Ensaio sobre a cegueira

Ensaio sobre a cegueira José Saramago




Resenhas - Ensaio Sobre a Cegueira


3050 encontrados | exibindo 181 a 196
13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 |


Marina 27/10/2021

Horrível, 10/10
Um tapa na cara da primeira página até a última. Um livro brutal, escatológico, visceral em suas descrições e sofrimentos. Saramago se propôs escrever sobre a desumanização daqueles que até então se consideravam civilizados, sua pouca fé na humanidade fica evidente em cada sentença.

Dois anos atrás eu teria achado os acontecimentos pós epidemia de cegueira exagerados, que Saramago era muito pessimista e as pessoas são capazes de pensar no coletivo mesmo quando levadas ao limite. Hoje, sei que ele estava certo. E aqui não quero dizer que as pessoas são más ou incapazes de empatia e compaixão, esse não é ponto do livro, claro que ainda há aqueles capazes de "ver" em meio ao caos. A questão é que isso não é o suficiente, e nem é responsabilidade dessas pessoas reparar o que está destruído.

O que esses últimos anos e esse livro marcaram de vez em minha mente é que não existe coletividade em meio a necropolítica. Onde o governo se ausenta e foge de suas responsabilidades, considerando vidas descartáveis, a humanidade já morreu. Se as pessoas são abandonadas a própria sorte em circunstâncias de horror, como não esperar que civilidade se dissolva?

Tenho minhas críticas a escrita um tanto capacitista que Saramago adota em alguns momentos. Porém, é impossível dizer que esse livro não é maravilhosamente construído, com uma das personagens mais interessantes que eu já li em minha vida. É uma história horrível, recomendo a leitura.
comentários(0)comente



Carol Passinho 19/03/2021

Ensaio sobre a Cegueira
Indescritível, pedrada atrás de pedrada.
Senti náuseas ao ler algumas partes, mas a experiência de ler esse livro é algo que te leva a várias horas de reflexão sobre aquilo que nos torna humanos.
Minha dica é que não leia durante a pandemia, este livro é do tipo que pode abalar psicologicamente mas que é necessário.
comentários(0)comente



lmjstxrm0 09/02/2024

Ensaio sobre a cegueira
"Tinha sangue nas mãos e na roupa, e, subitamente, o corpo exausto avisou-a de que estava velha, Velha e assassina, pensou, mas sabia que se fosse necessário tornaria a matar, E quando é que é necessário matar, perguntou-se a si mesma enquanto ia andando na direcção do átrio, e a si mesma respondeu, Quando já está morto o que ainda é vivo."
comentários(0)comente



Bárbara 06/05/2020

Leitura obrigatória
Li há bastante tempo, mas é um livro sensacional. Pretendo lê-lo novamente.
A escrita do autor e a forma de contar a história, realmente, ótimo livro
comentários(0)comente



Dhewyd 18/01/2022

A Treva Branca
“Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem”.
Através do trecho acima, retirado da obra de Saramago, já podemos compreender a complexidade do livro, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1998. Confesso que no começo não é um livro de fácil leitura, considerando que o texto não usa recursos típicos do discurso direto, como estava habituado, não se utiliza de parágrafos, travessão e muito menos de aspas, mas sim é um discurso fluído e contínuo.
Nos é apresentado uma distopia, que no contexto atual, posto que vivemos em tempos pandêmicos, soa verossímil. As pessoas de uma hora para outra começam a ficarem cegas, sem nenhuma explicação aparente, a visão delas é embaçada totalmente por uma treva branca, como se tivessem banhados por um mar de leite.
Os personagens da obra, não possuem nomes, eles são identificados por suas características, como por exemplo, um menino estrábico, o primeiro cego, a mulher do médico. Fato este que alegoricamente mostra que todos se encontram em posição de igualdade, e que todos estão cegos, sem distinção.
E a partir do momento que as primeiras pessoas vão cegando, o governo as retira do convívio social e as colocam em quarentena, em instalações previamente definidas, como escolas, sanatórios e etc.
Nestas quarentenas, se começa a degradação do ser humano, a privação da visão, o confinamento, a falta de comida para todos, terem que aprender a dividir e se organizarem os fazem perder toda a dignidade, a ponto de travarem lutas entre cegos, estupros coletivos e diversas barbáries, e a constante procura pelo poder, nessa nova sociedade a ser construída.
Com o passar do tempos, quase todas as pessoas ficam cegas, e nos é mostrado através da intensidade e do sofrimento, as reações das pessoas nessa nova era, a incapacidade, a falta de empatia, a devastação da moral o desprezo e o abandono, a luta por uma simples lata de alimentos e as condições análogas a animais.
Utilizando-se palavras do próprio autor, podemos ter a noção de quão angustiante e pesado é a obra: “Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso.”
Fui fisgado pela estória, a cada página me sentia mais angustiado e perturbado, esperando ansiosamente o desenrolar e o que aconteceria com os personagens principais. Não atoa este é um dos livros mais famosos de Saramago e que vale com certeza a leitura.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



onedgirl17 15/10/2021

Um bom livro para quem quer começar a ler clássicos
"Ensaio sobre a cegueira" é um clássico da literatura portuguesa, mas um clássico que não exige esforço por parte do leitor para a compreensão da narrativa, mas demanda atenção para com o texto. O não uso de pontuações faz com que a história de Saramago te faça prender a respiração do começo ao fim.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
mkusey 02/02/2022minha estante
mds que resenha...




regifreitas 21/02/2022

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (1995), de José Saramago.

Releitura de um dos romances considerados entre as obras-primas do Nobel de Literatura português, José Saramago.

No meio do trânsito de uma grande metrópole, um motorista cega, repentinamente. Não é uma cegueira comum: trata-se de uma "treva branca". Mas o que parecia um fato incomum e isolado, de repente torna-se uma epidemia, pois aos poucos toda a população passa a sofrer do mesmo mal. Toda, não. Uma única mulher, esposa do oftalmologista procurado pelo primeiro cego, torna-se a única a manter a visão naquele mundo.

Esse, resumidamente, é o mote inicial da obra de Saramago, que passa a explorar a adaptação daquelas pessoas a essa nova realidade. Num primeiro momento, todos que contraem o mal são isolados num antigo manicômio, cercados e mantidos cativos pelo exército. Dentro desse microcosmo, acompanhamos a degeneração física e moral daquela gente.

Aqui possivelmente tenhamos o Saramago mais circunspecto de toda a sua produção. Talvez por conta de toda a degradação e desgraça retratadas pelo autor, não soaria de bom tom suas costumeiras tiradas sarcásticas. Não que não exista humor no texto, ele aparece, mas de forma bem pontual. O próprio autor disse em entrevistas que esta foi das suas obras de escrita mais difícil por conta das cenas aterradoras que teve que narrar.

Não é uma leitura fácil. Muitas das situações relatadas são revoltantes e mexem com o estômago do leitor, tais as minúcias empregadas por Saramago ao descrevê-las. Momentos de esperança e solidariedade são raros. Em meio à calamidade e ao caos que assola aquela população, surge o pior do ser humano. Trata-se de uma alegoria sobre os rumos que a humanidade está tomando, sobre o fato de vermos, mas não enxergamos muitas das mazelas que assolam uma parcela significativa das pessoas deste planeta.

Como toda grande obra de arte, o romance está aberto a múltiplas interpretações. É um Saramago no seu auge como criador!
comentários(0)comente



Rafa Amorim 24/04/2023

Ver nos torna cegos quando escolhemos não apenas o que devemos ou não ver, mas o que deve ou não fazer parte de nossa vida e o que não faz parte das nossas vidas nós retiramos de nosso campo de visão e do nosso campo de alcance, deixamos longe de um modo que esse algo que não queremos em nossa vida não pode, ou ao menos acreditamos assim, nos alcançar.
comentários(0)comente



diego.sena 24/11/2021

As imagens não veem. Engano teu, as imagens veem com os olhos que veem, só que agora a cegueira é para todos."

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos."

Deixo aqui a minha recomendação de leitura para Ensaio Sobre a Cegueira do José Saramago.

Este foi meu primeiro contato com o autor e fiquei - acho que como todos que o lê - encantado. Esse livro fala mais sobre a vida e sobre quem nós somos, o que sentimos e quem nós fomos do que qualquer outra coisa.

Cheio de reflexões que vão te levar a refletir um bocado sobre tudo que você tem feito.

Leiam, vale mega a pena.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



raquelrocha 09/07/2021

Não era nada que eu esperava
Comprei esse livro, por causa, de uma indicação de um amigo, porém já escutava muito sobre ele, principalmente, a escrita do Saramago e os seus longos parágrafos. De início, já digo que a escrita é maravilhosa, não fiquei incomodada em nenhum momento, não tive dificuldade em entrar na história e amei a forma que o escritor escreve. Posto isso, não esperava todas às camadas do livro, não sabia que era um livro tão pesado. Em muitos momentos, não tive vontade de continuar com a leitura, por causa da semelhança entre o livro e a realidade que estamos vivendo com o Covid-19 no Brasil. Durante a leitura são vários os trechos que grifei e que lembrou-me uma música do Emicida " É tudo pra ontem", foi esse o ponto que mais tocou em mim e por isso, tornou- se um favorito meu. Saramago é perspicaz na mensagem, na qual fala sobre a humanidade e como os humanos são uns com os outros e nossa vida em sociedade. Em suma, a história é complexa, muitas partes claustrofóbicas e têm diversos gatilhos, achei o final bom, mas não esperava por tal, entretanto novamente, lembrou-me a música do Emicida que citei logo ali. Recomendo demais o livro e a música, além que esse livro pode gerar diversos debates muito interessantes.
comentários(0)comente



Jackie! 11/06/2023

Alegoria!
Que livro f*da! Ler isso aqui recém saída de uma pandemia foi uma grande experiência. Ver como os humanos agem em meio ao isolamento é assustador, mas agora parece muito mais crível e realista!

Me senti uma espectadora, quase como se estivesse assistindo a um filme. Foi bem empolgante acompanhar como a história vai escalonando, mesmo com situação indo de mal a pior, foi bem interessante ver eles aprendendo a trabalhar em grupo e tentando sobreviver aos novos e velhos perigos.

O livro funciona como uma alegoria, mostrando o que as pessoas são capazes de fazer quando ninguém está vendo.

PS: A história contém vários gatilhos e cenas descritas de forma bem explícita.
comentários(0)comente



Xuneor 09/06/2023

"Cegos que, vendo, não vêem".
Que livro espetacular!
Demorei algum tempo pra me acostumar com o livro e a escrita do autor, o que tornou a leitura um pouco massante, e me fez pensar se tinha escolhido o livro certo.
Mas ainda bem que eu insisti mais no livro, pois foi um dos melhores que já li.
A força do enredo, as críticas sociais, o poder que o livro ganhou (pra mim) depois de passarmos por uma pandemia... simplesmente fantástico.
Mas, sem dúvidas, a melhor coisa desse livro é a Mulher do Médico! a potência que ela adquire com o desenrolar da história... é de arrepiar!
Livraço, leiam!
Caio 09/06/2023minha estante
Saramago é muito bom.




3050 encontrados | exibindo 181 a 196
13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR