Rafa 12/08/2022
Convém iniciar esse breve relato da minha experiência de leitura pontuando que sou uma grande admiradora de Luís Roberto Barroso e que muito me inspiro no profissional que é o Ministro. Assim, guardado meu apreço, passo a refletir alguns pontos do livro “Sem data vênia: um olhar sobre o Brasil e o mundo”.
O livro é dividido em três partes. A primeira delas, “Uma visita ao passado”, reúne de maneira interessante a trajetória pessoal e profissional do Ministro Barroso conforme o contexto histórico do país, do período militar à redemocratização, contemplando suas experiências e convicções pessoais. Já na segunda parte, intitulada como “Um olhar sobre o mundo”, trata brevemente de temas importantes à humanidade, não só pelo aspecto histórico e de desenvolvimento, como também pelas pautas que carecem de atenção (tecnologia, democracia, meio ambiente). A terceira parte, talvez a mais importante delas, “Um olhar sobre o Brasil”, conduz o leitor a refletir sobre uma série de aspectos do país nas mais diversas áreas, incluindo posicionamentos de temas relevantes ao cenário político, social, econômico e - é claro - jurídico.
Durante suas páginas, o leitor encontra breves textos sobre assuntos pertinentes ao momento histórico nacional, de maneira intencionalmente não aprofundada, mas que convergem em pontos de destaque para importantes reflexões acerca do país que pretendemos continuar construindo. Ainda que a pretensão não seja esgotá-los em sua totalidade, fica evidente que o autor não deixa de opinar nessas questões, enriquecendo o debate com direcionamentos ao que seriam possíveis soluções dos problemas atuais do país.
Diante do protagonismo que o Supremo Tribunal Federal vem assumindo na vida cotidiana do brasileiro, um livro com textos de fácil acesso, sem muitas palavras rebuscadas e com o mínimo de juridiquês possível, parece-me que veio para agregar positivamente na imagem que se tem a respeito da Alta Corte. Para além disso, o livro é um convite a refletir sobre o Brasil que se quer como nação, ultrapassando a culpa do passado e realocando-a também em relação às decisões que são tomadas no presente, e a provocar atitudes de mudança, ancoradas sobre a ética e a integridade, valores que manifestamente inspiram a atuação do Ministro na vida pública.