Mariana Dal Chico 03/01/2022[releitura 2021 - 3 estrelas]
“(…) Bom mesmo é o livro que quando a gente caba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, (…)” p. 23
A releitura de “O Apanhador no Campo de Centeio” (J.D. Salinger) foi uma daquelas que sempre temo fazer, por medo de que a segunda leitura não seja tão boa - ou melhor -, que a primeira. Nesse caso, a Mariana adolescente achou o livro muito mais empolgante e genial do que a Mariana do presente.
Não que eu tenha achado a leitura ruim, longe disso, mas não está mais para o favoritos da vida.
Momento de leitura?
Bagagem literária?
Não sei.
“(…) O troço todo estava me deixando triste e solitário pra burro” p.54
Numa primeira vista, Holden parece ser um adolescente rebelde sem causa, mas ao mergulhar em sua história, encontrei um garoto passando por um momento turbulento com muitas incertezas e, principalmente, com dificuldade de lidar com suas emoções, dentre elas: o luto.
O luto não apenas da perda de um ente querido, mas também aquele gerado no momento em que adolescentes se dão conta que, inevitavelmente, estão a um passo da vida adulta.
E o desprezo pelo mundo adulto é notório em Holden, o irmão escritor que ele tanto admirava, passou a ser um adulto hipócrita assim que fez sucesso e foi escrever para Hollywood.
Suas atitudes refletem de forma negativa em sua vida, ele é impulsivo e não é perfeito - como qualquer humano -, mas ele também não baseia suas ações em pura maldade. É apenas alguém tentando encontrar seu lugar no mundo e alguém que realmente o escute.
A leitura foi como uma revisita aos sentimentos conflitantes da minha adolescência, onde as coisas pareciam maiores e mais terríveis do que realmente eram, mas era tudo o que eu conhecia naquele momento e ter esse sentimento diminuído ou desdenhado, doía demais.
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