O Guardião de Livros

O Guardião de Livros Cristina Norton




Resenhas - O Guardião de Livros


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Carmita Swire 30/10/2013

A saga da coleção que deu origem à Biblioteca Nacional
Baseada em densa pesquisa histórica, Cristina Norton conta a vinda para o Brasil, em 1811, do bibliotecário português Luiz Joaquim dos Santos Marrocos, acompanhando uma das remessas de livros da biblioteca do Palácio da Ajuda para o Paço no Rio de Janeiro, onde se instalara, em 1808, a corte portuguesa, fugindo da invasão de Portugal pelos exércitos de Napoleão.
Luiz, a princípio totalmente deslocado no Rio de Janeiro, acaba apaixonando-se por uma carioca, com quem se casa.
Volta a corte a Portugal, mas Luiz permanece no Brasil, com a família que aqui formou, até seu falecimento, em 17/12/1838.
Durante todo o período em que aqui permanece, ele escreve 174 cartas ao pai e 12 à irmã, contando a vida no Rio de Janeiro no início do Séc. 19. Suas cartas são conservadas pelo pai, que as lega à Biblioteca Real do Palácio da Ajuda.

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Jairo 07/12/2012

Viagem pelo Rio antigo
O principal atrativo deste livro é acompanhar a trajetória de Marrocos pelo Rio de Janeiro antigo... Ler os detalhes da arquitetura, da vida do povo, da maneira de viver à época... Tudo neste livro faz com que sejamos remetidos para esta cidade... Marcou muito a passagem onde os recém chegados de Portugal contam sua impressão sobre esta terra.
Frases que marcaram:

"À medida que a fragata se aproximava do Rio de Janeiro, Luís, que tinha imaginado desembarcar numa praia no meio da selva, ficou surpreendido com as rochas colossais que emergiam do mar, escuras e lisas, como se os ventos as tivessem polido para enfeitar a baía. No topo, distinguia alguma vegetação que lhes dava um aspecto menos fantasmagórico. Uma delas embelezava a entrada do portoe parecia ter sido esculpida por mãos gigantes; disseram-lhe que a chamavam de Pão de Açúcar pela altura e forma arredondada. Ao descer o olhar, descobriu praias de areia clara e pequenas enseadas, lagoas entre colinas com florestas de árvores desconhecidas para ele e, se não tivesse certeza de estar sem febre, poderia pensar se tratar de uma alucinação O conjunto tinha o aspecto de uma tela enorme pintada com cores que nunca vira, colocada com a ajuda de Deus para o aliviar de todas as aflições passadas durante a viagem."

"Essa constância, esse dar sem pedir nada em troca, era o melhor que lhe tinha acontecido naquele país que odiou nos primeiros anos e aprendeu a gostar tal como era, com seus defeitos e suas maravilhas."

Muito bom também ver como os escravos viviam e suas impressões sobre o que se passava com eles:

"Sentia que se ia esquecendo aos poucos de falar a prórpia língua, e as palavras aprendidas com a voz suave de sua mãe ou aquelas que usava em sua aldeia para conversar com os rapazes iam desaparecendo de sua memória e eram substituídas pelas portuguesas, que era a língua comum a todos os escravos e só por meio dela podiam se comunicar."

"Mas também sentia o chamamento do ritmo dos tambores, do batuque que lhe fazia vibrar o sangue, e seus pés chatos batiam no chão até doer, num ba;ançar de ancas e de tronco que o elevavam a algo que se aproximava da sensação de liberdade. Porque quando dançava estava perto de seus deuses e não daquela terra que ia ser sempre estranha."
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