Na casa dos sonhos

Na casa dos sonhos Carmen Maria Machado
Carmen Maria Machado




Resenhas - Na casa dos sonhos


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Sabrina758 12/05/2024

Sem dúvidas, um dos livros mais interessantes que já li na vida. Sim, é um relato incômodo e amargo sobre relacionamento abusivo entre casais lésbicos, algo que pouco ouvimos falar. Mas vai muito além disso. Maria escancara e sangra a sua verdade, retomando o controle da vida e da sua narrativa. E que potência de mulher! Algo que reflete completamente na sua escrita.

Passei a leitura inteira deslumbrada com o controle e estruturação do texto, com essa brincadeira que ela faz, dialogando com si mesma e com o leitor. Um texto rico em personalidade e referências; trazendo teoria e cultura pop, enquanto tece essa vivência doída, mas também de quem era antes, e depois, da mulher da casa dos sonhos.

A cada capítulo ensaio-memória, era difícil se desvincular daquela idealização, a ansiedade pelo que estava por vir, pelo que ia desmoronar. Afinal, a casa dos sonhos era um sonho febril, mas muito atrativo. Ser olhada e desejada, para alguém que não enxergava seu próprio valor, sem autoestima alguma, é tentador mesmo quando machuca. A complexidade e discrepâncias demasiadamente humanas.

Sou feliz por ela ter enfrentando seus medos e feridas abertas, mesmo após tantos anos, e compartilhado esse memoir e sua história com o mundo. Por ter se permitido curar, compreendido o seu valor e ter se dado a chance de amar e ser amada de novo. E, mais importante ainda, por continuar tentando todos os dias, quando os fantasmas do passado voltam a assombra-la.
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cressidadoaudiovisual 06/05/2024

In(tensa)
Nunca tinha visto um livro que abordasse sobre violência doméstica em relacionamento entre duas mulheres, esse foi o primeiro. No livro a autora cita muito isso também, a falta de referências desse tema enquanto ela passava tudo o que passou. Apesar da falta de atenção nesses casos, não podemos dizer que são histórias raras, sendo parte da comunidade e com um ciclo de amizade quase que completamente sáfico, a gente sabe que isso não é algo tão distante, mas de fato pouco discutida ou sequer levada a sério. Além disso, as pessoas não levam a sério violência doméstica quando o agressor não te violenta fisicamente, qualquer que seja o gênero, e isso é outro descaso.


Não sei como retratar obra de forma tão fiel ao que senti, a leitura foi tenra, ora suave, ora pesada, sofrida e confusa, muito confusa. Confesso que foi algo que achei interessante, pois trouxe ainda mais essa sensação de "perdida" pro contexto da principal.


Também gosto muito de como ela descreve com detalhes cada cena, me faz atravessar pelo momento, me imaginar exatamente onde ela está se recordando de estar.


Por fim, a melhor parte durante todo o livro, foi perceber que finalmente estava acabando e consequentemente o relacionamento merda delas indo embora junto.

O alívio começa a vir lá pela página 200, mas as 200 páginas anteriores também valem a pena. É um livro que vale a pena ser lido e discutido.
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trajanooo 29/03/2024

Eu ainda não sei se vou conseguir superar o quanto esse livro me tocou
o quanto as palavras de Carmem e seus sentimentos me impactaram
acho que vou sentir falta deste livro para sempre
estou passando por algo difícil e este livro me mostrou algumas coisas
é impactante
de tirar o fôlego
recomendaria a qualquer um
sua narrativa é viciante
é algo tão pessoal que me encantei
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monica pottratz 22/03/2024

Casa dos Sonhos
Eu achei incrível a forma como o livro foi escrito, a história de prende de uma forma única e te mostra dados de outros casos semelhantes. A história da Carmen e toda sua trajetória até ocorrer o desfecho com a mulher da casa dos sonhos é muito triste, a forma como ela era tratada, ninguém merece passar por isso (muitos menos ouvir tal coisas da pessoa que você mais ama).
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lendocombeatrizz 15/03/2024

A casa dos sonhos de quem?
?Você desconfiava do sentimento deles porque não tinha nenhum motivo para se amar - nem seu corpo, nem seu intelecto. Você rejeitou tanta delicadeza. O que você estava procurando??

Tem alguns meses que terminei esse livro, mas sinto que ainda não superei ele. E tudo dói mais ainda quando você descobre que é a narração do real, de um relacionamento extremamente abusivo. Violento. Doentio.

A escrita é totalmente fluida, o formato do livro acaba ajudando já que os capítulos são no máximo 3 páginas (lembra muito o estilo da Carla Madeira). É a casa dos sonhos por completo e todas as camadas que compõe ela.

Eu nunca vivi um relacionamento abusivo, mas tiveram pessoas ao meu redor que viveram, e posso dizer que, quem está de fora só quer gritar, salvar a pessoa, colocá-la em um pote para proteger?Mas, sabe, a gente não pode fazer isso e muito menos em um livro. E a escritora nos dá um recado breve: ?Toda essa m3rda já aconteceu, e você não pode impedir que aconteça, independente do que fizer.?

É duro assistir a violênc1a revestida de amor, a manipulação e a mudança de humor repentina. Carmen, a vítima e narradora, diz com todas as palavras que se houvesse uma arm4 concreta ela já estaria m0rt4 pela sua companheira.

A autora também nos chama atenção para o relacionamento queer que são e podem ser abusivos. É frequente vermos isso em relacionamentos heterossexuais, no entanto, o mesmo acontece com relacionamentos LGBTQIAPN+ diariamente. Confirma tudo com pesquisas extremamente preocupantes do quanto isso acomete a comunidade e nos traz depoimento de algumas vítimas. O livro acaba sendo bem simultâneo com a história e com os dados apresentados, o que acaba sendo literalmente um choque de realidade.
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taypyx 08/03/2024

"mas a natureza do silêncio do arquivo pressupõe que as narrativas de determinadas pessoas, e suas nuances, sejam engolidas pela história; só vemos as narrativas que se destacam porque são obscenas o suficiente para conquistar a atenção da maioria."
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fslemoss 02/03/2024

Se um soco no estômago fosse um livro seria esse, qual não foi minha surpresa em já começar a soluçar com 10% dessa brincadeira.
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samuelxgr 29/02/2024

Comecei a ler esse totalmente às cegas e realmente não me sinto no direito de fazer uma resenha, já que trata de pontos que jamais irei entender. porém, alguns eu pude sentir de alguma forma. a leitura é bem fluida e me senti um amigo da autora. provavelmente não irei ler novamente tão cedo pela densidade emocional, mas só tenho que agradecer por ter encontrado essa obra do absoluto nada.
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Catarina314 28/02/2024

Inovador, poético, avassalador. Uma escrita que me surpreendeu muito, um formato diferente que nunca tinha lido antes. O fato dos "capítulos" serem escritos do jeito que são tornou a leitura envolvente e fluida, apesar do peso do tema. Genial a maneira que a autora nos coloca no lugar de personagem. Demorei uns anos pra finalmente conseguir ler esse livro e toda a espera valeu a pena!
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olivia.tomazela 18/02/2024

Uma autobiografia alternada entre primeira e segunda pessoa muito corajosa e rara (pelo que a própria autora narra) sobre relacionamentos abusivos entre casais queer.
Em determinado trecho, Carmen diz que ?foi horrível descobrir que eu era normal (?) que meu amor era raro e minha dor era rara?? e é triste mesmo saber que violência doméstica não se restringe a um gênero específico que estamos cansados de ver por aí. E o quanto é importante lembrar que a violência psicológica deixa marcas invisíveis que podem doer muito mais que a física, mas são muito mais difíceis de comprovar para punir os culpados (e culpadas).
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Gabi® 17/02/2024

Recomendo a todas as mulheres que amam mulheres
Que livro!

Eu amei como a autora dividiu os capítulos e até mesmo como colocou uma espécie de jogo no meio da leitura.

Além da excelente escrita da autora, há muitas informações relevantes e menção a livros, filmes e artigos que, em algum momento, devemos ir atrás para ler e assistir.

Essa leitura é essencial para mulheres que amam mulheres e a recomendaria especialmente para as adolescentes que estão prestes a entrar na vida adulta.

Fiz muitas marcações nele e pretendo relê-lo em algum momento.

?Você aceita ir ao museu porque a arte sempre ajudou você a se equilibrar; a arte é um lembrete de que você é mais do que um corpo e sua respectiva magoa?.
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annikav.a 10/02/2024

El que me nombra, me rompe
Pelo impacto da linguagem sem perder a complexidade narrativa (em tão poucas páginas, ainda!), a pertinência do tema da violência doméstica (mais especificamente dentro da comunidade lgbtqiap+) e a coragem do relato, a experiência de leitura desse livro não se compara à nenhuma outra. Em seus breves capítulos, Carmen reconta e interpreta o trauma de um relacionamento abusivo de diversas formas, coisa que a própria vítima faz interna, ansiosa e compulsivamente a todo momento, tentando erraticamente recolher e juntar os pedaços de uma mente fragmentada pelo estresse e instabilidade constantes. Mas ela não para na metalinguagem: talvez uma das melhores sacadas do livro é a de usar a função apelativa para colocar o leitor numa situação comum aos relacionamentos abusivos, fazendo-o escolher, tomar um papel ativo na narrativa, só para ser forçado a perceber, ultimamente, que não há possibilidade alguma que seja viável num relacionamento com uma pessoa tão tóxica quanto a mulher na casa dos sonhos (el que me nombra, me rompe, daí o duplo sentido do anonimato). Além disso, Carmen nunca deixa a desejar no quesito responsabilidade das mensagens passadas, ou mesmo na análise mais profunda das questões interseccionais de raça, classe, gênero e sexualidade que envolvem a violência doméstica. Ela mostra um domínio teórico muito grande, tanto do ofício da escrita quanto do estudo crítico da sociedade e das artes.
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Stella 04/02/2024

Uma leitura diferente!
Uma história que transita entre os passados: da autora, do seu relacionamento abusivo e de tantas outras personagens que sofreram violência psicológica.
Difícil não se perceber/identificar dentre os seus relatos.
Sem dúvidas, uma leitura tocante.
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