O Homem Eterno

O Homem Eterno G. K. Chesterton




Resenhas - O homem eterno


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joaoaranha 24/02/2022

Boa Apologética
Ler obras de uma linha de pensamento o qual não é o favorito, assim como fiz com "O Homem Eterno", de G.K. Chesterton, pela Mundo Cristão, deveria ser um exercício continuo, da minha parte.

Em seu estilo ortodoxo, aquele que é considerado uma das inspirações de C.S.Lewis apresenta, no estilo que lhe era permitido em sua época e cultura, uma visão interessante sobre a eternidade de Deus e a limitação do homem no decorrer da história, numa espécie de apologética bem peculiar.

Leia esse livro sem anacronismos, retenha o que é bom, e terá uma boa obra para reflexão. Recomendado.
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Thayane Oliveira 16/02/2022

???
O livro é incrível é mais um daquelas respostas do Chesterton ao mundo. Existe na história algo comparável ao Cristianismo? Existe um evangelho eterno e imutável em outro lugar? Existe outro homem único como Cristo que ao mesmo tempo era mortal e imortal?
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Thalita 18/08/2021

Que livraço! No entanto não consegui acompanhar o raciocínio em diversas partes. Me sinto muito pequena diante desse livro.
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Renata 03/07/2021

Homem x Cristo
O livro se divide em duas partes: a primeira apresenta uma visão do homem pagão, antes do cristianismo e sua relação com a natureza e o surgimento dia mitos. A segunda parte faz o paralelo com Cristo histórico/religioso. O livro apresenta pontos de vista muito curiosos sobre a relação dos pagãos com a mitologia e como essa relação evoluiu e se completou com o cristianismo. Apesar da abordagem diferenciada, o autor divaga bastante e as vezes se perde em devaneios, o que deixa o livro um pouco cansativo e mais difícil de acompanhar. Interessante para todos os cristãos/católicos mas precisa de foco para conseguir aproveitar e se aprofundar no texto.
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LangDLivia 01/06/2021

Bão demais?
Na primeira parte, Chesterton fala sobre um paganismo bom e um paganismo ruim, e faz um paralelo entre Roma e Cartago. Me sinto minúscula diante desse livro, segunda vez que li e ainda assim não entendi muito do que ele escreve. Na segunda, sobre a diferença entre o paganismo bom e esse mesmo paganismo após se tornar cristão. Chesterton nos faz, pra dizer o mínimo, desconfiar dos cientistas quando dão explicações sobre a vida do homem pré-histórico com base em suposições do comportamento do próprio homem pré-histórico.

Esse livro é muito mais do que qualquer coisa que eu diga.

"Ora, se examinássemos o que está sob a superfície da história, coisa que não é minha intenção fazer aqui, suspeito que acharíamos vários casos em que a cristandade foi assim, pelo que tudo indicava, internamente esvaziada pela dúvida e a indiferença, de modo que só sobrava a casca do velho cristianismo assim como subsistira por tanto tempo a casca do paganismo. Mas a diferença é que, em todos os casos em relação à fé, os filhos eram fanáticos quando os pais haviam sido relapsos."

"A resposta é que, exatamente como alguns poderiam ter pensado que a Igreja era simplesmente uma parte do Império Romano, outros mais tarde poderiam ter pensado que a Igreja era apenas uma parte da Idade das Trevas. A Idade das Trevas terminou como terminou o Império, e a Igreja deveria ter desaparecido com eles, se também tivesse sido uma das sombras da noite. Foi outra dessas mortes espectrais ou simulações da morte. Quero dizer que, se o nominalismo houvesse prevalecido, teria sido o começo de uma confissão de que o cristianismo havia fracassado. Pois o nominalismo é um ceticismo muito mais fundamental que o simples ateísmo. Essa era a pergunta que abertamente se fazia à medida que a Idade das Trevas se abria paulatinamente naquela luz diurna que chamamos de mundo moderno. Mas qual foi a resposta? A resposta foi Tomás de Aquino ocupando a cadeira de Aristóteles, transformando todo conhecimento em seu território; e dezenas de milhares de rapazes, descendo até as classes mais baixas de camponeses e servos, vivendo em trapos e alimentando- se de migalhas em volta das grandes faculdades para ouvir a filosofia escolástica."
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André 26/05/2021

O homem eterno
Cheterston é realmente dotado de muito bom senso e raciocínio privilegiado. Esse livro é bem fundamentado pela razão e demonstra como o cristianismo é realmente um ma forma de se manter a sanidade mental. Mas no curso da narrativa ele enveredou em temas que não me interessavam muito e fez digressões muito grandes em temas como mitologia e outros temas secundários. Todavia é uma narrativa muito inteligente, um passeio histórico sobre história da humanidade.
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Alejandro.Jonathas 29/12/2020

Para cristãos amantes de história
Quando comecei a ler pensei que se trataria de um livro somente com teor cristão, mas estava errado. O autor mostra o crescimento da civilização e crítica o excesso de suposições naquilo que não pode ser explicado.
O livro mostra as crenças dos povos antigos, assim como o porquê de sua criação. Mitologia, filosofia, credos e ateísmo. O livro explana sobre isso e muito mais.
Porém é necessário um conhecimento prévio a respeito de história. Demorei muito a entender daquilo que o autor fala, pois não tenho muito conhecimento sobre história.
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Anna 02/08/2020

Chesterton é genial!
Em suas palavras fica claro que o autor trás consigo uma boa bagagem cientifica e histórica, principalmente histórica. Demorei um pouco para me conectar com o fluxo de raciocínio desse livro, então ele acabou sendo um desafio para mim. As notas dessa edição me ajudaram bastante na compreensão do texto, mas mesmo com elas senti a necessidade de parar a leitura em alguns momentos e pesquisar sobre o que estava sendo falado. Por conta dessa minha limitação acho que acabei deixando algumas informações passarem então pretendo relê-lo em algum momento. Por ser adepto da doutrina católica, Chesterton insere alguns desses preceitos no livro, mas no geral ele aborta o cristianismo na humanidade de maneira abrangente tornando essa obra muito interessante para quem estar começando a se aprofundar no tema.
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anoca 22/07/2020

Excelente
A capacidade de argumentação do autor é desnorteante, assim como sua fluidez em expor pensamentos complexos de maneira tão simples
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almeidalewis 02/05/2020

A obra que provocou lewis
Chesterton e suas obras falam por si só. O que dizer desse clássico: O homem eterno ? E o que dizer do seu escritor ? Escritor,filósofo,palestrante, Biógrafo, crítico de artes inglesas, poeta,Dramaturgo,jornalista.
um escritor prá lá de multifacetado que escreveu sobre diversos assuntos ( 4 mil artigos,mais de 40 livros ).

Esse homem que viveu nos mais diferentes movimentos culturais da sua época ( era vitoriana e era Eduardiano ) adquiriu sua formação cultural independente dos paradigmas que temos hoje em dia,aprendeu com seu alto didatismo.O paradoxo foi uma das suas marcas.

Carpeux fez questão de introduzir chesterton na história do ocidente.deixou sua marcas em grandes mestres literários como García Márques, T.S.Eliot dentre outros no campo de líderes de libertação seus textos influenciaram MARTIN LUTHER KING,GANDHI,MICHAEL COLLINS

O HOMEM ETERNO

Uma resposta a um livro ( História universal 1920 ) escrito pelo Historiador Wells ,somo convidados a uma visão Histórica da humanidade.

Cap 1- vai se desenvolver a questão da origem do homem das cavernas ( título do cap O homem na caverna )

Cap 2 -Se desenrola a exposição da desonestidade intelectual dos cientistas sociais do seu tempo que retiraram conclusões na ausência de fato ou de provas de suas afirmações/teorias ( titulo do cap catedráticos e homens pré-históricos )

Cap 3 - Se discute que o selvagem evoluiu e nele temos o homem civilizado....reflexão a respeito do barbarismo ( titulo do cap A antiguidade da civilização )

Cap 4 - Vai tratar das religiões como é uma falácia e que essas ciências manipulam seus conceitos em questão da religião comparada como esses conceitos são enlarguecidos até perder seu significado ( titulo Deus e a religião comparada )

Cap 5 - ( O homem e as mitologias) considerados um dos mais espinhosos e mais difícil ele desenrola como a ideia de Deus foi mudando até chegar nos deuses...

O livro tem a segunda parte : O homem chamado Cristo que são mais 6 capítulos ( o primeiro tem 8 capítulos)

Cada capítulo do livro se divide em 3 movimentos e 3 partes

1 - conceitos, coisas que aparentemente não tem nada haver com o título do livro 2/3 do capítulo explana o assunto do livro e na terça parte final ele parece fundir a introdução conceitual e vemos pq ela existiu fazendo assim sua conclusão ou catarse.

O livro não é dos mais fáceis dele se recomenda começar por tremendas trivialidades ou o essencial de chesterton.
Li ortodoxia em 2008,O que há de errado com o mundo em 2020 e agora reli o homem eterno ( o livro q ele fez quando realizou a mudança do anglicanismo para o catolicismo.

QUANDO A HUMANIDADE COM QUASE TODA CERTEZA ERA HUMANA,NÓS SÓ PODEMOS FAZER CONJECTURAS COM O MÁXIMO DE DUVIDA E CAUTELA. ESSA CULTURA ESTÁ SATURADA DE CURIOSIDADE;E O QUE ELA NAO SUPORTA É A AGONIA DO AGNOSTICISMO. PAG 45

Ass : Alexsandro G. Almeida 27/12/2020
Leituras e Reflexões 28/12/2020minha estante
??

Preciso ler o meu exemplar ?


almeidalewis 28/12/2020minha estante
Essa segunda leitura desanuviou muito o entendimento da obra ??


Leituras e Reflexões 28/12/2020minha estante
Confesso que agora eu fiquei receosa de ler e não entender nada ?


almeidalewis 28/12/2020minha estante
Porque ? O objetivo não é gerar medo e sim esclarecer mais pontos a respeito da obra.


Leituras e Reflexões 29/12/2020minha estante
Rsrs. Sim sim. Eu que fiquei mesmo. Mas vou com medo mesmo esse ano kkkkk


almeidalewis 29/12/2020minha estante
Eu na primeira vez entrei de gaiato,não sabia quase nada apenas que tinha influenciado Lewis ? e que por isso já era digno de leitura. ?


Leituras e Reflexões 29/12/2020minha estante
Por isso também que fiz questão de tê-lo na minha estante




Claudio 07/04/2020

O Homem Eterno, Deus Encarnado
G. K.Chesterton é um autor do século passado, anglicano que depois se tornou católico, considerado um dos maiores pensadores de seu tempo. Da mesma época de H. G. Wells teve forte influência no pensamento de C. S. Lewis. Nesta obra fenomenal dividida em duas partes Chesterton trata sobre o aparecimento da criatura chamada Homem e do surgimento homem chamado Cristo. Importante salientar que no início do livro Chesterton define sua obra como histórica, cujo escopo abrange o desenvolvimento da raça humana do paganismo ao cristianismo como algo prodigioso e divino

A primeira parte é dividida em oito capítulos. Trata desde o surgimento das primeiras evidências do homem nas cavernas, sua arte representativa da realidade, o surgimento da civilização e da ideação de uma divindade na cultura humana e a desenvolvimento da mitologia na formatação das sociedades greco-romanas da antiguidade. Mostra como o panteão mitológico perde espaço para outras modalidades de crenças mais próximas da realidade das pessoas, que vem atender as suas necessidades mais básicas. Neste contexto da criatura homem surge o homem Cristo, advindo de um povo que guardava para si elementos de um monoteísmo que sobreviveu a séculos no meio de sociedades politeístas.

A segunda parte dividida em seis capítulos trata então, do homem chamado Cristo. O homem estupefato encontra no Cristo ressurreto a respostas para seus anseios que a mitologia politeísta não conseguia oferecer. Este Cristo, chamado Jesus faz com que os homens olhem para dentro de si, para suas ações e intenções do coração sem deixar de contemplar o próximo e a natureza. Neste novo olhar o homem se encontra e percebe a realidade de sua miséria e a redenção que lhe é oferecida gratuitamente.

Chesterton aponta finalmente para a singularidade da fé cristã e da existência da própria igreja, não como instituição, mas como corpo místico formado por pessoas que carregam a mensagem de uma boa nova eterna. Em sua análise, contra essa verdade os céticos nada podem.

“Não creio que a melhor maneira de produzir um esboço da história seja apagar as linhas”

O Homem Eterno é uma obra para ser lida e relida dada as circunstâncias na qual foi escrita: o renascimento do agnoticismo e do ateísmo pós primeira guerra mundial. Ideias propagadas por Nietzsche, Darwin e Freud confrontavam as bases sobre o qual a criatura humana havia firmado seu alicerce intelectual. Chesterton aponta que os fundamentos colocados pelo homem chamado Cristo são inabaláveis pois são alicerçadas na fé, na verdade e no amor.
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migaindicaumlivro 07/04/2020

Um livro para pensar.
?"O ser humano não é apenas um ser econômico, nem puramente material, suas conquistas históricas não se ligam apenas ao materialismo". Esta citação de G.K. Chesterton, feita no clássico cristão, "O Homem Eterno", parece casar perfeitamente com o momento que vivemos, cheio de questionamentos, em que muita coisa que temos ou conquistamos perdeu o valor ou não faz o menor sentido.

Este livro narra a história da humanidade a partir da figura de Cristo, contrargumentando as críticas feitas a época a fé cristã.

Confesso que foi um livro difícil de ler por ser muito denso, mas que me fez repensar muita coisa neste período de quarenta.
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Ericarjflor 23/03/2020

Gostei muito, mas em comparação com Ortodoxia achei o segundo melhor.
Rogério 25/03/2020minha estante
Preciso dar um jeito de tirar um tempo para ler os livros do Chesterton. Eles são complicados de se ler, Erica?


Ericarjflor 26/03/2020minha estante
São livros desafiadores, mas também não precisa ser nenhum super intelectual para entender.




Lucio 28/05/2019

A História como Testemunha da Singularidade do Cristianismo
Esta é uma obra já de maturidade de Chesterton. Completa sua celebrada trilogia - que começa em 'Hereges', passa pela 'Ortodoxia' e finalmente chega aqui, cerca de duas décadas depois do segundo título. E o filósofo mantém o brilhantismo.

A obra é dividida em duas partes. Nas duas notamos uma 'redução ao absurdo' que no fim se converte em discurso positivo em prol da tese pretendida. Na primeira, começa mostrando como as noções naturalistas do homem, que o concebem como mero animal, e interpreta a história dessa forma, cai em teorias ridículas, como a nada evidente história do homem das cavernas com seu porrete a espancar mulheres. Antes, vemos no que realmente temos de concreto, o homem sendo homem desde o início, demonstrando habilidades artísticas que não se encontram em animal algum. Então, o homem não só era homem desde o início, como podemos contestar se ele emerge mesmo da barbárie politeísta para a civilização monoteísta, como presumem os especialistas (céticos) em religião. E o que temos de concreto é que desde cedo nos deparamos com civilização. E que é muito plausível conceber que o monoteísmo escapou aos homens por sua concepção transcendente demais. Os homens ainda demandavam sentido para o mundo e a sensação de que havia algo mais os fez criar seus mitos. Mas sabiam que seus mitos eram poesia. Não logravam o mesmo estatuto da fé. Lado outro, lá estavam os filósofos. Mas essas coisas coexistiam, pois não tinham a mesma pretensão, o mesmo estatuto gnoseológico.
As nações se organizam, os paganismos de várias espécies se estabelecem. Mas o maior de todos, aquele mais elevado, a grande realização humana, foi Roma. Ela passou por maus bocados enfrentando uma das piores formas de paganismo - a de Cartago e sua adoração infanticida a Moloque. Roma resistiu bravamente e subsistiu até subjugar os cartaginenses e isso foi obra da providência para que o melhor da humanidade fosse preservado.
Mas esse melhor não tinha fôlego. Envelheceu. Faltava-lhe algo. Faltava-lhe esperança. E o motor poético nos campos foi sucumbido pela crescente urbanização. Sem poesia, não havia mais mitos. Também estavam cansados de 'fingir'. Logo, a degeneração os espreitava.
Eis, então, a mudança súbita. O segundo livro. Aqui, Chesterton tenta mostrar a tolice de se conceber Jesus meramente como homem. Ele começa pela impressionante afirmação de que o criador estava ali, paradoxalmente, no singelo estábulo numa gruta. O homem das cavernas agora encontrava seu contraponto no menino na caverna. As mãos que criaram o mundo vistas nos dedos de um bebê indefeso. E sem considerar os milagres - perfeitamente plausíveis, apesar da contestação materialista -, tudo o que temos naquele homem - que sai da manjedoura, cresce e passa a ensinar por todo o Israel - eram ensinos extremamente intrigantes e profundos, longe das banalidades comuns nos espiritualistas em geral. Se isso não prova que ele era quem dizia, ao menos demonstra que não se tratava de um maluco megalomaníaco. Sensatez e sabedoria profunda exalavam de suas palavras.
Mas não devemos tomá-lo meramente como um mestre, um filósofo. Esses vagavam por aí a falar. Sua tarefa, no entanto, ultrapassava falar. Ele veio com uma missão, veio com um objetivo fixo. Ele veio fazer algo - morrer pelos seus.
Eis, então, que surge a Igreja. Não há explicação plausível para o seu surgimento e permanência, e esse é o tom do restante do livro. Ela não pode ser deduzida pela continuidade e fluxo de pensamento, i. e., das doutrinas que estavam em voga, nem como evolução delas e nem como reação a elas. De fato, ele surge e até as destrói. A descontinuidade é assustadora.
Além disso, teorias de seu surgimento e permanência dadas por racionalistas mostram justamente a ignorância a respeito do que é e sempre foi o cristianismo. Acusam-no de ser mero pessimismo asiático - pessimismo dedutível como reação ao hedonismo vigente, emergindo do desencanto místico com a morte dos poetas -, quando ele foi quem destruiu o pessimismo maniqueísta e gnóstico e propôs seu próprio pessimismo que não detestava o mundo e sim visava santificá-lo, bem como aos homens. Acusam-no de mera religião do Estado, como imposição dos poderes políticos. Mas o que aconteceu foi que uma religião mais 'racionalista' surgiu do cristianismo e tentou sucumbi-lo - trata-se do arianismo. E assim percebemos que os hereges em geral vão dando testemunho da singularidade do cristianismo, e negando aquelas identificações equivocadas que os críticos do cristianismo fizeram.
O cristianismo surge como que para entregar aos homens o que seus espíritos ansiavam, e que ficou demonstrado por seus próprios empreendimentos. Eles queriam uma história do mundo, que lhe conferisse sentido, e ao mesmo tempo queriam não se manter sonhando, mas queriam a verdade. Ganharam uma história verdadeira, e uma história que realmente explicava o mundo como ele realmente parece ser, sem banalidades ou reducionismos. Ele foi capaz de falar sobre o mal como ele realmente é, e dar uma teoria que pudesse lidar com ele, bem como uma teoria realmente humana da história, que não fizesse do mundo algo sem sentido plausível, incluindo os homens como seus agentes responsáveis. Fez da história do mundo uma aventura, mas não como uma fantasia e sim como um desvelamento do que realmente é.
E, o mais incrível, essa história admirável, incluindo a aparentemente absurda alegação sobre Jesus, permaneceu apesar de todas as circunstâncias. Sobreviveu a perseguições e ataques ferrenhos. Muitas vezes pareceu morrer. Pareceu principalmente por ter se harmonizado com as várias situações vigentes e, assim, ter passado a impressão que iria embora com o passar dos tempos e eras, e ascensões e quedas das sociedades e impérios com os quais se identificou. Mas ele surgia novamente. Superava as críticas e retomava a boa e velha ortodoxia. Algo, de fato, impressionante. Impressionante o bastante para parecer um milagre.

Como já dissemos noutras resenhas do Chesterton, ele não é um autor fácil de se ler. É fácil no sentido de escrever muito bem - extraordinariamente bem. Mas é difícil acompanhar seu raciocínio, as digressões e os vínculos entre as partes. É preciso ler com atenção. E é preciso notar contra quais tipos de objetores ele está lidando - embora, em muitas partes ele mesmo os declare. É preciso ter uma noção básica não só dos céticos liberais como de um esboço da história do Ocidente e das teorias da religião comparada e afins.
Passada essa dificuldades - e as provocações aos protestantes em geral e calvinistas e puritanos em particular -, o livro se torna extraordinário. Qualquer cristão que se pretenda como pensador responsável deveria ler esse livro. A sagacidade para discutir os temas parece afiar nossa própria mente. Não apenas para a discussão da história a respeito do cristianismo, mas para nortear as próprias reflexões sobre ela, bem como para discutir antropologia filosófica, filosofia da religião (particularmente em religiões comparadas) e até mesmo o Novo Testamento, o livro é formidável!
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