Resenhas - Piranesi

-Koraline 05/02/2022

Esperava muito mais
Piranesi tem uma narrativa bastante descritiva e bonita, a construção do ambiente é muito bem feita, mas infelizmente fiquei decepcionada com o enredo, talvez por ter lido e escutado tantos elogios, eu esperava uma reviravolta que não fosse previsível, além da temática filosófica não me interessar tanto. Achei o personagem principal bastante plano e passivo, sem qualquer traço de personalidade, até mesmo quando ele tem sentimentos controversos, ainda é totalmente inexpressivo. Enfim, não é uma leitura ruim, já que a narração é boa, mas achei um livro esquecível.

Aline MSS 19/05/2022

Experiência diferente!
É um livro pequeno e rápido de ler, te garante uma experiência bem "diferente".

Não costumo ler resenha e nem pesquisar mto sobre os livros q compro. Geralmente leio uma coisinha aqui, outra ali, coloco na minha wishlist e qdo rola uma boa promoção acabo comprando. Qdo resolvo ler(depois de anos) nem me lembro do q se trata a história e vou no "escuro" msm. Tudo isso para ter toda a experiência possível q um livro possa me garantir.

Em relação a esse livro eu fugi do meu ritual. Li várias coisas sobre ele e NUNCA consegui entender do q se tratava. É só ler as resenhas aqui, comentários na Amazon e perceber q ngm consegue explicar a história e eu achei isso MARAVILHOSO! Corri pra comprar, esperei ansiosamente, ignorei minha lista mental de prioridades para leitura e passei ele na frente tamanha era minha curiosidade.?

Li em 3 dias e me sinto tbm incapaz de resenhar a história. Hahahah ??

A história é bem filosófica, não daquele tipo q a gente espera, cheia de frases e pensamentos soltos q fazem mais sentido pra quem estuda filosofia, sociologia e etc. No começo e até a metade do livro vc pensa em "desistir" por achar mto "viajado", mas as pistas q a autora vai soltando ao longo da história te fazem continuar, até pq o livro é fininho ? . No final tudo acaba se encaixando e fica tudo bem redondinho.
É aquele tipo de história q vc imagina onde vai acabar, não consegue explicar sem dar spoiler e no final acha OK! Eu gostei da leitura, pq consegui mergulhar na história e sentir tudo como uma EXPERIÊNCIA filosófica.

Recomendaria pra quem curte filosofia, psicologia e pra quem é curioso, mas não faria uma releitura. É livro de experiência única!

Rosangela Max 07/12/2023

Diferente, mas de uma forma curiosa.
É uma leitura que no início me pareceu estranha, mas que, rapidamente, foi me despertando o interesse.
Não demora muito para percebermos o que está acontecendo e no que o protagonista está metido.
A forma como a escrita foi construída é diferente, mas faz sentido quando entendemos a história.
Achei que, no final, nem todos pontos foram amarrados, talvez de forma intencional para manter o ar de mistério.
Recomendo a leitura.

Coruja 07/10/2020

Esse era o livro para o qual eu mais tinha expectativas esse ano. Comprei-o em pré-venda em fevereiro, sete meses antes do lançamento, numa edição especial da Waterstones que vinha autografada pela autora e esperei ainda mais um mês até os correios entregarem o bendito: quase uma gestação. Mas, bem, dificilmente terei chance de encontrar a Susanna Clarke por aí, e ela é uma das mais importantes figuras do meu panteão particular de autores.

Jonathan Strange e Mr. Norrell é um dos meus livros favoritos da vida, uma mistura de alta fantasia com romance dos tempos da regência, repleto de figuras históricas reais, um mundo inteiro criado entre notas de rodapé, romance, aventura, guerras napoleônicas, mitologia britânica, algo de arturiano e algo de austeniano num calhamaço de mais de oitocentas páginas. Destarte, não é de se surpreender que Piranesi aparecesse em tão alta prioridade na minha lista. Assim é que não me arrependo de nada: a edição especial que comprei ainda veio com um capítulo extra e a beleza do volume valeu cada centavo pago nele.

Por essas curiosas coincidências do destino (lendo Manguel, claro, as referências deste homem são tantas que a gente até se perde), descobri bem antes de recebê-lo que o título do novo livro da Clarke tinha a ver com um personagem real: o famoso desenhista e arquiteto italiano Giovanni Battista Piranesi, conhecido especialmente por uma série de gravuras publicadas inicialmente em 1750, chamada Carceri d'invenzione que, como fica claro do título, retratam prisões imaginárias. Não tinha a menor ideia se essa informação era de alguma maneira importante para a interpretação da história, mas guardei-a e continuei a esperar o livro.

O romance de Clarke é narrador em formato de diários por Piranesi, uma espécie de cientista num mundo que é uma Casa e um Labirinto, contendo céu e mares; de corredores infinitos e salões repletos de estátuas gigantescas. Piranesi não tem uma memória exata do início de sua existência; seu único companheiro humano é o Outro, com quem se encontra esporadicamente em função de seus estudos e explorações da Casa. As sondagens de Piranesi, contudo, fazem com que ele descubra indícios de mais um humano e, aos poucos, ele vai encontrando pistas sobre o grande mistério por trás de sua existência e da natureza do mundo em que se encontra.

É difícil explicar exatamente o enredo do romance sem entregar tudo o que faz desse livro uma obra tão fascinante. Afinal, é o mistério, as pistas que ao pouco vão se revelando que nos prendem à história. No final, de fato, entendi que não é uma coincidência o título fazer eco ao desenhista italiano: o Piranesi de Clarke é um prisioneiro num magnífico e surreal labirinto que bem poderia figurar entre as famosas gravuras e a escolha do nome tem um tom de cruel ironia. Do Mito da Caverna ao Minotauro de Minos, de teorias da conspiração e políticas acadêmicas, Clarke costura um suspense que é tanto mais efetivo pela escolha da narrativa epistolar.

Há algo de familiar no mundo de Piranesi e não falo isso apenas do ponto de vista das referências que consegui perceber. É algo na Casa, com suas estátuas, suas marés, seus pássaros e mistérios; um território longínquo coberto pelas neblinas de um sonho, algo de que nos lembramos vagamente ao acordar - ou como sombras na caverna, para usar o mito platônico. Um clima onírico, que parece colocar o próprio leitor sob um feitiço. Assombroso, vertiginoso, terrivelmente belo; as imagens que Clarke faz emergir de suas páginas em nossa imaginação são algo hipnotizante.

É uma familiaridade que nasce da ideia do labirinto, mas também da miríade de possibilidades de construção de significado que a narrativa oferece. Piranesi é um prato cheio para semióticos - a determinada altura comecei a pensar no conceito de ‘obra aberta’ do Eco, em que o intérprete-leitor participa ativamente da construção final do objeto artístico - e cada um pode usar seus amplos espaços e metáforas para enxergar sua própria significação.

A prosa de Clarke é enganadoramente simples e seu protagonista-narrador parece, ele mesmo, um personagem simplório. Mas há uma mina de significados até no uso de maiúsculas, na forma como conceitos filosóficos complexos estão por baixo da admiração que Piranesi tem pelo mundo da Casa, sua compreensão matemática das marés. Num nível superficial, é uma história sobre outros mundos, realidade, acadêmicos obcecados, traições e busca por conhecimento. Há um mistério a ser desvendado e saber quem é o narrador e como ele chegou à Casa faz parte dessa jornada.

Mas há outras possibilidades, outros níveis de leitura. A realidade de confinamento de Piranesi faz lembrar nossa própria experiência de quarentena, os desafios que descobrimos nas semanas que permanecemos trancados - não parece tão a propósito ele ter sido publicado em meio ao caos que estamos vivendo? Quem conhece a biografia da autora, pode ainda fazer a conexão com a doença que a deixou confinada em casa pela última década e meia. Construção de identidade e linguagem, personalidade e memória, cultura e sociedade… posso pensar em várias maneiras de utilizar o mundo criado no livro para explorar todas essas análises. Ele está aberto a receber tantos significados quantos o leitor conseguir imaginar.

Além da narrativa envolvente e multiplicidade de interpretações possíveis, as imagens com que Clarke nos apresenta esse mundo são simplesmente belas. Mais de uma vez eu parei de ler para fechar os olhos e me perder pelos cenários conjurados em suas palavras. A Casa não é um lugar onde eu gostaria de me perder, mas penso que faria a viagem se me fosse possível encontrá-la. Afinal, ela é muito mais que um Labirinto: é um universo para onde deslizam as ideias.

No final das contas, o que posso dizer sobre Piranesi? Primeiro, que minhas expectativas foram destroçadas, pelo simples fato de que ele é muito, muito diferente de Jonathan Strange & Mr. Norrell. Isso é ruim? Não, de forma alguma: a verdade é que ao fugir do que eu esperava, Clarke me deu acesso a um universo extraordinário e surpreendente. Eu não consegui prever nada do que ia acontecer, mantendo-me em estado de suspense por toda a narrativa. Considerando que às vezes tenho impressão de estar sempre relendo as mesmas histórias com nomes diferentes, considero esse um efeito notável.

Ela superou tudo o que eu podia esperar simplesmente por desafiar minhas expectativas. Felizmente, já foi anunciada a tradução pela Morro Branco para ano que vem: mais gente poderá descobrir esse universo. Piranesi é um daqueles livros para o qual sei que vou retornar, e que passarei muitas releituras descobrindo detalhes que não notara antes. É um livro de sutilezas, de detalhes, de mil e uma reflexões. Vai para a lista de favoritos, sem dúvida.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2020/10/os-infinitos-corredores-e-significados.html

Victoria (Vic) 21/03/2022

Esse livro não era nada que eu imaginava. É um quebra-cabeça surpreendente! A ambientação é perfeita, é uma leitura rápida e misteriosa. O personagem principal é encantador. Um livro diferente que precisa ser lido, recomendo muito!!

jusousan 04/05/2022

Piranesi
Piranesi vive na Casa. Ele dedica seus dias a catalogar e estudar os salões e labirintos, registrar estátuas e o regime das marés. Convive apenas com uma pessoa: o Outro.

Piranesi é um livro muito interessante. A autora Susanna Clarke trouxe o desenrolar da narrativa de uma forma não convencional e isso, ao meu ver, foi o ponto chave para envolver ainda mais o leitor. Além disso, a autora consegue passar da melhor maneira possível, apesar de um pouco confuso no início, o lugar vivo, dinâmico e mágico que o personagem principal vive. Escrita brilhante.

Os personagens cumprem o seu papel. Piranesi é tão carismático e determinado que é impossível não se afeiçoar.

O livro me tocou de uma forma diferente. Refleti muito sobre o que a autora queria passar. Piranesi mostra o quanto a vida pode ser um quebra-cabeça e com calma e paciência deve ser montada. Desafios existem e o que nos define é a forma que os encaramos. Porém, em resumo, acredito que a mensagem principal do livro é a seguinte: as vezes, para se encontrar é preciso se perder.

Por fim, como outras resenhas alertam, o ideal é que o leitor saiba pouco sobre esse livro. Acredito que ele fala de uma forma com cada um.

Nati 26/01/2022

Em Piranesi a autora Susanna Clarke vai oferecer ao leitor uma experiência diferente do que se está acostumado para uma fantasia.

Nessa história o personagem principal é um homem que vive em um mundo constituído por uma casa gigante. O mundo inteiro é uma casa de dimensões sem iguais, salões e mais salões todos preenchidos de estátuas representando animais, pessoas, lugares e figuras mitológicas em diversas situações cotidianas ou inusitadas. E todo esse mundo é habitado pelo protagonista e outro personagem conhecido como o Outro.

No início da narrativa eu não estava entendo nada, não havia sentido nas situações retratadas, havia um homem que sabia o que era várias coisas que não existia nesse mundo por ele habitado. E de onde estava vindo coisas normais como saco de dormir em um mundo em que o personagem comia alga e peixe?

Entretanto, quando chegou em determinado ponto da narrativa a autora começou a revelar esse mundo de uma perspectiva diferente e tudo foi se encaixando e me surpreendeu, porque não era o que eu pensava.

Esse é um daqueles livros de ler em um único fôlego, não somente pelo tamanho, mas também porque a história funciona melhor quando lida assim, a fragmentação quebra um pouco o fôlego e as situações são bem entrelaçadas para gerar o ?suspense? e a sensação de algo que está aparente e escondido ao mesmo tempo.

Gostaria que o livro tivesse me prendido desde do começo, porém o livro só me conquistou quase no final, mesmo assim não deixou de ser uma leitura encantadora e que dá vontade de reler assim que acaba.

"Até os ímpios merecem a Vida. Ou, se não merecerem, que a Casa a tire deles. Eu não".

Cinara... 16/09/2022

Norte, sul, leste, oeste...
"Em minha mente encontram-se todas as marés, seus ciclos suas vazantes e suas enchentes. Em minha mente encontram-se todos os salões, a interminável procissão deles, os percursos intrigados. Quando este mundo se torna excessivo, quando me canso do barulho e da sujeira e das pessoas, fecho os olhos e digo para mim mesmo no nome de um vestíbulo específico; então, nomeio um salão. Imagino que estou percorrendo o caminho do vestibular ele. Observo em detalhes as portas que devo atravessar, as direitas e as esquerdas em que devo virar, as estátuas nas paredes pelas quais devo passar."

Quem não queria ter um mundo para o qual podesse fugir, claro que o meu seria cheio de livros, mas isso tenho bem aqui na minha sala!
Fui com muita expectativa, no começo eu não entendia nada, a cada "nono vestíbulo, escadaria da extremidade oeste, parede leste, maré dos salões do leste, vigésimo quarto vestíbulo, segundo salão do sudoeste, nonagésimo sexto salão do norte, sexto salão do oeste..." etc, etc, eu queria tacar o livro longe, arrancar as páginas e os cabelos! Eu não queria imaginar essa bússola na minha cabeça me situando das coisas. Lugar que eu não entendia qual era, e no final com a explicação eu também não tive interesse de conhecer os pontos cardeais daquele lugar de estátuas, que nem era necessário me situar.
Eu não consegui ter nem metade do encanto por este livro que vejo tantas pessoas terem. Gostaria de ver o que elas enxergaram que eu não vi.
Não consegui acreditar nesse mundo da mesma forma que a polícia também não iria, não me convenceu, e olha que vários mundos com dragões, fantasmas, elfos, bruxos,etc, etc, eu colocaria minha mão no fogo que real existem! Piranesi não me convenceu. O modo que se chega a este mundo me convenceu menos ainda, afinal não existe, é tipo me explicou como e eu fui... Mais fácil chegar em Nárnia pelo guarda roupas né, pelo menos vêm com instruções de viagem.

Queria Estar Lendo 21/07/2022

Resenha: Piranesi
Piranesi foi o título vencedor do Women's Prize for Fiction; segundo livro publicado pela aclamada autora Susanna Clarke, e lançado aqui pela Editora Morro Branco, é uma história que mistura fantasia, ciência e mistério com maestria.

A Casa é um lugar misterioso e acolhedor. Piranesi, como é chamado, mora ali há alguns anos e encontra, entre os inúmeros Salões e Estátuas que existem no lugar, seu lar e conforto. Piranesi conhece tudo sobre a Casa, sobre seus corredores, sobre as peculiaridades de cada Salão. Ele é parte da Casa e a Casa é parte dele.

Dentro de sua rotina, Piranesi se encontra com o Outro algumas vezes por semana a fim de ajudar esse sério estudioso a desvendar um grande segredo do universo. Como ele vai fazer isso? Piranesi não sabe, mas está sempre tentando auxiliá-lo.

Quando uma coisa começa a sair dos eixos dentro da rotina e da deliciosa monotonia da casa, cabe a Piranesi e seus diários meticulosos a investigação; quando esse mistério começa a se tornar perigoso, cabe a Piranesi escapar e sobreviver a ele.

Pensa num livro que vai ser difícil de resenhar. É Piranesi.

A história que a Susanna Clarke conta aqui é tão intrincada ao mistério e à falta de informações, à sensação de confusão que as primeiras 100 páginas contam, que revelar demais estraga toda a maravilhosa surpresa que o livro entrega.

"Ao mesmo tempo, posso ver que é da natureza dos homens preferir uma coisa à outra, achar uma coisa mais significativa do que outra."

Piranesi é um livro sobre a atmosfera que traz. Sobre seu protagonista, sobre a Casa e seus Salões, sobre as infinitas Estátuas, sobre os pássaros, o Outro e a tal busca impossível que ele vem fazendo.

A trama depende muito da sua confusão inicial porque, quando ela entrega as respostas e todas as coisas confusas se encaixam, o quebra-cabeça é tão surpreendente que tudo que eu conseguia fazer era devorar mais e mais páginas até o fim.

A jornada do Piranesi é dependente da Casa, do Outro, dos seus diários e até mesmo dos pássaros que habitam os Salões. Piranesi é um homem apaixonado por infinitos detalhes, pela liberdade desse pequeno e solitário mundo, ávido em detalhar cada mínima curiosidade que encontra em seus caminhos.

A sua relação com o Outro é de um vizinho simpático lidando com um pouco amigável, mas necessário - afinal de contas, só existe Piranesi e o Outro nesse imenso mundo de Salões e Estátuas. Por quê? O livro vai te contar.

A atmosfera fantástica mescla muito bem os segredos que esconde e as revelações que chegam; e, quando chegam, é notável a mudança da narrativa. De um livro encantador para um assustador com uma mudança de tom, Susanna Clarke mostra, em poucas páginas, como contar uma história cativante e criativa ao extremo.

"Por um instante, tive noção de como seria o Mundo se, em vez de duas pessoas, houvesse milhares."

Se eu falar mais do que isso, não vai ter graça. Então se você gosta de fantasia, de mistérios e de histórias que saiam do comum para te desafiar e te levar por caminhos surpreendentes, é essa a sua próxima leitura.

A edição da Morro Branco é linda demais, tanto nos detalhes em bronze da capa, quanto os intrincados adornos na diagramação; a tradução de Heci Regina Candiani faz um trabalho primoroso com uma narrativa que é difícil, em partes, e então clara ao extremo.

Piranesi é o tipo de livro que você tem que viver, porque é impossível explicar. E também é impossível parar de ler, uma vez que você começa.

site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2022/07/resenha-piranesi-susanna-clarke.html

madrugueilendo 21/04/2022

único, escrita bonita, final questionador = my type of book
fui sem saber o que esperar e foi diferente de tudo o que eu imaginava e o que eu de fato esperava, para melhor

Piranesi é o tipo de livro que você termina sem saber explicar e só carrega a experiência da leitura, e eu amo isso. É uma história que te muda a cada releitura e eu tô doida pra reler

Bea 27/03/2024

Impecável
Que livro bom! No começo você fica um pouco perdido, parece que todo o universo é uma metáfora, mas quando vão sendo soltas novas informações, você começa a perceber a grandiosidade que é esse enredo. Como Piranesi não tem memórias de ter vivido em outro lugar, nós vamos descobrindo tudo com ele. Eu fazia muito a pergunta de como ele sabia das coisas, porque ele descrevia, por exemplo um cheiro, falando as notas que tinha de várias flores, mas ele nunca tinha visto uma real na vida.
A escrita é muito poética, no começo estranhei um pouco mas foi fácil se acostumar. O livro foi muito bem planejado, todos os elementos tinham um propósito. O final foi um pouco aberto, ainda tive muitas dúvidas que não foram esclarecidas, então fica aberto pra criar várias teorias.

?? Teorias com spoiler:
- O labirinto eu acho que era algum lugar físico mesmo, não acho que foi outro mundo que eles 'descobriram', mas não saberia explicar de forma racional como eles foram na primeira vez "transportados" pelo ritual, talvez alguma droga, sei lá. E outra que não saberia explicar foi a perda de memória que a Casa faz, quanto mais tempo fica por lá.
- No final eu acho que ele descobriu chegar no estado de espírito em que a Casa proporcionava, mas no mundo real, pra conseguir se adaptar com as coisas.
- E ele não ser mais nem o Matthew, nem o Piranesi fez muito sentido pra mim, porque ja não estava nos mesmos lugares, e nem tinha os mesmos costumes que eles.

Dri 13/05/2023

Era uma casa muito engraçada....
Talvez eu tenha ido com muita sede ao pote e muita expectativa, talvez eu não tenha uma imaginação tão fértil pra aproveitar tudo, talvez eu seja burrinha ou talvez só seja superestimado mesmo.
O fato é que um livro tão pequeno se arrasta demais e vive de confusão até o fim.

Rauny.Campos 02/02/2022

Sensível, bonito e contemplativo
Não se pode falar muito sobre. Mas Piranesi, a Casa, o Outro e cada descrição? cada estátua ou ave foi lido com deleite e nada é para encher página. Tudo faz parte da beleza da Casa e do coração de Piranesi. Que história. Daquelas que você encerra sorrindo e pensando sobre você e a bondade dos outros.

Bárbara 23/08/2022

Esperava mais
Primeiramente, a edição do livro é linda. Desde a arte da capa, as ilustrações entre capítulos e o papel com gramatura um pouco maior que o normal, prefeita.


Dito isso.
A escrita é extremamente descritiva e a história demora muito para deslanchar, acho que só foi ficar mais fluído lá pros 70%. Não sei se teria insistido na leitura se não tivesse tanta gente falando bem desse livro. O plot, apesar de ser bem viajado e específico, passa a ficar bem óbvio depois de um tempo.

Não digo que é ruim, fui lendo e ok (apesar de alguns momentos me dar sono)

O psicológico do Piranesi é o mais interessante dessa história, filosofar sobre como o ser humano se adapta para sobreviver e se adequa a novas realidades.

(Pensando agora pra escreve essa resenha tirei meia estrela kkkk mas vale a pena a experiência)

Re Vitorino 23/01/2022

Perfeito!
É difícil comentar sobre esse livro sem dar qualquer spoiler que possa estragar a experiência. Aliás, esse é um daqueles livros que quanto menos se souber, mais prazerosa é a leitura. Entender o mundo, a cronologia, juntar as peças que o próprio personagem descobre ao longo da história. Enfim, tudo é deliciosamente arquitetado. Amei.