spoiler visualizarMonica.Hellem 14/01/2017
Resenha
MARX, K; ENGELS, F. A Ideologia Alemã. – Col. A obra prima de cada autor. São Paulo. Editora Martins Claret 1993.
(Mônica Hellen Ribeiro Cardoso)
Texto: Resenha
A obra de Marx e Engels, A ideologia Alemã põe em questão as ideias de reforma da humanidade do neo-hegeliano. De início em, o prefácio dos autores é feita uma apresentação preliminar do que será abordando no decorrer da obra, na qual é citado que o objetivo central é desmoralizar os “carneiros que se julgam lobos”. Além disso, tem como intuito mostra ao povo alemão a obscuridade da realidade que está posta a eles.
O livro é bastante explicito e sucinto em colocar a evolução Francesa como uma “brincadeira infantil”, ou seja, ela estava sendo composta de resíduos mesquinhos de uma investida de agregação das classes oprimidas na França, uma vez que o terceiro estado era a maioria da população, onde o mesmo resolveu corromper a ordem contra a Igreja e a Nobreza nas quais se desguiavam como o primeiro e o segundo estado.
Segundo os autores, no mesmo momento em que na Europa sucedia verdadeiras modificações, na Alemanha ocorria uma única modificação ostensível que era a do campo das ideias, isto é, no campo imaterializado. O processo de decomposição do Espírito Absoluto é referido e empregado pelos filósofos neo-hegelianos, em que cada um tem sua concepção e modo de analisar o que está ao seu redor.
Todavia, foi feita uma lista, uma espécie de catálogo em que concepções específicas da filosofia hegeliana tinham como finalidade desconstruí-la, seja pela definição de um Fundamento, de um Entendimento ou pela de uma Autoridade, mas que no esforço de rescisão do Espírito Absoluto, de maneira que acabaria transferindo o ideal de um Todo para outros conceitos igualmente independente e intangível.
Para Marx e Engels, havia falhas nas críticas feitas pelos quais se denominavam jovens hegelianos que por sua vez eram de esquerda, ou seja, não pensavam apenas em si próprios, mas no bem de todos. Uma vez que era visto neles os elos verdadeiros da sociedade humana, de modo que tinham que lutar contra as ilusões da consciência já que isso estava imposto a eles.
Além disso, os jovens hegelianos propuseram aos homens um postulado moral, em que diz:
“Substituir sua consciência atual pela consciência humana, critica, egoísta, eliminando, assim, seus limites. Essa exigência de transformação da consciência significa o mesmo que interpreta de modo diferente o que existe, ou seja, reconhece-lo por meio de outra intepretação (P.43)”.
Apesar disso, a falha sucedia por aquele fato de proporem apenas a troca de consciência de uma categoria abstrata por outra, ocasionando na manutenção do sistema idealista, isto é, transformação de consciência, ou seja, significa interpretar de modo diferente o que já estava dado, sem alterar a estrutura. Portanto, ao atacarem o sistema hegeliano, acabavam conservando-o, exclusivamente sob outros conceitos.
Em seguida é mencionado sobre os pressupostos, isto é, aquilo que se supõe antecipadamente ou aquilo que se busca alcançar, frisando-se que “são bases reais das quais não é possível abstração a não se na imaginação (P.44)”. Procedendo então do pressuposto de que vínculos sociais que diante disso, são feitas inversão de perspectiva idealista, isto é, a consciência é produzida historicamente.
A também as relações entre nações que estão condicionadas pelo estado, além de ser mencionado sobre a divisão do trabalho industrial e comercial e do outro lado, que nada mais é do quer o trabalho agrícola colocando em destaque a questão do campo e cidade em que são discutir seus interesses, sendo que o texto e bem esclarecendo abordando a divisão do trabalho naquela época na qual o povo estava submetido.
Segundo os autores, o que alienava o povo era a uma espécie de controle de trabalho. Desta maneira Marx e Engels passam a discordar de Feuerbach, movendo o motivo da alienação da religião, mas acrescentando como efeito de outra alienação, a do trabalho. Isto ocorre pelo fato do produtor não poder reconhecer o produto do seu trabalho, ou seja, não sendo dono dos meios de produção, não pode também ser dono do valor do que produziu, sendo, assim é transformado em mera rigidez de atividade ou uma escravidão trabalhista.
Repetindo, mais uma vez sobre os pressupostos e fazendo uma analise sobre o que são eles para os autores e bem explicito que os seus pensamentos se desenvolvem de modo que, os homens se distinguem dos animais não porque tem certa consciência, mas porque produzem as suas condições de existência, ou seja, essa consciência se da pelo trabalho e da divisão do trabalho a obra e bem explicita em fazer tal confirmação.
Contudo, é importante frisa a questão da História em que eles são bastante realistas ao colocar o que realmente se passa naquele momento. Fixando a ideia de que:
“É do conhecimento geral que isso nunca foi realizado pelos alemães, os quais, por isso mesmo, nunca tiveram uma base terrena para a história e, assim, nunca tiveram um historiador (P.54)”.
Feita uma analise explicativa de três relações, que foram as do fato histórico, o instrumento de satisfação e a relação que intervém no desenvolvimento histórico, ou seja, um interligasse ao outro para uma compressão do que seria a produção fabril daquela época, colocando em evidência o trabalho comercial e da indústria isto é os autores relacionam o contexto junto à história.
Marx e Engels esclarecem que “esses três aspectos da atividade social não devem se considerados como três fases distintas (P.55)”. Ou seja, devem se apenas momentos na qual fazem parte da história que se construiu com o passa do tempo, e é certo dizer que há necessidades de terminadas explicações, mas elas nem sempre são coexistentes com a história.
Um exemplo que os autores destacam em relação à propriedade seguindo a raciocínio do trabalho e de sua estrutura é:
“envolve a propriedade, que já tem seu germe, sua primeira forma, na família em que a mulher e os filhos são escravos do marido. A escravidão na família, embora ainda rudimentar e latente, é a primeira propriedade, que aqui, alias, corresponde exatamente a definições que deram os economistas modernos, pela qual a propriedade é o poder de dispor da força de trabalho de outrem. (P.60)”.
Todavia, é feita uma analogia com o trabalho e com a propriedade destacando o que seria a atividade (trabalho) naquela época de como o trabalho era visto e de como certas doutrinas eram aplicadas, isto é, se mostravam como uma espécie de costume a ser seguindo.
Em seguida, o trabalho passa a ser dividido e cada atividade passa até um “profissional”, mas a também é frisado sobre a sociedade comunista que “o individuo não tem uma única atividade, mas pode aprimorar-se no ramo que o satisfaça (P.60)”. Deste modo, cada individuo pode se aperfeiçoa na área que lhe convém. Além disso, é feito todo um aparato filosófico sobre o assunto envolvendo o comunismo e demais assuntos que envolvem todo esse pensamento neo-hegeliano.
Ademias, os autores descartam o forte poder da história em mostra empiricamente os faz concretos. Além de mostra uma influência na questão espiritual, envolvendo a religião nesse meio de discussão.
“A dependência universal, essa forma natural de cooperação forças histórico-mundial dos indivíduos será transformada por essa revolução comunista no controle do domínio consciente dessas forças que, nascidas da ação reciproca dos homens impuseram-se a eles como forças absolutas estranhas, dominando-os. (P.65)”.
É visto então o raciocínio segundo a produção e concepção idealista, analisando o pensamento e a consciência, esclarecendo a formação das ideologias partindo segundo a chamada práxis material, desta forma a ideologia é vista como um instrumento de dominação das classes que dominam as demais.
Contudo, é visto como um instrumento de luta de classes, ou seja, a ideologia não se constitui enquanto um processo subjetivo, mas uma ocorrência fazendo com que sejam produzidas condições objetivas da existência de cada sujeito.
“A “imaginação”, a “representação”, que esses homens determinados fazem de sua práxis real transforma-se na uma única forca determinante e ativa que domina e determina à práxis desses homens. (P.67)”.
De certo modo a ideologia é um fenômeno objetivo, ou seja, claro e direto, com isso o seu resultado também é esclarecedor na sua essência, colocando em compreensão com a alienação, isto é,se ela estabelecesse na realidade da presença dos indivíduos, deixando sempre transparecer a questão da religião e de como ela faz parte de todo o processo.
“no seio da classe dominante como divisão do trabalho espiritual e material, De tal modo que, no interior dessa classe, uma parte aparece como os pensadores dessa classe (seus ideólogos ativos, que teorizam e fazem da formação de ilusões que essa classe tem a respeito de si mesma sua principal substancia), enquanto os demais se relacionam com essas ideias e ilusões (...) (P.79)”.
Marx e Engels são complexos e explícitos ao cita a questão do campo e cidade. Todavia existir certa dependência entre ambas uma vez que,manifesta diversas vezes que “a posição entre cidade é o campo só pode existir no âmbito da propriedade privada. (P.83)”. Ou seja, sempre haverá um dominador e um dominado, isso é esclarecido no decorre de todo o manuscrito.
“A separação entre cidade e campo pode ser entendida também como a separação entre o capital e a propriedade da terra, como o começo de uma existência e de um desenvolvimento do capital independente da propriedade da terra, como inicio de uma propriedade que tem como base única o trabalho e o intercâmbio. (P.84)”.
Vejamos então, uma vez que o caráter é conclusivo da classe dominante desta forma ela só pode manter-se dominante e explorando a classe trabalhadora sucumbindo seus recursos financeiros. Digamos desta forma, de certo o termo “explorar” seria o correto, fazendo que seja consumado através de dois instrumentos que seriam o Estado e a ideologia, ou seja, O Estado funciona como instrumento repressão aquele que esta para mandar, através do Direito que se tem, isto é, a função do Direito é legitimar a violência como se fosse adiciona leis e regras.
“O passo seguinte no desenvolvimento da divisão do trabalho foi separação da produção e o comercio, a constituição de uma classe especial de comerciantes, uma separação que já era comum nas cidades antigas (como os judeus, entre outros) e eu logo surgiu nas cidades de forma recente. (P.86)”.
“a relação na qual entraram os indivíduos de uma classe, relação esta condicionada por seus interesses comuns diante de um terceiro, consiste sempre em coletividade que conglomerava tais indivíduos somente como indivíduos médios, somente enquanto viviam sob condições de existência de sua classe, isto é, uma relação na qual participavam não como indivíduos, mas como membros de uma classe. (P.112)”.
“Quando aos proletários, pelo contrário, suas próprias condições de existência, isto é, o trabalho, e, em razão disso, as demais condições de existência da sociedade atual tornara-se para eles acidental, algo sobre o qual eles, como indivíduos isolados, não controlam e sobre o qual nenhuma organização social pode dá-lhes o controle. (P.114)”.
Marx e Engels definem que a ideologia de certo modo, está com o objetivo de impedir que seja consumado a revolta das classes dominadas, com a ideia de que o que estava sendo imposto a eles é legal, justo e bom para todos, isto é a intenção era permutar o real, o vivido e o empirismo, pelo poder do Governo e pelos conceitos do mesmo.
Tendo em vista os aspectos observados, A Ideologia Alemã é uma representação do que foram os pressupostos impostos naquela época, além de mostra os aspectos e principais visões dos jovens hegelianos, sendo que os autores foram extremamente objetivos no que realmente queriam expor, frisando diversas vezes a questão do trabalho e destacando a religião inúmeras vezes. Mas uns de seus principais focos era a análise do idealismo, da consciência e a do materialismo histórico dialético, fazendo a partir desses conceitos diversas análises em meio ao povo alemão, mostrando as verdadeiras intenções do Estado sobre o povo e revelando quem era o dominador e o dominado.