Lolita

Lolita Vladimir Nabokov




Resenhas - Lolita


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isa 23/05/2024

"Minha alma, meu pecado"
Lolita é um romance permeado por inúmeras polêmicas, possivelmente mal compreendido em diversos contextos por se tratar de uma história imensamente complexa. Nesse livro, nos infiltramos na perversa mente de Humbert Humbert e acompanhamos com muita dificuldade sua relação problemática com Dolores, uma criança de 12 anos.

Desde os primórdios da narrativa, Humbert Humbert se declara ciente de sua obsessão por garotas mais jovens e até se condena por esse traço doentio, mas nada que o impeça de extrapolar qualquer limite moral. Em diversos momentos somos apresentados a versões distorcidas de uma realidade por ele retratada, seu foco narrativo em certos instantes oscila entre delírios de uma mente perturbada e retomadas de consciência e lucidez.

A relação entre os personagens é completamente intragável e gera um profundo incômodo, qualquer possibilidade de tratar essa história com romantismos deve ser imediatamente abandonada. Tudo o que é relatado aqui reflete a loucura do narrador, um homem detestável, mas ainda surpreendentemente humano.

Nabokov escreve com maestria uma narrativa com diversas camadas de complexidade, a linguagem e a própria trama são por si só exigentes. Nos encontramos imersos em uma perspectiva nada confiável, Lolita é apenas uma criação de Humbert Humbert, manipulada e abusada no meio de uma relação doentia.

Esse é um livro propositalmente desconfortável de se ler por abordar uma temática cruel e repugnante. Li com muita dificuldade, mas destaco sua primazia em termos de arte e literatura.
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duda1501 22/05/2024

Assisti um vídeo e a moça falou que esse livro não é um romance e sim uma tragedia e isso define totalmente o que é esse livro. Saber que o Humbert é o grande culpado de tudo de errado que acontece na história e mesmo assim conseguir sentir pena dele em alguns momento é a prova do porque esse livro é um clássico e merece todos os elogios que tem. Um dos últimos capítulos, em que Humbert relata episódios em que ele via a tristeza da Dolores me fez perceber o quão trágica é essa história. Sem dúvidas foi um dos melhores livros lido no ano
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Viviane485 19/05/2024

Indigesto e fenomenal.
Lolita é aquele tipo de livro que, mesmo não tendo lido anteriormente, parecia fazer parte de uma memória coletiva a partir de adaptações e referências conhecidas por mim. Mas agora após a leitura percebo o quanto foi importante ter a minha própria impressão dessa obra.

Que escrita difícil e bonita de Vladimir Nabokov, uma dramatização espetacular do cotidiano, atos e pensamentos doentios, violentos e criminosos de Humbert Humbert. Tudo muito fora do óbvio, ao menos do meu óbvio. Na contracapa diz ser "a única história de amor convincente de nosso século", me desculpe a ignorância dessa leitora, mas nessas mais de 300 pág tem de tudo, só não vi amor. Desamparo e solidão talvez sejam as palavras que mais estiveram presentes em meus pensamentos enquanto lia as passagens em que Lolita sobrevivia aos inúmeros episódios (velados ou não) de violência. Lolita foi dilacerada de diversas maneiras, talvez a pior delas, foi a de confundir o abuso com "carinho" parental e recorrer ao seu abusador em um derradeiro momento de vulnerabilidade.

Quase impossível para uma criança de 12 anos, interrompida de seu pleno desenvolvimento
emocional, poder sair e não retornar ao ciclo de violência e desamparo vivido desde tão cedo, não apenas e só com a chegada de H.H. Mas Lolita, aparentemente, conseguiu dar conta, de alguma forma, e seguir adiante com as possibilidades que foram se apresentando. História tristíssima. Principalmente pela literatura, tão bem escrita e detalhada, ser uma sombra daquilo que acontece todos os dias por aí.

"...partindo na minha direção com um sorriso que se apagava." (p.218)
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@tayrequiao 18/05/2024

O que é boa literatura?
O que é boa literatura?

Alguns vão dizer que a resposta está relacionada ao gênero. Outros, ao autor ou estilo literário. Eu tomo a liberdade de vincular a minha resposta ao poder de transformação da obra.

Quanto mais o livro me incomoda, me sacode, me convida a repensar, melhor ele será.

É exatamente isso que você encontra com essa leitura: um convite para sair da sua “bolha” e assumir a posição de voyeur de uma relação cruel, disfuncional e incômoda. E eu preciso te alertar que essa não será uma leitura fácil.

Acompanhar a história de um predador se*xu*al com uma garota de apenas 12 anos não pode ser fácil de digerir para o leitor. Não pode ser entretenimento. E Nabokov sabia disso.

Dificilmente você vai encontrar um personagem que lhe cause tanto asco quanto H.H. Assim como dificilmente você vai ser apresentado a uma escrita tão imersiva quanto a de Lol*ita.

É verdade que a história pode ser arrastada ou excessivamente descritiva em alguns momentos. É verdade até que o final pode ser mais anticlimático do que você esperava.

Mas, em igual proporção é também verdade que Nabokov é brilhante ao te transportar para o centro do narcisismo do seu protagonista e te conduzir durante essa história trági*ca.

Você pode não gostar do livro.
Pode não concordar com as atitudes de H.H. (e eu espero que não concorde!).
Pode até confundir o criador com a criatura.
Mas, uma coisa você precisa reconhecer ao final:
Isso é boa literatura.

site: https://www.instagram.com/tayrequiao/
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lissamed 18/05/2024

Lolita - Vladimir Nabokov
Lolita é um romance de 1955 escrito pelo romancista russo-americano Vladimir Nabokov que aborda o polêmico tema da hebefilia. O protagonista é um professor de literatura francês que se muda para a Nova Inglaterra e escreve sob o pseudônimo de Humbert Humbert. Ele descreve sua obsessão por uma garota de 12 anos, Dolores Haze, a quem sequestra e abusa sexualmente após se tornar seu padrasto.

A princípio, essa, com certeza, foi a leitura mais difícil que já fiz em minha vida, principalmente pelos temas que ela aborda como ao longo da trama vão sendo tratados, durante a leitura, inclusive, tive muita vontade de abandonar o livro. Por mais que ele seja uma sátira e uma crítica, o que cumpriu muito bem o seu papel como ambas, ele, mesmo assim, por ser narrado por um protagonista tão manipulador torna a leitura muito difícil, repulsiva e desagradável. Nabokov, por sua vez, tem uma escrita bastante poética e precisa, mas que não consegui aproveitar durante esta leitura, já que por sua vez fora muito sórdida e nauseante.

Humbert Humbert é um homem desprezível e asqueroso, que durante a narrativa manipula bastante os fatos do que de fato está acontecendo, e por sua hedionda mente corrompida pela sua nojenta obsessão por Dolores, sexualiza falas e ações da mesma, tornando a leitura ainda mais angustiante, e é fato que a garota não estava nem um pouco satisfeita com essa situação, porém, pela narrativa de H.H, não é o que aparenta na maior parte do tempo, e mesmo assim, em muitos momentos se mostra enojada por ele, e, infelizmente, como o livro é narrado pelo próprio H.H, jamais saberemos o que se passava na cabeça da menina, mas, por meio de alguns diálogos, é possível perceber que ela não estivera nem um pouco feliz naquela vida. A leitura representa uma criança indefesa, violentada, abusada, agredida, de quem o destino retirou qualquer possibilidade de felicidade.
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Isabelly.Godoy 16/05/2024

Desconfiança
Queria fazer essa leitura ha bastante tempo. Já vi muitos vídeos de pessoas comentando a respeito, mas quis tirar minhas próprias conclusões.

Esse clássico da literatura em inglês foi muito difícil de assimilar em diversos momentos, obviamente devido aos temas abordados. Ainda assim, Nabokov tem uma escrita de tirar o fôlego, uma mistura de poesia e comparações muito inteligentes e visuais.

Com a leitura, compreendi realmente o que é o "narrador não confiável", o que é ler um ponto de vista, uma narração parcial dos fatos. Agora tenho ainda mais claro que tudo, na literatura e na vida, é uma versão, um ponto de vista.

Para mim, foi muito óbvio o tempo todo que não devemos confiar no que Humbert diz, mas com certeza isso se torna mais evidente mais ao final do livro, quando o narrador deixa "escapar" algumas das reações de Dolores às suas falas quando vai visitá-la.

Essa obra não é uma leitura fácil, mas com certeza propõe uma reflexão muito importante sobre o olhas crítico que devemos ter sobre qualquer narrativa que nos é proposta e quem está nos contando a história.
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Simplício 15/05/2024

É maravilhoso por ser horrível
Eu diria que Lolita é uma tragédia; uma história de paixão e destruição, sendo, porém, e sobretudo, uma história de pedofilia.
Acompanhamos a relação de Humbert Humbert, que é a contraparte do "protagonista gostável" sendo um protagonista detestável e execrável, com Dolores Haze, uma criança aquariana de 12 anos. É um livro que exige estômago pois não só nos apresenta um tema delicado como também não é fácil de ler as coisas asquerosas que permeiam os labirintos da mente de Humbert, um pedófilo, racista, misógino, elitista e, não obstante, francês.

Nabokov escreve muito bem; é fluído e envolvente e em momento algum romantiza a relação que nos apresenta. Em certas passagens da obra, eu tive oportunidade de refletir sobre o papel dos educadores em lidar com um problema qual, muitas vezes, o próprio responsável pode ser a causa.

Lá pelo seu último terço se constrói um thriller agoniante: o desquerido sabe que está errado e se torna cada vez mais paranóico. Dentro desses momentos é interessante ver como o autor constrói textos desconexos, que te confundem e assustam, fazendo um belo jus ao abusador que o H. H. é.

Como uma boa tragédia, espere ter o estômago revirado e o coração pisoteado.
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Leareminds 04/05/2024

?Lolita, luz da minha vida, fogo da minha carne? e com essa frase se inicia a confissão de um narrador não confiável que diz tantas coisas chocantes na primeira parte do livro que quando se vai para segunda há uma singela impressão de que a narrativa perde a força. Quando em verdade você já está habituado ao banal que lhe é apresentado e parece que todas suas últimas ações só são um detalhe quando comparado com seu maior crime de todos.
É uma espiral de monstruosidade.
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Leticia2513 03/05/2024

Tortura psicológica
Ler esse livro foi uma tortura do início ao fim. E não digo isso por causa da escrita do Nabokov, não, de maneira alguma. Foi uma tortura porque enquanto lia os relatos do Humbert, sentia uma ânsia profunda no estômago, nem sei explicar. Do início ao fim sinto que lutei comigo mesma para continuar. E parabenizo o Nabokov por conseguir escrever um personagem tão asqueroso de maneira tão crua e real.

Esse livro se passa através da visão do Humbert, que é narrador e um dos protagonistas. Desde o início, a gente lê os pensamentos doentios do H.H não apenas sobre a Dolores, mas sobre alguns fatos que ele vai jogando durante o livro. Pra quem assistiu apenas ao filme, saibam que ele não conta nem a metade. Enquanto lia o livro, conversei com uma pessoa que disse que após assistir ao filme, ela ficou com uma imagem "positiva" do Humbert (era menor de idade na época) e chegou até a ficar do lado dele por um tempinho. Isso porque, no filme, tudo é tão distorcido.

No livro, apesar de vermos muitas cenas romantizadas, é perceptível que o autor vai contra essas ideias, ele mesmo chega a falar em uma nota sobre como discorda do H. Mas no filme, não. Não estou dizendo que não deve ler o livro, mas que você tem que estar preparado psicologicamente e até fisicamente pra esse livro. E que, por favor, seja maior de idade. Porque querendo ou não, quando mais novos, tendemos a romantizar situações de homens mais velhos se relacionando com pessoas mais novas (tipo em PLL que um dos maiores shipps é um professor e uma adolescente).

E repetindo o que vi na resenha de uma das pessoas, o Humbert não é um monstro e sim um humano. Porque só os humanos poderiam fazer algo tão terrível assim. (Descreveu tão bem!!)
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erodachaos 02/05/2024

Maquiavélico
Lolita é um daqueles livros que você não pode confiar no que está lendo. Você SABE e sente que está olhando através dos olhos de um homem. A cada movimento sensual e malicioso que Humbert Humbert entende enquanto observa Lolita, você questiona se está acontecendo aquilo de fato ou se ele quer que seja daquela forma.

Instigante e engraçado embora um pouco problematico
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FLEMIMN 29/04/2024

É inquietante que um livro narrado pela perspectiva de um homem com hebefilia seja erroneamente rotulado como um romance. Isso destaca a tendência da sociedade em romantizar ou ignorar questões sérias relacionadas à exploração e abuso sexual de menores.
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Marcianeysa 28/04/2024

Chocante
O autor escreve muito bem, a leitura até certo ponto flui bem (apesar de ser um livro denso). O meio da segunda parte se estende demais (me vi pulando vários trechos), o que torno cansativo certo ponto do livro.
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