Angela 10/08/2021
"Os assassinatos na rua Morgue" (1841), "O mistério de Marie Rogêt" (1842) e "A carta roubada" (1844) são três contos de suspense escritos por Edgar Allan Poe, que trazem como protagonista o francês Auguste Dupin, personagem que inspirou os famosos detetives: Hercule Poirot e Sherlock Holmes.
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Em “Os assassinatos na Rua Morgue”, Madame L’Espanaye e sua filha Camille são brutalmente assassinadas num dos quartos do apartamento em que moram, - a mãe foi degolada enquanto a filha, violentada e com machucados por todo o corpo, foi colocada de ponta cabeça na chaminé -, o local do crime não apresenta nenhum sinal de arrombamento.
Após os vizinhos ouvirem os gritos das vítimas e de outras pessoas vindo do quarto delas, decidem invadir a casa, mas ao chegarem lá não encontram ninguém, as portas e janelas estão fechadas. Enquanto cada morador tenta especular a identidade do assassino, um homem acaba sendo preso, mas Dupin convence a polícia de que o assassino ainda não foi descoberto e só ele consegue desvendar o mistério dos assassinatos, e com autorização, consegue visitar a cena do crime e inicia a sua primeira investigação.
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Dois anos depois, um crime contra uma jovem mulher é cometido; sendo semelhante ao primeiro caso solucionado por Dupin, ele é então chamado pela polícia para solucionar "O mistério de Marie Rogêt", uma vendedora de perfumes que foi encontra boiando sobre um rio.
Em um acordo feito com o comissário da polícia francesa, Dupin decide analisar o caso da mulher utilizando apenas as notícias e depoimentos que saíram nos jornais. (O conto é baseado num fato verídico que ocorreu em Nova York, em 1841, e Edgar Allan Poe escreveu essa história a partir de suas próprias investigações a respeito do assassinato de Mary Cecilia Rogers. É um dos contos mais enigmáticos do autor que eu já li).
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Após solucionar dois casos de homicídios, um documento desaparece misteriosamente e a ajuda de Dupin é novamente solicitada para ele recuperar “A carta roubada”, uma carta comprometedora que foi roubada de uma dama e se divulgada prejudicaria sua honra.
Nessa última investigação de Dupin, ele já conhece a identidade do responsável pelo roubo, e inclusive tem conhecimento de qual cômodo da casa do ladrão a carta foi escondida, o que ele precisa fazer é “roubar de volta” a carta. Conseguindo o feito, o detetive será recompensado. Para mim, o melhor conto protagonizado por Auguste Dupin.
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Eu já li outros contos de Poe, mas esse foi o meu primeiro contato com a Trilogia Dupin. Reconheço toda a importância do autor para o romance policial, gostei da forma como ele constrói a narrativa de cada conto entregando pistas ao leitor como num convite para solucionar os crimes também, fazendo Dupin entrar em ação só depois de apresentar todas as provas encontradas; e por eu ter lido tantas histórias com outros detetives os desfechos dos dois primeiros casos de Dupin não me surpreenderam. Eu gostei muito d’A carta roubada, é o meu conto favorito da trilogia, mas ainda assim adorei conhecer Auguste Dupin.