Você Gosta de Brahms ?

Você Gosta de Brahms ? Françoise Sagan




Resenhas - Você Gosta de Brahms?


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Claire Scorzi 25/03/2009

Música embalando tristeza e solidão
A francesa Françoise Sagan, que ao publicar o seu primeiro romance aos 19 anos, Bom Dia, Tristeza foi considerada a "enfant terrible" das Letras Francesas, é uma das escritoras que conheci muito jovem (por volta dos 14 ou 15 anos) lendo seu volume de contos Olhos de Seda. Desde então, Françoise é para mim um amor cíclico: eu a encontro, amo, afasto-me, redescubro-a e volto a me apaixonar - há amores assim...
Neste Você Gosta de Brahms? ela conta a história de Paule, mulher à beira dos 40 anos que vive um relacionamento frustrante com Roger - que, enquanto afirma seu amor, envolve-se, a intervalos, com outras mulheres - mas de súbito vê-se valorizada ao ser alvo da dedicação apaixonada de um jovem de 25 anos, Simon. Aquecida por essa afeição, Paule chega a afastar-se de Roger - mas, ainda amando-o, acaba rompendo com Simon e volta para o antigo amante, retomando o relacionamento ainda tão infeliz para ela quanto no início.
Lembro-me que quando assisti o filme baseado no romance - Mais Uma Vez, Adeus (Good bye, again) com Ingrid Bergman (Paule), Yves Montand (Roger) e Anthony Perkins (Simon) - tinha uns 13 anos e torci por Simon, detestando o final em que Anthony Perkins, em lágrimas, era rejeitado por Ingrid Bergman, que voltava aos braços de um Yves Montand egoísta e acomodado. Por que, eu me perguntava, ela não escolhia o homem que a amava de fato? Por que voltava para uma relação que não a satisfazia?
Agora, que tenho a idade de Paule, posso entender a decisão da protagonista. Contudo, permanecer sozinha seria a minha escolha para ela.
Você Gosta de Brahms? mistura impressões de música erudita, diálogos quase teatrais no seu poder concentrado em poucas palavras, enquanto a autora debruça-se sobre todos - Paule, Roger, Simon - levando-nos a enxergar suas dúvidas, sofrimentos, egoísmos, paixões e nobrezas. Lendo o romance tantos anos após ver o filme, ainda reconheço a nobreza de coração de Simon, a solidão de Paule, a crueldade descuidada de Roger - e, ainda detestando o desfecho, posso compreendê-lo e aceitá-lo em parte, e admirar o talento de Françoise Sagan em conseguir dizer tanto em menos de 200 páginas.
flaviagal 24/03/2024minha estante
Linda resenha, Claire. Acabei de ler esse livro e procurando resenhas sobre ele, caí aqui.

Obrigada :)




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