Murilo Rubião é hoje um clássico do conto brasileiro do século XX"", afirma o professor Jorge Schwartz. A mesma certeza terá o leitor ao ler os onze contos deste livro, em que se confirma o espantoso poder que tem Murilo de narrar, como se fossem fatos corriqueiros, acontecimentos os mais inusitados - por detrás dos quais, no entanto, descobrimos realidades bem familiares. Como na história só aparentemente absurda do pirotécnico que, morto, segue vivendo. Ou do coelhinho que aborda o narrador com um pedido de cigarro e, mutante, se insinua em sua vida. Ou ainda no desespero do mágico devorado por sua própria capacidade de operar prodígios. O pirotécnico Zacarias, com posfácio de Jorge Schwartz, é uma excelente porta de entrada para a obra de um dos grandes ficcionistas brasileiros do século XX, um escritor que antecipou em muitos anos a voga do realismo fantástico. Com organização de Humberto Werneck, todos os contos de Murilo Rubião foram reunidos em três volumes de edição caprichada (O pirotécnico Zacarias, A Casa do Girassol Vermelho e O homem do boné cinzento), cada um deles com um prefácio do organizador, um posfácio de um crítico renomado, fotos, cronologia e bibliografia. O pirotécnico Zacarias inclui os contos ""O pirotécnico Zacarias"" (1947), ""O ex-mágico da Taberna Minhota"" (1947), ""Bárbara"" (1947), ""A cidade"" (1947), ""Ofélia, meu cachimbo e o mar"" (1947), ""A flor de vidro"" (1953), ""Os dragões"" (1965), ""Teleco, o coelhinho"" (1965), ""O edifício"" (1965), ""O lodo"" (1974) e ""A fila"" (1974).