Claudio 12/02/2016
Egoístas e Generosos
O livro do psiquiatra Flávio Gikovate aborda questões por ele levantadas em mais de três décadas de experiência clínica. O título é provocativo e os assuntos que aborda lidam com questões do comportamento humano que envolvem os egoístas, generosos e justos.
Os textos estão divididos em 32 partes, pequenos artigos nos quais Gikovate desenvolve seu raciocínio. Questões como maldade e bondade, inveja e desejo, amor e ódio, individualismo e justiça permeiam todo o livro numa linha de raciocínio interessante de se acompanhar. Enfim, lida com o ser humano e sua complexa interação em sociedade, seja para o mal ou para o bem.
OPINIÃO SOBRE O LIVRO:
Este é sem dúvida um dos melhores livros sobre comportamento humano que já li. O próprio autor em entrevistas também considera um dos seus melhores trabalhos. Gikovate desnuda a alma humana, no que diz respeito a egoístas e generosos sob uma perspectiva que até então desconhecia, mas que é facilmente observável nos nossos relacionamentos. O autor possui uma vasta experiência clínica, o que dá credibilidade aos seus argumentos.
O livro começa justamente falando sobre os egoístas e os generosos. Revela a interação e a interdependência entre ambos e sobre a necessidade de se obter um equilíbrio nessas relações para que não haja excessos, tanto de um lado como do outro. A leitura é agradável, mesmo sendo escrita por um psiquiatra, os termos utilizados são de fácil assimilação inclusive por aqueles que não estão familiarizados com o assunto.
O autor não traz rótulos, mas indica situações observáveis aonde poderemos identificar ambos os casos: egoístas e generosos. Aborda o amor, sendo este um elemento catalisador, senão apaziguador entre eles. Faz uma reflexão de que em alguns momentos generosos e egoístas são motivados pela vaidade, inveja e por um desejo desenfreado de possuir o que não precisam, apenas para se sentirem melhor ou para aparentar algo que não são.
Por fim, Gikovate procura chamar nossa atenção para não sermos seres condicionados a ceder às tentações que uma sociedade de consumo nos impõe. Pode-se afirmar que devemos deixar de lado nossas motivações egoísticas, sem sermos extremamente generosos a ponto de não termos zelo por aquilo que a nós é confiado. Assim, entendemos que o indivíduo deve buscar ser justo em situações que podem envolver tanto o mal, o bem e quem sabe, o mais além.
Boa Leitura!
Por Claudio Amarante