Ensaio sobre a cegueira

Ensaio sobre a cegueira José Saramago




Resenhas - Ensaio Sobre a Cegueira


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regifreitas 21/02/2022

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (1995), de José Saramago.

Releitura de um dos romances considerados entre as obras-primas do Nobel de Literatura português, José Saramago.

No meio do trânsito de uma grande metrópole, um motorista cega, repentinamente. Não é uma cegueira comum: trata-se de uma "treva branca". Mas o que parecia um fato incomum e isolado, de repente torna-se uma epidemia, pois aos poucos toda a população passa a sofrer do mesmo mal. Toda, não. Uma única mulher, esposa do oftalmologista procurado pelo primeiro cego, torna-se a única a manter a visão naquele mundo.

Esse, resumidamente, é o mote inicial da obra de Saramago, que passa a explorar a adaptação daquelas pessoas a essa nova realidade. Num primeiro momento, todos que contraem o mal são isolados num antigo manicômio, cercados e mantidos cativos pelo exército. Dentro desse microcosmo, acompanhamos a degeneração física e moral daquela gente.

Aqui possivelmente tenhamos o Saramago mais circunspecto de toda a sua produção. Talvez por conta de toda a degradação e desgraça retratadas pelo autor, não soaria de bom tom suas costumeiras tiradas sarcásticas. Não que não exista humor no texto, ele aparece, mas de forma bem pontual. O próprio autor disse em entrevistas que esta foi das suas obras de escrita mais difícil por conta das cenas aterradoras que teve que narrar.

Não é uma leitura fácil. Muitas das situações relatadas são revoltantes e mexem com o estômago do leitor, tais as minúcias empregadas por Saramago ao descrevê-las. Momentos de esperança e solidariedade são raros. Em meio à calamidade e ao caos que assola aquela população, surge o pior do ser humano. Trata-se de uma alegoria sobre os rumos que a humanidade está tomando, sobre o fato de vermos, mas não enxergamos muitas das mazelas que assolam uma parcela significativa das pessoas deste planeta.

Como toda grande obra de arte, o romance está aberto a múltiplas interpretações. É um Saramago no seu auge como criador!
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M.R. 21/01/2023

Em terra de cego, quem tem olho é rei
Apesar de não gostar de como foram escritos os diálogos por que muitas vezes eu me perdia kkkkkk, gostei bastante desse livro.
Nessa obra, José Saramago descreve um mundo em que uma doença de cegueira branca se alastrou por ser contagiosa, e os infectados foram colocados em "abrigos", que de abrigo aquilo não tem nada. Para mim, esse livro trata sobre a verdadeira faceta do ser humano e o quão longe ele pode ir pra poder salvar sua própria pele e que se dane os outros. A pior doença não era a cegueira, e sim a desumanização. "É dessa massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade." "Provavelmente, só num mundo de cegos as coisas serão o que verdadeiramente são." É bem difícil ler tudo o que acontece, não por conta da escrita complicada, mas porque é tudo tão horrível. Não quero nem comentar a cena dos estupros, tudo foi mais complicado pras mulheres.
Enfim, é um livro que merece ser lido e refletir sobre a humanidade. Gostei principalmente do humor ácido e sarcástico que contém e do fato de que não foram citados nomes, apenas identificações, como se não importasse quem é você.
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Suzana 20/11/2021

Ensaio sobre a Cegueira
Acredito que ainda vou precisar de um pouco mais de tempo para digerir essa obra, mas vou fazer a resenha mesmo assim.

Tive um pouco de dificuldade com a escrita do Saramago, principalmente em entender os diálogos (ele não usa travessões nem aspas) e isso prejudicou um pouco minha experiência de leitura. Talvez se eu já fosse mais acostumada com o estilo dele tivesse me aprofundado mais na história.

Esse livro não é para todos e para mim não funcionou muito. Sinto que estou terminando ele meio que indiferente, ainda não senti o peso que dizem que ele tem.

Mas mesmo que não tenha me impactado tanto, tenho certeza de que esse livro deve ser lido por todos. Ele é do tipo que te deixa pensando na história por muito tempo, refletindo nas questões que são apresentadas.

Enfim, leiam.
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Tassiane 20/06/2020

Visceral
Claustrofóbico, perturbador, inquietante.
Confesso que terminei a leitura com uma sensação de vazio, de que me foram negadas explicações as quais eu queria muito, mas depois de um tempinho de reflexão me dei conta de que esse nunca foi o propósito do livro.
É um livro sobre a humanidade, e explora cada aspecto disso de uma forma que mexe profundamente com o leitor e é capaz de despertar sentimentos físicos, tamanha riqueza de detalhes.
Esse livro nós dá um outro olhar sobre aspectos do ser humano que tentamos ignorar.
Profundo.
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Carol Passinho 19/03/2021

Ensaio sobre a Cegueira
Indescritível, pedrada atrás de pedrada.
Senti náuseas ao ler algumas partes, mas a experiência de ler esse livro é algo que te leva a várias horas de reflexão sobre aquilo que nos torna humanos.
Minha dica é que não leia durante a pandemia, este livro é do tipo que pode abalar psicologicamente mas que é necessário.
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Eliza.Beth 19/10/2021

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.
Que experiência interessante!
A premissa do livro já me interessava, mas achei que seria ?muito fácil? se perder no caminho da condução da história.

É um texto muito forte, recheado de gatilhos (recomendo pesquisar sobre antes de ler).

Apesar da ideia meio absurdo de uma cegueira sem causa que atinge todos, a história não perde sua veracidade. É muito fácil acreditar que aquilo ali poderia acontecer, ou acontece. Será?

Estava muito desconfiada de um final previsível. Metade foi. Metade não. O que achei muito interessante.

Cada um vai tirar uma interpretação, mas não acho que fuja muito do que fica bem claro: mesmo vendo, a forma como nós agimos diante das situações da nossa realidade e sociedade é a mesma coisa que estar cego.
Somos cegos para o visível.
Sem olhos, valorizamos outras coisas.

Acho que vale a pena tentar questionar as coisas que vemos, mas não enxergamos. Melhor, não reparamos. Reparar aqui no sentido duplo da palavra, olhar e consertar.
Eu tento. E você?
Ana 20/10/2021minha estante
Que resenha amiga! Fiquei com mais vontade de ler agora.


Eliza.Beth 20/10/2021minha estante
Obrigada ???
É muito bom, acho que vc vai gostar tbm!


Carolina.Gomes 20/10/2021minha estante
Até arrepiei?


Eliza.Beth 21/10/2021minha estante
Depois quero acompanhar as impressões de vcs ?




Juliane.Sturm 14/12/2020

"O pior cego é aquele que não quer ver. "
Sem comentários.. amo #Saramago e esse é meu livro favorito dele... Já li 3 vezes este livro e a cada leitura me identifico mais (ainda mais nos tempos em que vivemos - mesmo sendo publicado 1995 faz muito sentido nesta pandemia). No livro Ensaio Sobre a cegueira, é perceptível o egoísmo, a tristeza, a angústia, o animal do ser humano, porém também é possível ver o trabalho em grupo, o amor, a empatia... ? A escrita de Saramago é única e faz com que, na falta de vírgulas, pontos e parágrafos, você tenha a mesma sensação do personagem..?"O pior cego é aquele que não quer ver. "
O filme tb é muito bom (com participação de atores fantásticos como Julianne Moore, Mark Ruffalo, Dany Gloover, Alice Braga, etc.), mas o livro é muito melhor!

José de Sousa Saramago foi um escritor português. Galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
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Dhewyd 18/01/2022

A Treva Branca
“Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem”.
Através do trecho acima, retirado da obra de Saramago, já podemos compreender a complexidade do livro, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1998. Confesso que no começo não é um livro de fácil leitura, considerando que o texto não usa recursos típicos do discurso direto, como estava habituado, não se utiliza de parágrafos, travessão e muito menos de aspas, mas sim é um discurso fluído e contínuo.
Nos é apresentado uma distopia, que no contexto atual, posto que vivemos em tempos pandêmicos, soa verossímil. As pessoas de uma hora para outra começam a ficarem cegas, sem nenhuma explicação aparente, a visão delas é embaçada totalmente por uma treva branca, como se tivessem banhados por um mar de leite.
Os personagens da obra, não possuem nomes, eles são identificados por suas características, como por exemplo, um menino estrábico, o primeiro cego, a mulher do médico. Fato este que alegoricamente mostra que todos se encontram em posição de igualdade, e que todos estão cegos, sem distinção.
E a partir do momento que as primeiras pessoas vão cegando, o governo as retira do convívio social e as colocam em quarentena, em instalações previamente definidas, como escolas, sanatórios e etc.
Nestas quarentenas, se começa a degradação do ser humano, a privação da visão, o confinamento, a falta de comida para todos, terem que aprender a dividir e se organizarem os fazem perder toda a dignidade, a ponto de travarem lutas entre cegos, estupros coletivos e diversas barbáries, e a constante procura pelo poder, nessa nova sociedade a ser construída.
Com o passar do tempos, quase todas as pessoas ficam cegas, e nos é mostrado através da intensidade e do sofrimento, as reações das pessoas nessa nova era, a incapacidade, a falta de empatia, a devastação da moral o desprezo e o abandono, a luta por uma simples lata de alimentos e as condições análogas a animais.
Utilizando-se palavras do próprio autor, podemos ter a noção de quão angustiante e pesado é a obra: “Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso.”
Fui fisgado pela estória, a cada página me sentia mais angustiado e perturbado, esperando ansiosamente o desenrolar e o que aconteceria com os personagens principais. Não atoa este é um dos livros mais famosos de Saramago e que vale com certeza a leitura.
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Diego Alves Z 21/01/2023

Mais pesado do que eu acreditei que seria. Um Saramago mais moderno, mais ágil, mais urbano.

Penso que estamos cego, cegos que veem. Cegos, que, vendo, não veem.
É sobre enxergar realmente o outro, é sobre nós nos enxergarmos também como criaturas falhas, frágeis e perdidas no mundo e que muitas vezes somente encontramos amparo é uns nos outros.

Tratar o próximo como gostaríamos de sermos tratados. Me parece quase bíblico e olha que o autor se dizia ateu, mas há sempre uma palavra messiânica no seu texto, uma verdade quase impositiva na dúvida.
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Julia 08/04/2021

Um livro maravilhoso, porém quem toma a decisão de ler precisa estar ciente que o livro é pesado em todos os sentidos, vou reler ele ainda porque aprendi muito e quero captar mais coisas
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Mari 13/04/2021

Clássico atemporal
Li esse livro pela primeira vez quando tinha uns 16 anos e lembro que foi muito difícil na época me acostumar à maneira de escrever de Saramago. Agora, anos depois e em meio à pandemia, fiz novamente a leitura e pude absorver o livro de uma outra maneira, me acostumando melhor a essa maneira de escrever. É um livro muito pesado e forte, que tem muito a nos ensinar e nos fazer refletir enquanto sociedade. Cheio de frases que ficam na nossa mente, dá vontade de parar um pouco a leitura e contemplar o que foi dito. Se você nunca leu essa obra, prepare-se emocionalmente antes, porque é um livro cru, mas que vale muito a pena ser lido!
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Bárbara 06/05/2020

Leitura obrigatória
Li há bastante tempo, mas é um livro sensacional. Pretendo lê-lo novamente.
A escrita do autor e a forma de contar a história, realmente, ótimo livro
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mkusey 02/02/2022minha estante
mds que resenha...




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