razão e, desse modo, desempenham a função de exemplos morais, reiterados por meio de máximas filosóficas constantes nas falas e nos cânticos entoados pelo coro.
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