Temporada de furacões

Temporada de furacões Fernanda Melchor




Resenhas - Temporada de Furacões


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Rodrigo1001 23/02/2024

Furacão categoria 5 (Sem Spoilers)
Título: Temporada de Furacões
Título original: Temporada de Huracanes
Autor: Fernanda Melchor
Editora: Mundaréu
Número de páginas: 216

A escala Saffir-Simpson é usada para dar a estimativa do potencial risco de danos esperados durante a passagem de um furacão. Consiste em uma classificação que vai de 1 a 5, baseada na velocidade máxima sustentada dos ventos.

Na lata, te digo: o livro "Temporada de Furacões" está na categoria 5.

Representa, basicamente, uma devastação total.

Inflamado ao extremo e explorando as irracionalidades por trás de atos desesperados de barbárie pura, ler este livro é como estar preso em um pesadelo onde você perde a noção de tempo e de espaço enquanto ele tece um retrato cruel de um mundo comovente do qual nunca gostaríamos de fazer parte, mas que todos sabemos que existe. Você simplesmente desaparece.

Com agilidade magistral, a história voa através do tempo, das mentes e dos diálogos dos personagens. Esquisito de início, o estilo de leitura pede atenção total e irrestrita, já que não apresenta os sinais de pontuação a que estamos acostumados. O estilo de escrita e a linguagem, na verdade, são tão coléricas e difíceis quanto a história em si, descortinando uma realidade sombria onde não há, absolutamente, nenhum lugar para qualquer resquício de esperança.

Passada a estranheza inicial, o livro se desenvolve em fragmentos. E, embora tenhamos aprendido que o trágico não vem em conta-gotas, aqui tudo vem em fragmentos - não só a tragédia, mas também o entendimento, já que as peças vão se encaixando pouco a pouco.

Enfim, de alertas, fica a nota de que o livro é recheado de palavrões e sordidez em um nível raro de se ver na literatura. Tudo te transporta a uma realidade medonha e repugnante, como uma intensidade sem precedentes. É cansativo, duro em imagens e eventos, e incessantemente soturno. No entanto, tudo isso pareceu intencional e, surpreendentemente, nada gratuito. A prosa da autora é fantástica e o tradutor merece 5 estrelas (deve ter sido extremamente difícil de traduzí-lo e Antônio Xerxenesky fez um trabalho absolutamente excepcional).

Ainda assim, porém, é magistral.

E é magistral porque é importante conhecermos profundamente o mundo em que vivemos, o belo e o feio, para desenvolvermos a empatia pelo próximo.

De tanta feiura, fica a cargo do leitor extrair o belo, mesmo que mascarado por uma densa nuvem de desesperança e puro horror.

Leia com moderação e se prepare bem, pois este livro vai balançar as suas estruturas.

Leva 5 de 5 estrelas.
edu basílio 23/02/2024minha estante
suas resenhas causando terremotos em nós aqui.
algo em torno de dez graus na escala richter. ?


Rodrigo1001 24/02/2024minha estante
Esse livro me chacoalhou tanto, mas tanto, que não havia como dar menos de 5 estrelas. Fui a nocaute, Edu!




Mari Pereira 25/04/2022

Devastador
Um livro devastador, que te engole e te arrasta para uma narrativa que te faz prender a respiração praticamente o tempo todo.
A cada página, uma camada se desvela e a trama ganha mais profundidade e complexidade. Forma e conteúdo estão tão bem articuladas que é como se não houvesse outra forma possível de contar essa história.
É um mergulho profundo na América Latina, mas daqueles tão profundos que não dá pra sair ileso, sem marcas.
Inebriante, avassalador, incrível!
Viva as escritoras latinas!
FlorCavalcanti 25/04/2022minha estante
Tu anda fazendo minha lista de leitura só crescer e crescer. God do céu?


Mari Pereira 25/04/2022minha estante
?




Ana 22/03/2023

4.5*****

Assuntos sensíveis: violência contra a mulher em geral, pedofilia, zoofilia, descrição detalhada de cenas, homofobia.
Colenci 25/05/2023minha estante
assuntos sensíveis: todos




Zanucoli 07/01/2023

Que porrada
Vou usar uma fala de Franz Kafka para tentar explicar a sensação de ler esse livro.

?Penso que devemos ler apenas os livros que nos ferem, que nos apunhalam. Se o livro não nos acorda com um golpe na cabeça, por que o estamos lendo, então? ... nós precisamos dos livros que nos afetam como um desastre, que nos tormenta profundamente, como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos, como ser jogado em uma floresta isolada de todos, como um suicídio. Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós.?
Franz Kafka
Fabiana.Amorim 02/03/2023minha estante
Uau. De que livro a citação?




tavim 30/03/2024

Temporada de Furacões, de Fernanda Melchor
Vai-se, com certas vidas, um arrastão de feridas; às suas causas, um só sopro segue a ganhar corpo quando ao toque, no mal ali exposto, revela o pior de todo um povo. é furacão quando se percebe, e dentro dele se vê a si mesmo: um ser cruel na sua sucessão de derivados --- o que destrói é humano, o que morre é humano, o que chora é humano, o que dá vida é humano. nessa narrativa circular de contar as coisas, o sofrimento não tem fim porque é na dor que nasce a humanidade. e, por sorte, se tira dela um naco de amor.

como numa forte corrente de ar, as páginas de temporada de furacões vão te empurrando pra descobrir como acaba uma história que, por certo, já se deduz não ter fim porque a história continua com você; a marca é profunda. não dá pra delimitar até onde pode chegar a literatura se não é possível demarcar também a extremidade da indiferença. talvez por isso a história de fernanda melchor é tão crua e verdadeira, está aqui tão próxima que desfoca a vista e mal compreendemos para o quê estamos olhando.

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Toni 16/01/2021

Leitura 58 de 2020
Temporada de furacões [2017]
Fernanda Melchor (México,1982-)
Mundaréu, 2020, 216 p.

Comecei o romance lendo devagar e em pequenas doses, mas logo percebi que estava prejudicando a leitura. A cada retorno eu ficava meio perdido, muito devido à ausência de parágrafos e quebras no texto (vcs que reclamam do Saramago, esperem até ler isso aqui). Insatisfeito, reiniciei noutro regime de leitura, devorando cada capítulo em uma sentada—e a experiência foi infinitamente melhor. As razões são muito simples: a forma encontrada por Fernanda Melchor para esta narrativa é, em si mesma, o anúncio da temporada de furacões do título: um texto-turbilhão, centrípeto, forte, violento e deformador da paisagem humana. Demanda fôlego e entrega.

Baseada na notícia real de um crime envolvendo um bruxo num vilarejo perto do porto de Veracruz, onde a autora morava na época, a narrativa reelabora os fatos, cria personagens e aprofunda as motivações dos envolvidos num movimento que só a literatura pode fazer: aglutinar experiência-realidade-invenção na entrega de uma história cuja eloquência nos explica mais do mundo do que o próprio mundo seria capaz de dizer. Em ‘Temporada de furações’, conhecemos o vilarejo de La Matosa, lugar-símbolo de muitos lugares (inclusive brasileiros) onde resiste “uma dor pungente que se nega a se dissolver”, herança da miséria e da negligência, mas também de uma cultura violadora dos corpos, sobretudo femininos.

A violenta equação que envolve narcotraficantes, abuso de entorpecentes, homofobia, transfobia e outras toxicidades domina a narrativa, que tem início com a descoberta do corpo mutilado da Bruxa, personagem ora estimada ora vilipendiada pelos moradores de La Matosa. Melchor propõe uma “visão com” as personagens que se relacionavam de alguma forma com a Bruxa ou com os envolvidos no crime, mas nunca dá voz de fato à vítima, transformando sua figura, dessa forma, em uma quase-neblina. O livro é um triunfo de atmosfera, feita basicamente de crueldade humana, desejos reprimidos e a expectativa por novos ventos que solapem o terror cotidiano para o qual temos nos tornado cada vez mais insensíveis.

1º envio do clube @tortillalivros !
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Carla Verçoza 21/01/2021

Primeiro livro entregue pelo clube literário Tortilla, um livraço da mexicana Fernanda Melchor.
O êxito que o livro vem alcançando é justificado, com sua estrutura frenética (cada parágrafo dura um capítulo inteiro) e escrita sem filtros, honesta.
A ideia partiu de um acontecimento real, um assassinato de um bruxo em um vilarejo do México. Desse ponto, a autora cria personagens que estão ligados ao caso de alguma maneira, que vão narrando o acontecimento de seus pontos de vista. Daí, a meu ver, vem o grande mérito do livro, a autora entrega personagens extremamente humanos, com seus defeitos e nuances, que se tornam críveis. A ambientação na pequena vila do interior, poderia muito bem representar alguma cidadezinha do brasil, afastada do mundo, com suas misérias e sem lei, inundada de homofobia, machismo, superstições e crendices, além de abusos de todos os tipos.
Leitura de fôlego, impressionante, cada capítulo e cada personagem entrega algumas peças que vão construindo e interligando a história. Muito massa, espero que seja lido por muitas pessoas.
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Ivandro Menezes 25/01/2021

Entre fracos
Difícil achar o jeito certo de começar uma resenha sobre Temporada de Furacões. Talvez pudesse começar enfatizando a narrativa ágil, árdua, que demanda atenção a todo tempo, dada as várias perspectivas ou as tensões empreendidas pelo fluxo. Outra possibilidade seria abordar a fúria e continuo ódio nutrido pelas personagens postas em num lugar miserável, com vidas miseráveis, afundados na ambiguidade que os leva entre ser o que deve ser e o que poderiam ser. Não há espaços para dilemas, para afetos desnecessários, diante da pobreza só o pragmatismo é boa resposta.

A Bruxa, mais que uma personagem, é o epicentro de todo o livro. As mulheres desesperadas por feitiços de amarração, as putas em busca de soluções para seus abortos, os rapazes em busca de prazer e dinheiro fácil. Ela converge todos os olhares e desponta como o norte a apontar a direção de onde não se deve ir.

Contudo, nada é o que parece, e para realidades tão duras todo subterfúgio é válido: bebida, sexo, drogas, caraoquês, rezas e feitiços. Sem alguma forma de fuga, algum espaço interno e/ou externo de alienação, tudo seria demasiado insuportável.

A Bruxa assusta por sua liberdade, em constraste, com as vidas que a cercam. Um coxo, uma puta desiludida pelo amor, uma menina iludida por ele, dois jovens ardendo em fúria e desejo, uma outra vingativa por ter a própria vida desgraçada pela fidelidade a avó. Uma miríade de pessoas com cheiros, lágrimas e vidas tão parecidas com tantas que cruzamos pelas ruas.

As mazelas não são postas na chave fraco vs. fortes, mas a luta é entre fracos. O opressão se dá entre iguais e assombram como fantasmas, como vultos, febres, pesadelos. E todo resquício de esperança é logo esmagado pela violência da realidade.
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Debora 28/01/2021

Que furacão é esta leitura!
Faz umas horas que acabei a leitura é só agora tive coragem de vir para a resenha. Não é fácil falar sobre este livro. Os personagens são seres humanos habitantes de uma cidade pobre no México e seus arredores. Enfrentam muitas "faltas" em suas vidas. Sabe as páginas sangrentas de um jornal de 2a categoria? Pois Melchor as traz para este livro sem perder o ritmo de sua literatura. Ritmo alucinante, mas não por isso fácil ou rápido de atravessar.
A personagem em torno da qual as histórias giram não pode ser dita protagonista: dela, seus porquês e senões não sabemos nada.
Mas, a cada avanço da história, a cada capítulo, os personagens-atores vão se mostrando como humanos, com seus defeitos e qualidades.
Parafraseio Xerxenesky, no material que veio com o livro: "mesmo sendo impossível simpatizar com todas as figuras retratadas ali, ao menos reconhecemos sua humanidade e conseguimos compreender o que as tornou quem elas são". E isso não é pouca coisa!

Adendo à releitura em agosto de 2022: Ler de novo não tirou em nada a força do livro.
Aprofunda, isso sim, a falta de amor que é o motor desta história, a impossibilidade de amar.
De novo termino chorando e querendo dar um abraço no Avô que aqueles seres encontram no fim da vida - e do livro.
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Barbara.Luiza 24/06/2021

Caça às bruxas no século XXI
Na cidade de La Matosa uma bruxa foi assassinada, é temporada de furacões e a violência move e varre a cidade. Se o centro do furacão é o espaço mais calmo, aqui ele não existe.

Com uma narrativa ágil, fluída e impetuosa como os socos e chutes desferidos contra esse corpo de mulher, Melchor nos leva aos bares e estórias mais sujas da cidade. O ir e voltar da trama é como uma conversa entre os moradores da cidade em que os fatos inicialmente desconexos vão se tecendo e formando a narrativa de um assassinato.

Tudo o que existe de mais asqueroso e, talvez por isso, mais próximo do homem em seu estado natural, floresce por ali. Nesse espaço enraizado na violência contra mulheres e LGBTs. Na complexidade do homem que deita na cama e mata quem se deitou com ele.

Temporada de furacões é talvez o livro mais violento e mais difícil de se elaborar sobre porque trata o leitor como um observador paciente que encaixa as peças em um grande tabuleiro. Oferecer uma imagem de referência seria talvez estragar a brincadeira.

O arrebatamento que o livro nos proporciona fica na boca do estômago, não nos abandona. Vai direto pra lista de melhores do ano, melhores da vida!

🌪🌪🌪
✳️Curiosidades e adendos:

1️⃣ Em 2020, foi finalista do International Booker Prize.

2️⃣ O livro foi inspirado em um assassinato de bruxa que chegou a autora pelo jornal. Na impossibilidade de escrever um relato não-ficcional sobre esse livro a autora partiu para a ficção.
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Cristiane 03/10/2021

Temporada de Furacões
O texto sem parágrafos e poucas vírgulas faz com que você devore as páginas. Um grupo de crianças encontram o corpo mutilado da Bruxa. A partir daí o leitor conhecerá a versão de cada envolvido, conhecerá suas histórias, suas frustrações, seus recalques... A polícia não está nem um pouco preocupada em desvendar o assassinato quer se apropriar do lendário tesouro da Bruxa. É chocante constatar que o único consolo é a morte.
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Bruno Oliveira 23/11/2021

UMA SARAIVADA À MEXICANA
Temporada de Furacões, de Fernanda Melchor é daquele tipo de livro que te instiga, ao ler sua sinopse, e que te surpreende (positivamente), conforme você o lê. Seus temas são pesados, sua linguagem também, mas é no estilo, é no modo como a autora constrói a história que o torna uma experiência literária que poucos, muito poucos, leitores apreciarão: os capítulos, as partes do livro são compostas por um único parágrafo interminável! E isso é demais!! Não só porque casa perfeitamente com o título da obra, como também faz o leitor se embrenhar nesse fluxo giratório, atordoante e cada vez mais frenético que é esse mundo cruel, horrível e degradante lá contido no livrinho, e que é contado por mais de um personagem. Aliás, sobre esses, vale dizer: não há inocentes; ninguém lá é santo, são só demônios muito humanos que vemos nessas páginas de (quase) desesperança.
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Pretti 04/01/2022

Livro excelentemente horrível ou horrivelmente excelente?
Depois de terminar a leitura, fiquei um tempo pensando em como definir este livro. Ele é bem escrito, envolvente, fluido, fácil de ler. Ao mesmo tempo, grotesco, nojento, rançoso, violento. Onde firmar o ponteiro. É um livro ótimo? É um livro horrível? 

 

Em Temporada de Furacões, Fernanda Melchor nos coloca nessa posição de admiração estética do horror desde o começo, já que abre com a descoberta do cadáver putrefato da Menina Bruxa nas margens de um canal. 

 

A partir dos relatos dos envolvidos nesse assassinato, cria um panorama de uma pequena vila mexicana e de seus horrores, que envolvem pobreza, superstição, machismo, homofobia, transfobia, misoginia, estupro, pedofilia, zoofilia e crime. Tudo isso a partir de uma narrativa não linear e espiralada, com imensos blocos de texto que percorrem capítulos inteiros e fluem em tom de oralidade caótica. 

 

O texto é extremamente visual, cru e violento, e sua narrativa intensa e vertiginosa pode muito facilmente ser aproximada da ideia mesma de um furacão, como se o furacão que destroçou La Matosa antes do início da história passasse pelas páginas e deixasse tudo assim, intranquilo e devastado. Outra possibilidade seria dizer que a narrativa reflete a constante vertigem dos personagens, vários intensamente drogados em grande parte do tempo (maconha, cocaína e uns comprimidos não nomeados), outros violentados, assustados, angustiados e amedrontados pelas superstições e preconceitos dentro dos quais foram educados. A narrativa frequentemente se dobra sobre si, o tempo vai e volta, espiralado, e é impossível não nos sentirmos, enquanto leitores, dentro do olho do furacão que é esta narrativa.

 

Melchor denuncia o horror, a ruína de uma sociedade, ao mesmo tempo em que nos mostra os personagens como profundamente humanos - até os piores deles. E isso é tocante e arrasador (como um furacão).

 

Além de dizer o quanto este livro é excelente, quero deixar um parabéns especial ao Antônio Xerxenesky pela tradução primorosa que, creio eu, deva ter sido especialmente desafiadora.

 

Nota: ????? (comecei o ano muito fácil ou será que são os livros que estão bons mesmo? veremos)
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Lulys 14/01/2022

Impactante
História construída através de fluxos de pensamento. Só em dois momentos do texto vemos parágrafos e apesar da linguagem crua crua visceral durante todo o texto o último capítulo apresenta uma linguagem poética.
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SimoneSMM 27/02/2022

Crianças encontram um cadáver boiando num rio, reconhecem a mulher que chamam "bruxa". A partir deste fato, Fernanda Melchor, vai nos guiando pela vida das pessoas do povoado, seus segredos, seus ódios e amores.
Uma narrativa intensa, impetuosa, com cenas fortes, sentimentos arrebatadores, violentos, árduos.
Num texto que quase não tem parágrafos, somos levados como num turbilhão, ou num furacão de palavras e fatos, em que não há certo ou errado, mas humanidade, ambiguidade, miserabilidade e, de vez em quando, esperança.
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