Andrieli3 05/03/2021Pertencimento.?Desde o início nós vagamos, e vagamos até hoje. Mas apesar da longa jornada, não estamos perdidos. Voamos com bravura e determinação sem fim.?
Não é o melhor livro da série sci-fi de Becky Chambers. Mas ainda assim, vale a leitura.
Os registros aos quais o título nos sugere, acredito que sejam dois:
1 - dos arquivos que uma das personagens que acompanhamos tem a responsabilidade de cuidar.
2 - que a nossa alienígena peculiar vai escrevendo conforme passa seu tempo com a frota do Êxodo.
Este é um livro que trata de pertencimento e das dúvidas que temos quanto nossa jornada. Nos faz pensar nos possíveis arrependimentos que poderíamos ter caso não fôssemos em busca de sentido. Na importância de olhar para o passado e reconhecer os esforços de nossos antepassados que vieram em busca de melhores condições de vida. De olhar para o futuro e decidir qual caminho trilhar. Mas também, de olhar para o presente, para onde estamos e como podemos melhorar aqui e agora.
Eyas resolveu ensinar sua própria cultura para quem estava adentrando nela. Mostrando aceitação aos imigrantes alienígenas e, por vezes, humanos que vieram de outros locais do CG mas que queriam conhecer suas origem na frota do Êxodo.
Kip, adolescente confuso com suas decisões. Que passou por diversos estágios mas que acabou encontrando seu caminho onde menos esperava.
Tessa, a grande surpresa pra mim. Em nenhum momento (a não ser mas perto do fim do livre) eu havia percebido essa necessidade tão grande de mudança. Mas a perda do emprego, e o medo da filha de vagar no espaço, com certeza foram bons motivos.
Isabel, que passou seus ensinamentos a Kip. Aqui eu senti uma falta no desfecho dela. Talvez alguma surpresa, não sei, só acho que faltou algo.
Sawyer. Tão jovem. Sem pais, sem amigos. Estava em busca de um lugar pra chamar de lar. Em busca de um trabalho. Sua morte foi chocante. E eu não estava esperando por isso. Eyas entanto, decidiu não deixar isso acontecer novamente, e criou o Coletivo de Ensino da cultura Exodoniana.
Infelizmente, não consegui me identificar com nenhum personagem. Senti falta de me conectar com alguém. Talvez seja algo pessoal de minha parte. Talvez pela quantidade grande e distinta de personagens que nós acompanhamos durante o livro. Que, não me entenda mal, eles são muito bem construídos.
Becky escreve fluidamente. É gostoso de ler. Ela simplesmente NÃO ENROLA! Ela escreve o essencial e nunca deixa o leitor perder o interesse. Este é o livro mais humano da série, e além de tudo trata de assuntos cotidianos a nós. Emprego, identidade, aceitação, família, amizade. Enfim, vale a leitura.
?Do solo, nos erguemos. De nossas naves, nos vivemos. Nas estrelas, sonhamos.