João 07/04/2019
As veias abertas do futebol
O grande Eduardo Galeano faz uma análise poética e ao mesmo tempo muito cientifica do futebol e das suas minucias.
Ao mesmo tempo em que o grande escritor uruguaio rememora um gol, um atleta, ou uma Copa especifica, ele faz todo um resgate político do que perfila o futebol. Dentre as discussões do livro, é pautado o racismo de clubes e dirigentes, o monopólio da mídia e das grandes corporações, a corrupção, dentre outras questões; porém, as páginas desse clássico não se limitam somente às mazelas.
O autor, que disse tentar fazer com as mãos, o que não pode fazer com os pés, aborda toda a magia que perfila o esporte bretão, e a paixão que o mundo, sobretudo a America Latina, tem pela pelota. O futebol, além dos 90 minutos, serve como instrumento de ascensão social para os pobres, como forma de manifestar alguma identidade de grupo, como instrumento de resistência, etc. Dessa forma, se configurando a "grande missa pagã".
O pior do livro é que ele chega ao fim, assim como toda partida de futebol, fico imaginando como o Galeano retrataria o nosso Penta, a ótima campanha do Uruguai em 2010 na Africa da Sul (uma copa no continente africano... como ele veria isso?), a genialidade de Messi, o 7x1 que tomamos em casa, a chegada do VAR, a final da copa Libertadores cuja sede seria na Espanha, uma nova copa nos EUA que está por vir, etc etc...
Por mais Maradonas e menos Havelanges!
Vamos voltar ao futebol!