O harém de Kadafi: A história real de uma das jovens presas do ditador da Líbia

O harém de Kadafi: A história real de uma das jovens presas do ditador da Líbia Annick Cojean




Resenhas -


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Paulascrap 18/05/2022

Desesperador a hipocrisia da realidade!..
" O motorista deu partida antes mesmo de nos acomodarmos. Mabruka ia na frente, e eu, entre Salma e Faíza, no banco de trás. Partimos em comboio, seguidos por dois carros com guarda-costas, como logo percebi. Eu já podia dar adeus a minha infância...!"

📖 O livro é dividido em duas partes: na primeira o relato de testemunho de Soraya narrando sua jornada no inferno de Kadafi e na segunda a jornalista verificando nomes, lugares datas e outras vítimas para dar veracidade ao relato a ser publicado.

📌 Soraya, uma sobreviente do Harem do ditador da Líbia, narra sua jornada desde a sua escolha no ambiente escolar ,om anuência do diretor, até a sua entrega ao protocolo do Guia e posterior confinamento na prisão sexual localizada no subsolo do pálacio, sem qualquer conhecimento de sua família e sem qualquer possiblidade de pedido de socorro.

📌Muamar Kadafi, já poderia ser considerado o demônio na terra por governar o país sob terror, mas nessa leitura conhecemos o predador sexual violento, estuprador, pedófilo que passava o dia nu a base de heroína, viagra, haxixe e álcool, escolhendo no catálogo de meninas virgens , denominadas novatas, quais seriam submetidas as piores atrocidades atrás daquelas portas sem qualquer chance de defesa.

📌 As escolhas eram feitas em escolas, festas de aniversários de funcionarios, desfiles oficiais, ele só precisava escolher nas fotos e sequestrá-las. Além das mulheres, soldados, nomes do exército, esposas e filhas de chefes de estados, personalidades de TV, eram compradas por até 1 milhão de euros por uma noite. Nas universidades foram encontrados motéis e laboratórios no subsolo para seu uso pessoal chantageando universitárias.

📌 Mabruka era seu braço direito, escolhia as vitimas e comandava o harém, praticante de magia negra era implacável na disciplina sem qualquer piedade das vítimas, os castigos eram severos se o Guia reclamasse da perfomance sexual de alguma escrava, vídeos pornos era distribuidos nas celas para que aprendessem a função.

📌Tão díficil quanto a tortura na qual viveram era a volta pra casa, quando conseguiam fugir ou mesmo após a morte do ditador, eram renegadas pela própria familia, desprezadas pelos pais pela perda da virgindade e por fumarem (já que eram obrigadas no harem), ameaçadas de morte pelos irmãos, neglicenciadas pelas autoridades que reverenciavam os rebeldes mas omitiam a situação das vítimas. Não havia a menor chance de retomarem suas vidas antes do sequestro, elas não tinham mais nada, não eram mais nada na Líbia.

📌São muitos detalhes estarrecedores, declarações de vítimas e familias, saber da ausência de punição para muitos membros do protocolo de Kadafi , tentar entender como algumas meninas aceitavam essa condição e ainda aliciavam novos membros ao Harém com uma normalidade assustadora, um mundo paralelo a nossa realidade, uma leitura que nos traz conhecimento e indignação, mas ao mesmo tempo necessária, é o direto de voz dessas vítimas, mostrar ao mundo através dos leitores tudo que viveram, com a mesma finalidade de toda tragédia que marca a História evitar que elas se repitam.

#oharemdekadafi #libia #relatodetestemunho #jornalismoinvestigativo
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Talitasda 09/01/2022

recomendo
o livro revela detalhes sórdidos do governo de kadafi e a forma como ele utilizava o estupro como arma política. uma leitura muito pesada, mas que revela a injustiça passada pelas vítimas desse monstro.
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Marina 11/11/2021

Impressionante
Ler esse livro é um misto de desespero e incredulidade.

Me sentia lendo o Conto da Aia, só que fora da ficção.

O início do livro é da perspectiva de Soraya, jovem Libiana sequestrada pelo ex-ditador Muammar al-Kadafi quando ainda era adolescente, e transformada em uma de suas várias escravas sexuais. Sua história nos lembra uma distopia, mas foi real.

A narrativa de Soraya, ainda que transmitida pela jornalista francesa Annick Cojean, era crua, extremamente forte e direta. Demorei pra ler, apesar de ser curta, pelo tanto que me doía ler sua história.

A segunda parte do livro, no entanto, trata da investigação jornalística da autora, Annick Cojean.

Sem desmerecer a grandeza do seu trabalho: incluindo a ida presencial à Libia e a entrevista com inúmeros envolvidos nos esquemas sexuais bizarros de Kadafi, essa parte do livro me incomodou sensivelmente em alguns trechos.

Primeiramente pela falta de cuidado com a preservação da privacidade de algumas das vítimas. Mesmo com a troca de nomes, alguns dos casos eram facilmente identificáveis por aqueles que as conhecem, e a jornalista parecia entender que contar a história pro ocidente (entregando as fontes) era mais importante do que garantir a segurança delas.

Além disso, a visão acrítica da intervenção europeia na queda de Kadafi com o posterior abandono da população à própria sorte e da economia do país em frangalhos, (como se um erro justificasse outro), além de alguns posicionamentos preconceituosos em alguns trechos, foram bastante problemáticos.

Ela fez um excelente trabalho escrevendo o livro e investigando os fatos. Soraya e outras mulheres merecem ter sua história contada, e sua dignidade recuperada. Ainda assim, por questões pontuais não consigo recomendar o livro sem críticas.
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Rafa 11/09/2021

Há alguns dias vi uma publicação sobre esse livro e resolvi pegar pra ler e gente que livro. Daquele tipo tapa na cara, soco no estômago, se puderem leiam mas vai o aviso, é uma leitura tensa, forte. Leia por sua conta e risco.
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