Resenhas -

@tigloko 12/06/2022

?No viveiro, mais histórias que passagens?
Uma das grandes fantasias do século XX e de todos os tempos, o livro começa com Quinto, um coelho com dons proféticos, avisando que o viveiro de Sandleford está em perigo. Não levado a sério pelos líderes, ele parte numa jornada com Avelã e outros coelhos para uma terra prometida na qual eles possam viver em segurança. Nessa busca, eles vão encontrar aventuras e perigos que nenhum coelho jamais sonhou enfrentar.

Esperava gostar quando iniciei a leitura. Mas não imaginava o quanto essa leitura me marcaria ao fim. É uma história recheada de ensinamentos sobre o valor da amizade, confiança e companheirismo. Vou ficar um bom tempo com esses coelhos na minha imaginação. Principalmente o líder Avelã, o sabio Quinto, o general inimigo Vulneraria e o destemido Topete (de longe o melhor personagem dessa história para mim)

O que mais me surpreendeu foi a facilidade do autor colocar situações simples da vida dos coelhos de uma forma interessante de se ler, como no caso de construir as tocas do viveiro ou conseguir comida. Ficava realmente feliz quando algo dava certo para eles. Além da naturalidade com que o autor insere os hábitos dos coelhos na história, para entendermos por que eles agem daquela forma, sem atrapalhar a narrativa.

"Chegar ao fim de uma época de ansiedade e de medo. Sentir a nuvem que está sobre nossa cabeça se erguer e se dispersar ? a nuvem que entristecia o coração e que reduzia a felicidade a uma mera memória. Pelo menos essa é uma alegria que deve ser conhecida por quase toda criatura viva."

Os elementos de fantasia estão presentes no livro de forma natural, sem extrapolar para algo impossível de um coelho executar, a exceção de Quinto é claro. E para fechar, toda a mitologia dos coelhos é bem construída, seja o seu Deus Frith, sua língua( o lapino) ou seu herói espertalhão El-ahrairah, sempre enganando os inimigos com astúcia nas histórias que Dente-de-Leão conta ao grupo.

Recomendo de olhos fechados.