Tarsila 21/07/2011Lírico, sensível, pleno...Comprei o livro ser ler a sinopse, sem ler resenhas. Comprei pelo autor italiano que tanto me impressionou em Desculpa Se Te Chamo de Amor e Desculpa, Quero Me Casar Contigo, e que, em Três Metros Acima do Céu, mais uma vez me emocionou e surpreendeu.
Já esperava que o início fosse confuso, pois foi isso que aconteceu em Desculpa Se Te Chamo de Amor. Mas esperar por isso não fez me ficar menos chateada. A história começa sem começo e é muito desagradável se sentir perdida, não saber quem é quem, ou às vezes até mesmo quem está falando. Sem se dar ao trabalho de dar explicações, Federico Moccia introduz uma grande quantidade de personagens no enredo. Como em Desculpa, temos dois mundos distintos que se encontram, e mais uma vez no trânsito. Step está em sua querida moto (como os italianos gostam de motos!) e num sinal vermelho fica ao lado do carro do pai de Babi, essa, que está indo para a escola, lhe chama a atenção. Têm uma breve contenda e a partir daí não param de se encontrar.
“O sol continua a subir no céu, é uma linda manhã. Ela está indo para o colégio, ele ainda não foi dormir depois da noitada de ontem. Um dia normal, como qualquer outro. Mas o sinal faz com que fiquem emparelhados. E aí o dia deixa de ser como os demais.”
Pág. 02
Sinceramente, de início, Babi Gervasi me pareceu uma garota superficial, e Stefano Mancini (Step), apenas um delinquente. Fiquei me perguntando se o Federico queria mesmo que alguém de comportamento tão reprovável me cativasse só porque tinha "músculos definidos". Estava esperando grandes mudanças, e sim, tive surpresas.
Babi é uma linda garota de temperamento forte e Step um cara grosso e violento, metido em roubos, brigas, corridas e cheio de amigos desse gênero. Pallina, melhor amiga de Babi, se sente à vontade nesse meio e passa a se envolver nele ao conhecer Pollo, grande companheiro de Step. Step e Babi não têm nada a ver e sem querer querendo vivem se esbarrando e mantendo um relacionamento turbulento.
A narrativa do Federico é poética, lírica, sensível. Os pontos de vista se alternam entre os personagens – todos bem-construídos, sem deixar de ser narrado em terceira pessoa, permitindo-nos ter ampla visão da história. Ele descreve lugares, movimentação, sentimentos de um modo que nos deixa muito em contato com o que se passa. O modo como mostra as sensações é tão verdadeiro que senti raiva, angústia e amor junto com os personagens. O autor envolve relacionamento com os pais, professores, irmãos, amigos e casais, jovens ou maduros.
Ela monta na garupa. Step engata a primeira. Afastam-se suavemente, cada vez mais rápidos, deixando atrás de si a marca precisa dos pneus largos. Longe dali, na areia remexida por beijos inocentes, ficou um pequeno coração. Foi Babi quem desenhou às escondidas com o pequeno indicador do qual Step tanto gostou. Uma maldosa onda solitária cancela os contornos. Mas, com alguma imaginação ainda dá para ler aquele S e aquele B. Em algum lugar um cão late para a lua. A moto continua sua corrida apaixonada, desaparecendo na escuridão da noite. Uma onda mais determinada apaga o coração por completo. Mas ninguém jamais poderá apagar aquele momento das lembranças dos dois.
Pág. 233
Consegui simpatizar bem mais com o Step, quando é apresentado outro lado dele, o qual encantou Babi. Porém Step não deixa seus hábitos... e isso gera conflito. Step e Babi formam um casal inesperado que experimentam uma paixão que os levam para cima do céu. Roma é o belo cenário onde acontece a história inesquecível, e a cidade não deixa de ser um espetáculo à parte.
Com certeza demorei mais para ler o começo que todo o resto, tendo iniciado a leitura desse livro enquanto lia outros. Quando a história passou a fluir foi impossível largar e terminei o livro às seis e meia da manhã, virei o dia completamente sem sono e encantada com o romance.
Três Metros Acima do Céu é sobre intensos sentimentos... sobre o amor e do que ele é capaz. Um livro que me encantou inteiramente e super-recomendo!