Quando morreu, em 2006, Hanns Alexander era apenas o anônimo filho de uma família judia alemã forçada ao exílio em Londres na década de 1930. Pouco se sabia do seu passado como veterano da Segunda Guerra Mundial.
Em "Hanns & Rudolf", Thomas Harding, sobrinho de Hanns, investiga sua vida e descobre a fantástica história de um jovem judeu-alemão que, a serviço do exército britânico, rastreou e capturou Rudolf Höss, comandante de Auschwitz.
Sem esteriótipos ou determinismos, Harding faz uma biografia paralela dos dois homens, evitando a tentação de defini-los pelo encontro entre vilão e vítima. Em vez disso, o autor investe em uma longa pesquisa onde Rudolf aparece como um personagem muito mais complexo. Um homem que, apesar da fria competência em orquestrar a monstruosidade das câmaras de gás, era cheio de dúvidas e precisou se adaptar às exigências morais da sua função.
O resultado é uma narrativa eletrizante onde o cenário de um dos episódios mais assombrosos do nosso tempo revela, por um lado, a arquitetura psicológica por trás da atrocidade do Holocausto e, por outro, a história de um judeu que procurou justiça para seu povo.