Eduardo 17/07/2010Nesse livro, Ana Maria Machado se apropria da famosa história de Nóe e sua arca repleta dos tradicionais bichos para falar de outros animais, aqueles que ficaram "de fora da arca". Para isso, Ana busca nas várias mitologias e culturas diversas formas que povoam o imaginário das pessoas: dragão, sereia, o pássaro íbis, centauro, etc. São bichos que conhecem através da fantasia, das histórias narradas há séculos, e não por meio de livros de história ou botânica. A ideia dese livro é muito legal, mesmo, embora meu conhecimento dessas histórias mitológicas seja bem parco, nunca me atraí muito por isso :X. É um bom livro. O que eu mais gostei não foram os vários bichos sendo lembrados pelos habitantes da arca (são legítimos contadores de histórias!), Noé com sua esposa e mais seus filhos e cunhadas, mas sim da parte final, a escrita bonita de Ana falando sobre esses bichos, numa fala que pode ser expandida, valendo para toda a riqueza que nós guardamos e transmitimos por meio das histórias:
"E aqueles fora da arca? Muitoces deles se salvaram. Não na terra e na verdade. Não no chão da realiade. Mas para sempre viveram na lembrança da humanidade [...]
Nas frases que contam e em cada canto da memória. Em cada obra que marca, cada lembrança é uma arca."