Poemas escolhidos

Poemas escolhidos Gregório de Matos




Resenhas - Poemas escolhidos de Gregório de Matos


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Bell 14/03/2012

Dífícil
Gregório, Boca do Inferno....
Esse livro os fracos não leem. Bom primeiro porque é livro de literatura brasileira e nossa literatura é vista com maus olhos -desprezada- (o que na minha opinião é um tremendo erro), segundo porque foi escrito no século XVII, no período Barroco, então a linguagem é bem complicada.
Adorei as poesias satíricas, as eróticas e claro as religiosas!
Sinceramente não recomendo pra todos, exceto aqueles que como eu PRECISAM ler como exigência do vestibular e é claro para os que gostam de literatura brasileira e acima de tudo um desafio ^^'
Fraga 30/10/2021minha estante
Aí mulher eu tô lendo pulei todas as poesia do começo e fui direto para as eróticas e religiosas kkkkk as outras são um saco, mas depois eu volto e leio


Bell 14/12/2021minha estante
Eu levei uns bons meses pra conseguir ler do início ao fim kkkkkk


MauroEdu 14/12/2023minha estante
Fico triste com esse tipo de comentário e avaliação aos autores da nossa literatura. O Boca do Inferno é simplesmente brilhante.




Soph 29/12/2022

Poemas escolhidos
É, não é bom, mas n é horrível, é Mt diferente do livro q costumo ler e gostar então deve ser por isso.
Mt longo pra nada mds.

Não recomendo
JoAo.Pedro 30/12/2022minha estante
ai como eu odeio esse cara


Soph 31/12/2022minha estante
Eu tbm




hammezita 20/10/2020

Aos 24 anos, em pleno 2020, lendo livro por conta de vestibular! E como alguém que perdeu o hábito de leitura e está tentando retomar, esse ter sido o primeiro do ano não foi uma boa escolha; muito complexo, num período de literatura Barroca e completamente fora do que costumo ler. Mas valeu a experiência! Alguns poemas foram muito interessantes, isso é fato. Talvez precise ser mais acostumado com esse tipo de leitura pra captar 100%
Lola 20/10/2020minha estante
nossa eu to empurrando com a barriga esse livro, preciso urgente ler mas não gosto do barroco e muito menos do gregório de matos mas né...ossos do ofício


hammezita 20/10/2020minha estante
olha... eu li muito aos poucos. mesmo! foi bem difícil hahahaha mas uma hora acaba




Beatriz 14/08/2016

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda os temas tratados no livro Poemas Escolhidos, de Gregório de Matos. O livro faz parte do período literário Barroco, que foi desenvolvido no Brasil entre os anos de 1600 a 1750, esse período acontece na mesma época que o período da contra reforma, há duas visões antagônicas que se embatem, choques religiosos, de um lado a igreja católica pregando uma visão teocêntrica, e do outro há o renascimento que influencia o homem para uma visão antropocêntrica, é dessa tensão entre suas visões opostas que nasce a arte barroca, o homem barroco apresenta essa crise, essa indecisão entre a religião e a ciência, entre a fé e a razão, o pecado e o perdão, o corpo e a alma.
Gregório é um personagem exemplar desse período. Viveu no Brasil, na cidade da Bahia, no início da nossa vida colonial e ele vai retratar todas as nuances vividas pelo homem barroco, todos esses duelos, todos esses dualismos, todas as dúvidas vão estar muito presentes na sua obra. Sua linguagem é tão complexa quanto o período vivido.
Sua poesia pode ser dividida em vertentes, a vertente sacra, mais religiosa, a vertente satírica, mais mundana e pagã, e a vertente lírico amorosa. Cada uma tem características próprias e únicas.













2 AUTOR

Gregório de Matos e Guerra foi um dos principais escritores do período barroco, nascido dia 7 de abril de 1633, na cidade de Salvador Bahia, foi, inegavelmente, o primeiro poeta brasileiro. A sua biografia revela um personagem extremamente controvertido; tão paradoxal e surpreendente quanto a sua poesia.
Estudou em Portugal e formou-se pela Universidade de Coimbra, vindo para o Brasil quando contava perto de cinquenta anos. Atuou como juiz. Voltou ao Brasil em 1681, aos 50 anos, ocupando o cargo de vigário-geral. No entanto, foi desligado do cargo.
Tendo vendido as terras que ganhara como dote ao casar-se com Maria dos Povos, conta-se que teria deixado o dinheiro largado em casa e gastado desmedidamente. Conta-se que teria, em certo momento da vida, abandonado tudo para vagar como “cantador itinerante, convivendo com todas as camadas da população”. Nesse período ele passa a escrever cada vez mais poesias satíricas e eróticas, o que lhe rendeu o apelido "Boca do Inferno". Além disso, ele escreveu diversas poesias de crítica política à corrupção e aos fidalgos locais, o que fez com que ele fosse deportado para Angola.
Gregório de Matos só pode voltar ao Brasil em 1695, mas com a condição de que ele abandonasse os versos satíricos e fosse morar em Pernambuco. Nessa altura da vida, ele volta-se para a religião e escreve diversos poemas pedindo perdão a Deus pelos pecados que cometeu. Falece em data incerta no ano de 1696 em Recife (PE).
3 O LIVRO
Gregório tem uma linguagem muito característica do estilo barroco, que é uma linguagem rebuscada, complexa, porque o homem complexo, como era o homem barroco, produz uma literatura complexa, uma linguagem cheia de inversões sintáticas, hipérbatos (figura de linguagem que a ordem da frase é invertida). Usa também de paradoxos e antíteses, o que faz com que ele aproxime ideias oposta e da sinestesia, apelando para as sensações.
Sua obra tem varias vertentes, a vertente Satírica é onde ele expõe e critica sem nenhum pudor a sociedade da época, usa uma linguagem chula, termos obscenos. Conhecido “boca do inferno” ou “boca de lixo”, lá ele fazia uma crítica contundente aos problemas que se apresentavam na cidade da Bahia, a corrupção, a licenciosidade. Critica de cima a baixo, de todos dos escravos aos nobres. Também há poemas mais obscenos, como quando ele diz “o amor é um entrelaçar de pernas, confusão de bocas...” Tanto na questão política quanto na sexual vai haver essa vertente.
Na vertente lírico amorosa ele escreve para as suas musas, em especial Dona Ângela e a Maria dos Povos. Geralmente enaltece a cidade da Bahia e mulheres. Seus poemas líricos são comumente divididos em: lírico-amorosos e eróticos. Na poesia amorosa e erótica de Gregório de Matos, a uma visão dualista também aparece na figura da mulher desejada, sendo que esta representa uma espécie de "anjo-demônio". A figura da mulher, quando ela aparece como um ser angelical, ela também terá uma parte demoníaca, e vice-versa. Na poesia erótica, o poeta utiliza uma linguagem mais direta e explícita do que na lírico-amorosa, o amor carnal aparece como forma de libertação do corpo e, por consequência, do indivíduo também.
E na vertente sacra temos um Gregório que pede perdão por ser humano e errar, que esta diante de Deus, e elevação de figuras bíblicas. O ambiente fortemente cristão do período barroco, faz-se presente aqui, onde os pares antagônicos da vez é a "culpa" versus "perdão". Gregório de Matos faz uso da poesia para se libertar e ela é a única forma possível de salvação para o poeta. Esta salvação não se dá somente entre o poeta e Deus, mas também perante a sociedade e si mesmo.


4 RESUMO

4.1 AOS AFETOS E LÁGRIMAS DERRAMADAS NA AUSÊNCIA DA DAMA A QUEM QUERIA BEM
Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertidos:

Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal, em chamas derretido:

Se és fogo, como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!

Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.

O poema é composto através de antíteses, figura de linguagem que aproxima pares de opostos. A primeira é marcada por um tom de lamentação onde o eu-lírico vive um embate entre "paixão" (“simbolizado através de imagens como “fogo” e incêndio”) e "dor" (simbolizado por "neve" e "água", remetendo a "lagrimas"). Na segunda parte, o eu-lírico se indaga sobre a natureza contraditória do amor, fazendo lembrar a lírica do poeta português Camões ("Amor é fogo que arde sem se ver/É ferida que dói e não se sente"). A ideia de que "diferença é identidade" presente na poesia amorosa de Gregório de Matos se faz presente de modo exemplar nesse soneto.


4.2. A CIDADE DA BAHIA

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um bem freqüente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia,

Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.

Neste breve poema Gregório de Matos quis dizer que naquele tempo o poder não estava sendo exercida da maneira adequada contendo maus “Políticos” na administração da cidade, consequentemente causando desordem e miséria a população mais necessitada. Como podemos ver Gregório está satirizando a visão que ele tinha sobre o governo Baiano dando ênfases na incoerência politica na cidade.


4.3. PICA FLOR

Pica-Flor
Se Pica-Flor me chamais,
Pica-Flor aceito ser,
Mas resta agora saber,
Se no nome que me dais,
Meteia a flor que guardais
No passarinho melhor!
Se me dais este favor,
Sendo só de mim o Pica,
E o mais vosso, claro fica,
Que fico então Pica-Flor.

Um moço muito safado encontrou uma moça que estava procurando um homem para se juntar. Eles começaram a conversar e este moço pediu para a senhorita desesperada para se casarem e ele poder usufruir de seu corpo. A moça carente logo aceitou a proposta e deu seu belo corpo ao moço indecente. E assim viveram o final de suas vidas, o moço se aproveitando do corpo da moça e ela sendo “cuidada” pelo moço.

4.4. BUSCANDO A CRISTO

A vós correndo vou, braços sagrados,

Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa p´ra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.

Gregório de Matos usa um sentido duplo para a crucificação de Jesus. Por um lado do poema, Gregório retrata a crucificação com um sofrimento, mas também como uma forma de proteção. Na visão do poeta, Jesus, além de ter vindo por mando de Deus, foi crucificado e sofreu para salvar a população. É esse sentimento que da para o poeta, o perdão e a salvação. Quando Gregório descreve o corpo de Cristo, o poeta demonstra o lado espiritual do sofrimento físico.

4.5. TRISTE BAHIA

Triste Bahia
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!

Há Bahia já teve riqueza, fama, e respeito em abundancia no Brasil, assim citando Gregório de matos em uma de suas poesias “Triste Bahia”. Afirmando que estava pobre de cultura e de respeitos a si mesmo.
Infelizmente com mudanças de culturas a cidade foi se tornando um ninho de problemas a qual é referencia em desastres humanos e culturais. Perdendo assim o brilho da primeira capital brasileira.

4.6. A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta piedade me despido;
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida já cobrada,
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:

Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória

Nesse poema Gregório cita ser um pecador, e por isso merece mais atenção, então Deus poderá utilizar o perdão com mais empenho, pois ele Deus não vai querer perder uma “ovelha” e sim a tela de volta.


4.7. A DESPEDIDA DO MAU GOVERNO QUE FEZ O GOVERNADOR DA BAHIA.
Senhor Antão de Sousa de Menezes,
Quem sobe ao alto lugar, que não merece,
Homem sobe, asno vai, burro parece,
Que o subir é desgraça muitas vezes.

A fortunilha, autora de entremezes
Transpõe em burro o herói que indigno cresce:
Desanda a roda, e logo homem parece,
Que é discreta a fortuna em seus reveses.

Homem sei eu que foi vossenhoria,
Quando o pisava da fortuna a roda,
Burro foi ao subir tão alto clima.

Pois, alto! Vá descendo onde jazia,
Verá quanto melhor se lhe acomoda
Ser homem embaixo do que burro em cima.

Esse governador baiano, não faz nada certo, uma corrupção tremenda, aonde todo o “dinheirinho” dos baianos vai pro bolso do “nosso amiguinho” aí, ninguém acreditava que esse cara subiria ao poder, mas a inteligentíssima gente da Bahia foi junto com ele, “pra ver o que dava”, e um tal de Gregório de Matos(que eu nem conheço quem é), chamou esse governador de burro e asno, e também o chamou de uma desgraça, sendo assim eu acho que o Antão, vai ficar um pouquinho longe do “trono” por um tempo.

4.8.NECESSIDADES FORÇOSAS DA NATUREZA HUMANA

Descarto-me da tronga, que me chupa,
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.

Busco uma freira, que me desemtupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.
Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei por quem mo vase toda Europa?

Amigo, quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da mão sua cachopa.

Utiliza termos eróticos bem regionais do contexto daquela época, como por exemplo, tronga que significa meretriz, prostituta. Conchego em todo o mapa é uma forma figurativa de expressar que o homem procura um aconchego nas mulheres disponíveis ao seu desejo sexual. O poeta dá a entender que sua sorte seria muito grande se encontrasse uma freira para saciar-lhe sexualmente, já que o mesmo é de família nobre. Enfatiza o cenário de um ato sexual e o que tal ato proporciona ao homem. Revela um poeta de cunho extremamente profano, de índole sensual e escandalosa.


5 TEMA
A DUALIDADE ENTRE O CENTRO DA TERRA

Vivemos e ao mesmo tempo morremos, Heráclito já dizia que tudo esta em constante e em eterna transformação, “o homem não pode entrar no mesmo rio duas vezes”, estamos envelhecendo a cada segundo que passa, no instante que comecei esse trabalho eu já não sou o mesmo, aprendi e perdi incontáveis coisas, mas o que faz o mundo se mover é o tempo, e o tempo não para nunca.
No século XVII o que fazia o mundo girar era a fé, as pessoas tinham uma visão religiosa, o seu centro era teológico, viviam a procura da salvação das suas almas, hoje vivemos a procura da salvação dos nossos minutos, queremos viver do prazer, encontrar respostas e fazer tudo valer a pena. Essa visão antropocêntrica de hoje faz tudo perder o sentido, porque nada pode ser tomado como certo, nosso centro somos nós mesmos, o oportunismo e o egoísmo é o que faz nosso mundo girar, mas não se pode voltar ao passado, como eu disse o tempo não para nunca, o passado já não serve, e mesmo com medo de dizer, tenho que falar que o presente também não.

6 CONCLUSÃO

Com a leitura dos poemas de Gregório de Matos concluímos que a poesia é atemporal, o que foi escrito no século XVII ainda emociona e é exemplo nos dias de hoje.
Ele foi talvez o primeiro poeta brasileiro a usar seu talento para investir contra a incompetência, a corrupção e a arrogância dos governantes, usando das palavras e da ironia para mostrar as mazelas,
Ele foi uma pessoa de mente brilhante tinha e alma colorida, fez tanto poemas de nível social e politico quanto poema romântico e erótico.
Além de tudo, também escreveu poemas de vertente sacras, suas ideias de Deus e do pecado, ao mesmo tempo em que se opõem, são complementares. Embora Deus detenha o poder da condenação da alma, está sempre disposto ao perdão, por sua misericórdia e bondade; daí deriva Sua maior glória.
Finalizamos ao dizer que a importância de Gregório ultrapassam séculos, ele mostrou o que é se encontrar em um mundo dividido, seus poemas conseguem transparecer as dualidades do tempo.
Matheus.Santos 27/05/2020minha estante
Parabéns pelo texto, me fez pensar muito e aprender também




laurencfav 03/11/2022

Acaba pelo amor de Deus
1 estrela só pq o cara é foda e as críticas são legais, mas mds que livro chatooo. Sendo sincera nem terminei a leitura (li até pouco mais de 60%), mas não marquei como abandonado pq é uma coletânea de poemas (fez sentido na minha cabeça).
Enfim, eu já sabia que não iria gostar pq detesto poemas então é isto
MauroEdu 14/12/2023minha estante
Chata é você que não compreendeu o poeta, nem o seu contexto. 1 estrela para Gregório é uma estrela para o seu cérebro. Triste.




misy 01/03/2022

boca do inferno não pelas sátiras e sim pela linguagem chata
pensa em um homem bipolar: reclama da bahia, depois elogia; reclama dos governadores, depois elogia alguns (ou foi meio obrigado a elogiar MAS MESMO ASSIM); ele reclama de tudo!!
o vestibular me fazendo sair da minha zona de conforto, já que não leio muitos poemas, muito menos livros com essa escrita extremamente culta e que coloca assuntos simples de forma muito complicada.
odeio esse autor branco e racista rico que não gosta de outras pessoas ficando ricas. de qualquer forma, pude entender melhor o contexto em que ele vivia e as críticas feitas, graças as anotações do início.
foi uma leitura total obrigatória.
MauroEdu 14/12/2023minha estante
Absurdo o seu comentário. Deve dá cinco estrelas pra autor gringo. Entrei nessa rede e já me decepcionei com o nível dos leitores daqui. O que fazem com os escritores brasileiros (exceto os da moda), é simplesmente incabível.




elly.crisostomo 23/09/2021

FUVEST
Uma mistura de citações da mitologia grega, erotismo, religiosidade e muita muita reclamação.
Não fui com a cara do Gregório, ok que é um livro lá do barroco, mesmo assim as falas racistas incomodam bastante. Só to lendo pro vestibular mesmo.
Fraga 30/10/2021minha estante
Disse tudo, eu super gostando até eu ler a treta com o Padre que ele teve, fiquei indgnado




Andreia Santana 07/08/2010

Boca do Inferno revisitado
Em tempos de eleição e de denúncias sobre corrupção nos bastidores da política nacional, ler os versos do bardo Gregório de Matos, poeta satírico nascido na Bahia, no século XVII, é sempre uma oportunidade de descobrir, ou lembrar, que seu trabalho continua desconcertante e atual. Se trocarmos os nomes dos governantes da época colonial para seus herdeiros no poder três séculos depois, sem grande esforço, dá para especular até que o “Boca do Inferno” era um profeta. Ou então, que a história do Brasil, para o bem e para o mal, gira em círculos infinitos.

A verdade é que Gregório não cai de moda. Prova disso é que a editora Companhia das Letras acaba de resgatar uma coletânea do autor que este ano completa 35 anos do primeiro lançamento. Trata-se do livro Poemas Escolhidos de Gregório de Matos, organizado por José Miguel Wisnik, em 1975, e na época lançado pela Cultrix, e que agora em julho, chegou ao mercado editorial com organização e revisão do próprio Wisnik.

Ao longo das 360 páginas do livro, Wisnik não apenas reproduz os melhores versos apócrafos atribuídos à lavra gregoriana, mas em notas de rodapé muito bem embasadas, lança luz sobre fatos, nomes, datas e expressões do português arcaico usadas pelo bardo setecentista. Para quem nunca teve contato com a obra do autor, nem nas aulas sobre poesia satírica no Ensino Médio, a publicação funciona como boa introdução não apenas aos poemas de Gregório de Matos, mas a todo um período histórico e social retratado por seus versos de escárnio e de amor.

Wisnik também assina o prefácio do volume, onde além de traçar um esboço biográfico do poeta, explica o processo de seleção dos poemas que compõem a obra. A alusão – ou provocação - ao fato de que ainda não existe na história da literatura brasileira uma edição crítica da obra de Gregório de Matos, a mesma feita 35 anos atrás quando da primeira publicação dos Poemas Escolhidos, demonstra ainda que, embora não caia de moda, o “Boca de Brasa” não tem sido valorizado como merece.

Língua ferina – Taxado de pornográfico por uns, de ressentido por outros e de gênio por terceiros, Gregório de Matos usou e abusou da poesia para desancar desafetos e cantar os males da administração colonial. Mas não fez só isso. Na pudica sociedade do século XVII, revelou segredos de alcova com picardia e praticou o amor cortês, herança do cancioneiro da Europa medieval. Na produção atribuída ao autor, não falta ainda a poesia sacra, revelando seu lado de homem religioso e contraditoriamente barroco.

A rima precisa e a ironia ora escrachada, ora sutil de seus versos chamam atenção de imediato de quem se propõe a passear pelos Poemas Escolhidos. Para facilitar a vida dos leitores, Wisnik divide o livro em Poesia de Circunstância: Satírica e Encomiástica (de louvação), Poesia Amorosa Lírica e Erótico-Irônica; e por fim Poesia Religiosa.

A partir dessa divisão fica mais fácil perceber as idiossincrasias da personalidade do “Boca de Brasa”: apesar de escrever poesia erótica, mantinha opiniões conservadoras e preconceituosas em diversos temas, sobretudo a homossexualidade. Mesmo cobrando progresso para a Bahia “madrasta de seus filhos”, mantinha-se preso a exigências de respeito à casta dos bem-nascidos (nobreza da qual fazia parte) e um desprezo pelos brancos da terra – nascidos no Brasil -, negros, índios e mestiços.

No entanto, o mesmo Gregório, filho de senhor de engenho, homem branco, pertencente à elite, formado em universidade européia (Coimbra) possuía seu lado “popular”. A adoção da sátira como forma de expressão e o uso de expressões em tupi e africanas nos seus poemas é prova de que estava sintonizado com as mudanças de seu tempo, embora maldissesse a mistura de raças e a cultura daí resultante.

Os versos sobre Salvador, por exemplo, ou sobre a Cidade da Bahia, como era chamada naquela época, revelam uma relação ora de enternecido amor, ora de ódio da então capital da Colônia. A raiva tanto vinha do abandono que sucessivos governos corruptos legaram à cidade quanto do ressentimento de classe. Principalmente com a crise da economia açucareira, ascensão dos comerciantes “sem berço” e, consequentemente, a bancarrota dos senhores de engenho.

Poesia apócrifa – O grande problema para publicar Gregório de Matos advém do fato de que o poeta, de próprio punho, nunca assinou ou publicou nenhum verso. Sua poesia é considerada apócrifa (sem comprovação de autoria) e está registrada em códices, ou seja, livretos manuscritos onde admiradores copiavam os versos de Gregório de Matos, que além de satírico de mão cheia, teria sido também violeiro e repentista dos mais profícuos.

Na seleção para os Poemas Escolhidos, José Miguel Wisnik optou por utilizar como base uma edição das Obras Completas feita pela Academia Brasileira de Letras, em 1933, e também cita diferenças em alguns versos, apontadas por outra edição de obras completas feita por James Amado, em 1968. A primeira tentativa de catalogar a obra de Gregório, porém, teria sido feita em 1882 (no século XIX), por Alfredo Vale Cabral, que morreu antes de concluir o intento.

Na Bahia, outro profundo estudioso e conhecedor da obra do Boca do Inferno é o escritor e professor da UFBA, Fernando da Rocha Peres. Além disso, em 1983, Pedro Calmon publicou uma biografia do autor, usando como base de pesquisa os próprios versos de Gregório; enquanto a escritora Ana Miranda romanceou a vida do poeta em Boca do Inferno, de 1989.

Quem foi Gregório de Matos?

Gregório de Matos e Guerra era o caçula de três homens, filhos de abastada família baiana ligada a cultura açucareira. Teria nascido em dezembro de 1633. Há quem registre 1936, conforme relata o próprio Wisnik no prefácio das Poesias Escolhidas. Aos 14 anos, viajou da Bahia para Lisboa, onde concluiu os primeiros estudos, rumando depois para a famosa Universidade de Coimbra, onde estudou Direito Canônico. Em Portugal, depois de formado, exerceu importantes cargos na magistratura e só voltou para Salvador em 1683, para exercer cargos importantes no clero: Desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia e tesoureiro-mor da Sé Primacial do Brasil. Tido como intratável, acabou brigando com o arcebispo, por se recusar a vestir roupas sacerdotais obrigatórias para os cargos. Com uma vida envolta em mistérios e com vários mitos em torno do seu nome, Gregório teria até entrado na mira da Inquisição, mas escapou graças ao prestigio da família. Tinha também fama de mulherengo, esbanjador e boêmio incorrigível.

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P.S.: A reportagem acima foi originalmente escrita e publicada em 06/08/2010, no Caderno 2+, suplemento cultural do jornal A TARDE, em Salvador, onde sou colaboradora.
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Fê Rodrigues 19/02/2012

Poemas escolhidos de Gregório de Matos
Quando me deparei com Poemas Escolhidos de Gregório de Matos, pensei: “Uau! Quanta coragem!”, isso porque José Miguel Wisnik, responsável pela seleção e prefácio do livro, teve em suas mãos um desafio que não é seria vencido por qual quer um. Falando assim pode parecer um exagero, mas não o é. Gregório de Matos é considerado um dos maiores poetas Barroco das Américas. Além disso, nem todos os poemas atribuídos ao Boca do Inferno foram realmente escritos por ele. Logo, a proeza de Wisnik é plenamente justificável.

O “Prefácio” dividi-se em três partes. Na primeira delas, “Esboço biográfico”, o leitor passa a conhecer quem foi Gregório de Matos e Guerra, nascido em Salvador (1633 ou 36) e morto no Recife (1696), arcebispo, marido, advogado – doutor in utroque jure*, pela Universidade de Coimbra -, poeta na Bahia colonial e dono de uma biografia cheia de aventuras, amigos e inimigos. A segunda, por sua vez, é um “Estudo Crítico” que apresenta as características do período vivido pelo poeta e como elas influenciaram em sua escrita: o embate entre a mentalidade jesuítica e a Contrarreforma, somadas à sua “consciência dividida entre a moral pública, ascética, e a prática sensual, privada”. A seguir temos, então, explicações sobre a poesia satírica – que registrou e criticou as transformações socioeconômicas vividas no política colonial –; sobre a poesia lírica-amorosa e seus confrontos entre asceticismo e sensualidade, corpo e alma – levando muitas vezes a oximoros preciosos – e sobre a poesia religiosa, em que “a dualidade matéria / espírito projeta-se na dualidade culpa / perdão”. Por fim, mas não menos importante, José Miguel Wisnik explica como foi o processo de seleção dos poemas e como a obra está organizada.

Findada a leitura do “Prefácio”, o leitor encontra uma lista de uma pequena “Bibliografia”, também dividida em três partes: “Do autor”, “Antologias anotadas”, “Sobre o autor”. Os livros ali mencionados podem servir para quem, após a leitura, quiser aprofundar seus conhecimentos acerca de Gregório de Matos. E, em continuidade, temos os poemas organizados em:

• Poesia de Circunstância (I - satírica e II – encomiástica)
• Poesia Amorosa (I – lírica e II – erótico-irônica)
• Religiosa

O que dizer deles?! A força sonora (rimas, aliterações, assonâncias**) embala o leitor, tornando a leitura prazerosa. Os jogos de ideias, a ironia e zombaria das sátiras nos fazem gargalhar e ao mesmo tempo refletir (muitas das mazelas que li sendo alvo de críticas do Boca do Inferno nos tempos coloniais me fizeram recordar o que ainda hoje é vivido no Brasil). As intertextualidades com as figuras mitológicas provocam o leitor a querer saber mais sobre Baco, Apolo, Cupido, Janos, Saturno e tantos outros personagens clássicos. O vocabulário surpreende, já que muitos dos termos – alguns de baixo calão – ainda se mantém atual. Em suma, o livro é um deleite para apaixonados por poesia e/ou pelo Barroco. Ademais, as notas de rodapé ajudam o leitor a esclarecer o significado dos vocabulários em desuso e a entender quem são as pessoas e personagens citados nos poemas – fato que ajuda na interpretação do que é lido.


Livro: Poemas Escolhidos de Gregório de Matos
Autor: Gregório de Matos
Seleção e prefácio: José Miguel Wisnik
Ano: 2010
Páginas: 360
Coleção: Listrada
Editora: Companhia das Letras.

_______________________
*in utroque jure = em ambos os direitos. Ou seja, no civil e no canônico. (Definição do site Revisões e Revisões)
**Aliterações = repetição ritmada de um som de consoantes idênticas ou semelhantes em um verso. || Assonância = repetição ritmada de vogais idênticas ou semelhantes em um verso.

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Resenha escrita por mim e publicada em: http://nossocdl.blogspot.com/2012/01/resenha-poemas-escolhidos-de-gregorio.html
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Maitê 29/01/2015

Há muitos anos não lia poesia, e essa antologia foi um bom começo. Tive dificuldade para compreender a linguagem, mas ao caminhar da leitura foi ficando mais fácil.
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Dani 16/01/2020

Coletânea de poemas satíricos, amorosos e religiosos. Ninguém escapava das críticas de Gregório conhecido como "Boca do Inferno". Poesia do período barroco, mas ainda muito atual.
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J. Silva 18/05/2024

Poemas Escolhidos
Gregório de Matos (vulgo, Boca do Inferno) é sempre lembrados nas aulas de literatura e em questões de vestibulares. Por isso, duvido que alguém não tenha em algum momento se deparado com algum dos poemas do autor. Tanto é assim que, dentre os livros publicados pela editora Principis esse é o que apresenta o maior número de questões de prova comentadas.

A propósito dessas questões, é interessante destacar que alguns poemas do autor e outros atribuídos à ele são colocados como um extra. Por isso, quando encerrada a leitura regular, o leitor avançando pelo complemento de leitura pode conhecer outros textos e a celeuma que orbita sobre a autoria de determinados poemas.

Outrossim, merece destaque o fato dos poemas terem sido reunidos e publicados no século XIX, muito tempo depois do falecimento do autor.

***

A BAHIA

Tristes sucessos, casos lastimosos,
Desgraças nunca vistas, nem faladas.
São, ó Bahia, vésperas choradas
De outros que estão por vir estranhos

Sentimo-nos confusos e teimosos
Pois não damos remédios as já passadas,
Nem prevemos tampouco as esperadas
Como que estamos delas desejosos.

Levou-me o dinheiro, a má fortuna,
Ficamos sem tostão, real nem branca,
macutas, correão, nevelão, molhos:

Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna,
E é que quem o dinheiro nos arranca,
Nos arrancam as mãos, a língua, os olhos.
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Gui 13/03/2020

Complicado
Até que é bom, mas eu não estava prestando muita atenção no livro, então boiei e não absorvi NADA.
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Clara 25/03/2020

Poemas Escolhidos
Leitura obrigatória da FUVEST
Bom, mas cansativo
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Soliguetti 02/04/2020

Difícil compreensão
Poemas inteligentes, mas chatinhos e de difícil compreensão devido à linguagem arcaica. As notas de rodapé de José Miguel Wisnik mais atrapalham do que ajudam, interferindo negativamente na fluidez da leitura e raramente esclarecendo alguma coisa.
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