Renata1004 28/09/2020Leitura fluida, gostosa e apesar de abordar o racismo de maneira leve, mostra como é a solidão da mulher negra. Lembrei bastante do livro Vozes negras, em uma das estórias que um personagem fala o pq de não namorar uma mulher negra, também bastante importante.
A narrativa é divertida e a escrita é envolvente, o humor e alegria da Julia também estavam ótimos, em poucas páginas eu estava imersa na história de uma forma que eu não conseguia parar de ler. Achei muito fofo os recados no quadro da cozinha, as descrições do corpo do Robert (que homem lindo, rs) e as cenas picantes foram de tirar o fôlego. A Julia é uma mulher forte, que foi sendo moldada a ser forte, e gostei da forma que ela não se deixou ser intimidada pelos ex-sogros do Robert.
Sobre Robert, gostei dele se preocupar em não se tornar uma pessoa amargurada, e sinceramente já estou cansada de livros em que a “mocinha” além de todos os problemas dela ainda tem que ser a terapeuta / tabua da salvação e responsável pelo homem superar um trauma, amei que Julia falou para o Robert procurar terapia, antes deles casarem.
As crianças achei uma fofura, muito encantadoras, amei saber como a cultura de um país influencia em diferentes aspectos da percepção da criança e a trata com capaz de se organizar, vestir, dentro das suas limitações, sem infantilizar além da conta.
Amei a fluidez da escrita, e a abordagem do racismo, tinha ficado curiosa desde o programa da Pah, na entrevista do Entre romances que a Tay falou que no preparo do livro, foi sugerido que a capa não fosse com uma mulher negra para não ser rejeitado como o Eu quero mais, isso foi de cortar o coração. Sem dúvida alguma lerei os outros livros da autora em breve! Recomendo muito!