Stephanie.Sampronha 31/03/2021
Livro simples mas com muitas reflexões por trás
No geral o livro é simples, rápido e fácil de se ler, parecendo mais com um ensaio ou conto. Em uma história sem grandes complexidades aparentes, o autor faz importantes críticas sociais utilizando a ciência e teorias biológicas específicas. No contexto de sua escrita (1895) em que o progresso otimista exacerbado reinava, o livro representa a preocupação de Wells sobre o futuro da humanidade. Isso fica evidente quando o viajante do tempo se depara em uma realidade "impensável" no ano de 802.701 d.C., em que possíveis descendentes da classe pobre trabalhadora são "monstros" e da classe rica são criaturas belas, ingênuas e apáticas. Apesar de pouco provável, a genialidade desse fato está na utilização social como barreira de isolamento (geográfico e/ou temporal) para o surgimento de duas espécies (ou raças) diferentes em um futuro distante. Talvez o autor queria saber até que ponto somos iguais e continuaremos humanos. Mesmo assim, na minha opinião, como um livro (e não um conto) faltou mais complexidade da narrativa em relação, por exemplo, à cultura dessas duas espécies e sua interação, ao arco do protagonista, ao seu momento de volta ao presente e até mesmo a intenções mais claras sobre sua volta pra o futuro. Além disso, deixou muitos detalhes soltos sobre a cultura das espécies do futuro: os Morlocks faziam de fato a roupa dos Elois? Por que? Tudo ficou muito baseado nas teorias do protagonista e pouco em descobertas. Mesmo assim, o livro tem uma importância histórica e literária importantíssima como pioneiro da ficção científica.
ps: gostaria de saber porque o protagonista e o narrador não têm seus nomes apresentados