Nando 10/12/2010
Minha Resenha no Sobre Livros:
Originalmente publicada em:
http://www.sobrelivros.com.br/resenha-historias-de-arrepiar-regina-drummond/
Olá, leitores do Sobre Livros! A resenha de hoje é sobre um livro recém-lançado na Bienal de São Paulo. Trata-se de Historias de Arrepias, da simpática Regina Drummond, que gentilmente nos cedeu um exemplar para realização dessa resenha!
Primeiramente quero dizer que esse é um estilo de livro que acredito ainda não ter sido resenhado nesse site, pois é um livro de contos.
Quando falamos contos, não falamos especificamente de historinhas para crianças, mas do estilo literário chamado conto. Do mesmo modo quando falamos romance não quer dizer especificamente que o livro tem mocinhas apaixonantes e vampiros que brilham no sol, enfim…
Conto é um estilo diferente do romance, pois se trata de narrativas curtas, e que geralmente terminam de repente, deixando algumas pontas soltas. Se me permitem dizer, acho até um estilo difícil de escrever, pois é preciso desenvolver personagens, criar um enredo cativante e terminar com um final interessante, tudo isso em um espaço de poucas páginas.
E para nossa alegria, a escritora Regina Drummond consegue realizar isso magistralmente (putz, de onde tirei essa palavra???). Sua escrita demonstra experiência em contar historias e as mesmas possuem até um toque meio poético, muito bacana!
Historias de Arrepiar possui dez contos, os cinco primeiros, escritos por ela, dão a impressão de se passar em nossa época, e os cinco últimos, traduzidos e adaptados de escritores famosos, se passam em épocas mais antigas.
Pensando muito sobre como fazer essa resenha, optei por falar um pouquinho de cada conto especificamente (portanto, senta que la vem historia!):
Pássaro: Provavelmente o mais curto dos contos, ele fala do sofrimento de um filho ao ver seu velho pai preso a aparelhos hospitalares. É realmente de arrepiar, porém, pelo sentido humano. O terror mesmo é se imaginar na mesma situação…
História de Mulheres: Sim o título desse conto diz tudo sobre ele, mas você só entende ao ler o final (que vai fazer os homens rirem, por incrível que pareça!). Narra o encontro de uma mulher com a criatura mais horrenda do mundo – para ela pelo menos…
Vida Alternativa: Em minha opinião, o melhor conto no livro. Ele conta a respeito de uma vampira que tenta se ajustar a sociedade atual tornando-se vegetariana. Mas às vezes alguns instintos nunca morrem… Realmente incrível, como poucas páginas podem contar tanta coisa que nos sentimos como se tivéssemos acabado de ler um livro imenso.
Um gato pardo como outro qualquer: Uma “historia de amor” muito estranha, envolvendo um homem e uma gata. Nesse conto ela cria uma tensão bem grande até chegar ao clímax!
A Boneca de Porcelana: Nesse conto, uma mulher recebe uma fita cassete de uma amiga que não via há tempos, e com quem havia aprontado bastante na juventude. Após recordar os momentos que passaram juntas, a mulher resolve tocar a fita, e nós ficamos chocados até onde pode ir a vaidade humana…
As Bruxas da Floresta: Utilizando de uma lenda romena, Regina nos apresenta a dois amigos que ficam presos em uma floresta e se tornam presa fácil para as bruxas que lá habitam.
A Cafeteira: Hospedado em algum lugar da Normândia, um homem começa a ter visões, que incluem uma mulher belíssima, pela qual ele se apaixona. E começa a questionar se as visões possuem algo de real.
Sredni Vashtar: Decididamente o conto mais perturbador do livro. Um menino triste e doente, que é maltratado pela tutora, arruma um furão como animal de estimação. Os problemas começam quando ele passa a adorar o animal como a um deus…
Vera: O conde d’Athol fica desolado e depressivo após perder a esposa, Vera, e se fecha em seu mundo particular, dispensando quase todos os empregados da casa. Porém as miragens de sua solidão podem levá-lo rumo a um caminho sem retorno…
Homens de Mármore: Terminando o livro, temos o relato de um homem recém-casado arrasado por ter perdido algo muito especial. Tudo porque não deu ouvido as lendas locais…
Pessoal, eu sei que muita gente não gosta de resenhas grandes, mas devido ao contexto do livro, achei melhor escrevê-la dessa maneira. Isso porque omiti o máximo, para não estragar as surpresas dos contos!