Danniki 21/04/2023
Leitura perfeita para sair da ressaca literária
Tenho certeza que eu namorava com a capa do livro desde seu lançamento, em 2017. Eu sou apaixonade por aquarela e a garota com guarda-chuva me chamou muito atenção, e não só isso, o título também. Fiquei anos pensando como seria a história e se foi uma invenção mesmo ou não, e finalmente decidi ler ‘Inventei você?’ quando vi no catálogo do Kindle Unlimited!
A leitura surgiu no momento certo, pois eu estava encarando a ressaca literária e para não perder o hábito de ler - dica de uma seguidora minha, a quem eu sigo também -, comecei a ler! O livro é perfeito do começo até o fim!
Eu simplesmente apaixonei pela protagonista, Alex, que é esquizofrênica, e foi interessante conhecer a paranoica sem encontrar nada de capacitismo na escrita.
Alex é diagnosticada aos 7 anos e tem que lidar com isso tirando fotos para assim confirmar se é alucinação ou real. No último ano do ensino médio, ela encontra um garoto de olhos azuis, que a faz questionar se seria o mesmo menino de quando ela era criança, com quem fez amizade rápida em um mercado e perdeu contato a partir daquele momento. O garoto se chama Miles, e ele é considerado como babaca por não possuir sentimentos, mas depois a gente o conhece melhor e ficamos na torcida por um possível amor…
Sério! Eu shippei lindamente pela Alex com Miles! E se no final eles ficarem juntos? Eu não sei, só lendo para saber!
Alex não só usa a câmera para conseguir discernir a realidade da ilusão, ela usa a bola mágica, que fazemos perguntas e recebemos respostas improváveis, e ela só confia na sua irmã mais nova e tem boa relação com o pai, que é ausente por causa da sua profissão: arqueologia. Mas não mantém relação agradável com a mãe e é aqui que quero abordar a importância de quando temos parente, amigo ou conhecido que seja pessoa com deficiência e/ou neurodivergente (esquizofrenia). Eu sou surda e passei, e ainda passo por momentos capacitistas com minha família, com colegas dos trabalhos e em outros lugares onde as pessoas me conhecem ou supostamente conhecem, mas sabe da minha deficiência auditiva. São tantos gatilhos que há chance maior que nós, PcDs e Neurodivergentes, tenhamos depressão e tendência suicida. O peso de viver numa sociedade que não nos entende, basta que os íntimos não sejam essas pessoas que atiram gatilhos na gente, sabe? É preciso ter empatia e vontade de ter interesse em nos entender, nos perguntar como queremos ser tratados e no que podem nos ajudar. A gente é independente, mas precisamos de ajuda, amor e respeito também.
Voltando para o livro, além de eu ter ficado com muita raiva da mãe da protagonista, eu chorei muito com o plot twist! Não era algo que eu esperava e não percebi que havia algo de errado, e tenho certeza de que você vai gostar muito da leitura!
Eu só tenho elogio a autora, e estou inconformade que não há tradução dos outros livros dela!
Para finalizar, eu acho que o livro não tem erros, exceto pela ‘criado-mudo’. De resto, nota de 0 a 5, eu dou 4,5!
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