Resenhas - Morte e Vida Severina

Gabriel.Juca 30/03/2021

Essa leitura faz parte do meu projeto de 2021 de reler clássicos que li na escola. O intuito é ler obras bem avaliadas com a maturidade que tenho hoje, que não tinha na época.
Morte e Vida Severina me impressionou mesmo na adolescência. É uma obra densa, de significado pesado. Conta a história de Severino, Severino de Maria, Severino de Maria de Zacarias. É mais um entre muitos Severinos. Um retirante, fugindo da seca severa, procurando em Recife uma forma de sobreviver. Vida e Morte Severina fala de morte e de vida, do luto e do nascimento, da seca não só ambiental, mas também pessoal.
Vida e Morte Severina é um retrato do Brasil, não só do Sertão.

The Alchemist 22/12/2022

Uma fascinante leitura da vida sertaneja, em um misto de ritualismo e sobriedade estética.
A crônica te conduz, te apresentando os seus personagens e cenários desolados.
Um mundo cruel e desigual, perfeitamente relacionável.

Moises Celestino 13/08/2020

Revisão deste clássico...
"Morte e Vida Severina", sem sombra de dúvida, é um clássico da nossa literatura. O autor merece os nossos sinceros aplausos pela elaboração desta obra. Inesquecível!

Maria 05/05/2022

Morte de morte matada pelo descaso do Estado
A princípio eu estava achando meio lenta a leitura, entretanto quando chegou na parte da Morte e Vida Severina fluiu muito. É uma obra repleta de morte e que mostra a secura da pobreza.
É extremamente triste ver que as pessoas ali sofrendo, são apenas Severinos, filhos de Marias, esposas dos finados Zacarias. Não tem relevância para quem está no poder, vão morrer de velhice antes dos trinta.
O final traz esperança, a vida vence a morte, mesmo sendo uma vida severina.
Não é atoa uma leitura obrigatória, é realmente um livro incrível.
Recomendo ler e assistir a adaptação que tem no YouTube, assim você consegue compreender completamente a história.

Bruno Oliveira 16/02/2022

UM DOS PERFIS MAIS BRASILEIROS QUE EXISTEM
A presente edição da editora Objetiva (selo Alfaguara) traz os poemas e os conjuntos poéticos O Rio, Paisagens com figuras, Morte e vida Severina e Uma faca só lâmina. O primeiro já surpreende e denuncia o tom social característico do poeta, tendo o próprio rio (Capibaribe) como “narrador” dos fatos. O segundo é uma renca de poemas que versam sobre imagens pernambucanas e espanholas. O terceiro é, sem dúvidas, a obra-prima do poeta, impossível não se compadecer com o que o retirante Severino vai se deparando em direção ao litoral (Recife). O quarto é um poema mais metalinguístico mesmo, que trata do fazer poético, e de outras artes cuja palavra é o seu material árduo de trabalho. Todo o livro sintetiza bem a figura de seu autor e, claro, completa o retrato de um país sofrido, faminto, explorado, mas vivo!

V_______ 24/02/2022

Morte e Vida Severina
Eu particularmente não sou grande entusiasta de poemas, na verdade costumo fugir deles, as experiências que tive no gênero foram frustrante, ainda assim resolvi dar chance a esse livro que entre outros poemas trás o mais conhecido trabalho de João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina poema que dá nome ao livro, a minha maior surpresa foi ter gostando tanto.
O poema homônimo conta a vida de um retirante que sai do sertão em direção a Recife em busca de condições melhores de vida em seu trajeto se depara com morte e sofrimento, de tantos outros que na fuga ficam pelo caminho. Outro dos poemas aqui é O Rio que é narrado a partir do ponto de vista do próprio rio, aqui o Capibaribe, importante rio que percorre o estado de Pernambuco percorrendo o árido solo do estado, passando a Zona da Mata até desaguar no mar.
Adorei esses dois poemas, só por eles já vale a leitura desse livros, recomendo. E se alguém que não é nenhum pouco fã de poemas recomenda poemas, pode confiar que terá uma boa leitura. Tiro meu chapéu a João Cabral de Melo Neto !

mari:) 15/05/2023

Confuso
Realmente parece mto bom e é profundo, mas eu ainda não tenho maturidade o suficiente para entender esse tipo de poesia

Apenas Evelim 20/04/2022

Morte e vida Severina
Nesse livro João Cabral de Melo nos leva a catinga nordestina do século XX, "descobrimos" seus rios, as usinas, as cidades, seus problemas e a morte que assombra a vida de muitos Severinos. Poemas fortes, que retratam a vida de injustiças de muitos Severinos, esses que são muitos, que são todos nós.

Giu 29/03/2020

Uma leitura rápida
Um livro com vários poemas muito bons, uma leitura tranquila e rápida. Alguns me conquistaram mais do que outros, e apesar de não ser meu estilo de leitura preferido me peguei relendo alguns poemas só pra senti-los novamente.

Talles8 17/04/2020

Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
A obra nos envolve na sina de um retirante nordestino que faz um itinerário, simbólico, do sertão ao litoral a procura de uma melhor condição de vida:

"Nunca esperei muita coisa,
digo a Vossas Senhorias.
O que me fez retirar
não foi a grande cobiça;
o que apenas busquei
foi defender minha vida
da tal velhice que chega antes de se inteirar trinta;
se na serra vivi vinte,
se alcancei lá tal medida,
o que pensei, retirando,
foi estendê-la um pouco ainda".

A história de Severino é uma critica sútil à estrutura social daquela época, mas não é de espantar-se que ainda hoje é atual, isso faz dessa obra uma obra prima.

João Cabral conclui com estas palavras:

" Severino, retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."

Boa leitura!

Dai Solyom 24/06/2022

Sobre o Brasil
Infelizmente poesia não é para mim.

Estou tentando, mas ainda não consigo apreciar como se deve.

De todos os poemas o único que me chamou realmente atenção foi o homônimo MORTE E VIDA SEVERINA, que retrata a vida severa que muitos brasileiros vivem até hoje, quase cem anos depois de sua composição.

marcosm 20/07/2022

Morte e vida severina
Belo e pungente. Poesia acessível para pessoas, como eu, que não tem o hábito de ler poesia.
É difícil ficar indiferente ao drama dos retirantes e refletir como esse processo não se restringe só ao lugar que o poema retrata.

Bu 05/11/2023

Clássico
Todos deveriam experimentar a leitura de Melo Neto, nessa edição ele mescla algumas coisas da Espanha com o nordeste do Brasil, mas sua estrutura é aqui.

Rico em descrição e também mostrando o folclore da região, bem como os costumes e locais reais e em muitas passagens o que ocorreu e ocorre até então.

Pra alguns passagens tristes por ter vivido,
outros felizes por ter reconhecido os costumes e lugares,
e uns tantos com incômodo de enxergar a nua e crua realidade.

Renata Rezende 23/11/2021

Achei lindo demais!
"O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria,
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um cononel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba."

Lis 06/07/2020

Para sempre João Cabral
Amo todos os escritos de João Cabral de Melo Neto, leitura necessária para quem quer entender mais do imaginário pernambucano, obras muito próximas de Josué de Castro e portanto o movimento mangue, tendo até um livro sobre um encontro imaginário dos dois. Belchior bebeu de João Cabral, seu "à palo seco" vem da obra Escola das facas. A única coisa que não gostei na edição foi o prefácio, duvido que vivo o autor o desejaria, no demais obra única para quem quer conhecer o autor. Quero muito ler "O cão sem plumas(1949)", que se aproxima muito do cinema espanhol de Buñel, um Cão andaluz(1929).