Thaisa 19/10/2020
Chris MacNeil é uma estrela em ascensão, trabalhando como atriz e vivendo em Georgetown com sua filha de 12 anos, a doce Regan. Elas tem uma ótima relação - e Regan é uma menina feliz, inteligente, gentil, criativa e cheia de imaginação.
No entanto, sem motivos aparentes, a garota passa a apresentar comportamentos atípicos e assustadores, que envolvem transformações grotescas em sua personalidade, em sua mente e em seu corpo.
Acreditando ser algum distúrbio de ordem mental, Chris busca ajuda dos mais diversos médicos... Mas quando todos os tratamentos falham, sobra apenas uma possibilidade bizarra: a de que Regan tenha sido possuída por um demônio - e apenas Damien Karras, um padre com uma fé bem abalada, será capaz de auxiliar essa família.
"O Exorcista" é uma trama mais conhecida por sua adaptação cinematográfica: apesar do filme não ter me causado grandes sensações quando assisti na adolescência, o livro me provocou arrepios e me deixou extremamente intrigada; o autor reinventa o gênero quando dá profundidade aos personagens e à história, enriquecendo um livro que poderia ter sido só um grande clichê sobre possessão. O mais assustador aqui, pra mim, não é o aspecto sobrenatural da obra, mas as perspectivas que englobam a realidade, como a fragilidade da consciência, a perda de controle, o medo do desconhecido e as várias dicotomias como vida e morte, saúde e doença e bondade e maldade.
Com passagens conflitantes e aflitivas, cenas chocantes de tirar o fôlego, questionamentos interessantíssimos sobre crenças e dogmas, pensamentos acerca de crianças cruéis e o desespero máximo de uma mãe que tenta se agarrar aos últimos fios de esperança afim de salvar sua filha, Blatty criou um clássico do horror que, com certeza, continuará a aterrorizar seus leitores por muitas décadas...
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